E já temos grupos definidos na Copa Libertadores 2021: em evento da Conmebol, foram determinadas as chaves de cada um dos 28 times classificados para a fase de grupos do maior torneio da América do Sul, além dos quatro que chegarão da pré-Libertadores.
De todos os oito brasileiros que podem fazer parte da principal fase da competição, já é possível dizer que Flamengo, Santos, Palmeiras, Grêmio e Fluminense não tiveram tanta sorte e terão vida mais difícil na fase de grupos - mesmo que Internacional, São Paulo e Atlético-MG também tenham que se preocupar em uma Libertadores recheada de times tradicionais e camisas pesadas.
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Palmeiras e os recentes campeões na América do Sul (Grupo A)
Getty ImagesO Palmeiras, após alguns anos consecutivos tendo relativa sorte na fase de grupos, enfrentará uma chave mais complicada em 2021: Defensa y Justicia, Universitario e Grêmio ou Independiente del Valle compõe o resto do Grupo A. É claro: um possível confronto de brasileiro diante do Imortal é o grande destaque do grupo, mas Defensa y Justicia e Independiente del Valle também tem histórico recente de conquistas na América do Sul.
Assim como aconteceu com o Flamengo em 2019, o atual campeão da Libertadores enfrentará o vencedor da Sul-Americana no Grupo A, numa espécie de Re-Recopa: o Defensa y Justicia de Beccacece já mostrou na Recopa que tem condições de fazer jogo duro com o Verdão, tem ótimos jogadores em seu elenco e promete partir para cima do rival. Um time que vem se consolidando como adversário complicado nos últimos tempos - que diga o São Paulo na Sula de 2018...
Enquanto o Universitario, apesar de toda a tradição - 32 participações no torneio -, promete ser coadjuvante do grupo e terminar na lanterna, o vencedor do confronto entre Grêmio e Del Valle vem forte para brigar por uma das duas vagas nas oitavas de final.
O Tricolor dispensa apresentações: é uma das camisas mais tradicionais na Libertadores, com três títulos, e caso consiga a classificação, travará certamente um duelo esperadíssimo diante do Palmeiras, numa reedição da final da Copa do Brasil 2020 e de tantos outros jogos históricos nos anos 90. Com Renato Gaúcho finalmente tendo os reforços que tanto pedia, não existem desculpas para o Grêmio ficar de fora da fase de grupos.
Mas mesmo se o clube gaúcho ficar de fora, o Palmeiras terá que encarar uma camisa menos pesada, mas um time de muita qualidade: o Independiente del Valle é outro que também dispensa apresentações nos últimos anos. Campeão da Copa Sul-Americana em 2019 e vice da Libertadores em 2016, os equatorianos já estão consolidados como uma força do continente sul-americano a algum tempo. Ainda que esteja sem Miguel Ángel Ramírez, agora no Inter, o time traz talentos como Luis Segovia, Anthony Landázuri, Christian Ortiz, Jhon Jairo Sánchez e Lorenzo Faravelli.
Internacional: o mais "sortudo" entre os brasileiros? (Grupo B)
Foto: Ricardo DuarteÀ primeira vista, o Internacional sai na frente como o mais sortudo entre os representantes brasileiros: Olimpia, Deportivo Táchira e Always Ready compõe o resto do Grupo B. Se o time de Miguel Ángel Ramírez conseguir dar liga, é o claro favorito para terminar na liderança do grupo, ainda que o atual campeão paraguaio tenha total condição de travar dois jogos duros diante do Colorado.
Talvez o paraguaio mais forte no momento, o Olimpia não tem um time genial, mas é consistente e carrega alguns momentos brilhantes de seu principal jogador, Jorge Recalde, o melhor em atividade no país. Ramon Sosa, Alejandro Silva, Derlis González - ex-Santos -, Alan Benítez e o veteraníssimo Roque Santa Cruz completam um elenco experiente, que sabe onde está pisando e tem qualidade para surpreender.
Outro venezuelano, o Deportivo Táchira é um dos dois grandes do país e o que mais tem participações na Copa Libertadores, mas não deve repetir a campanha histórica de 2004, quando chegou às quartas de final.
Fechando o grupo, o Always Ready seria encarado como nota de rodapé se não fosse por uma particularidade: o time boliviano manda seus jogos em El Alto, em uma altitude de mais de quatro mil metros. Fora de casa, não deve trazer tanto perigo ao Inter - mesmo tendo nomes como o veterano Arce e os brasileiros Éverton Sena, Vander e Mascote -, mas em seus domínios, promete ser complicado de se enfrentar.
Um grupo aparentemente fácil, mas que traz suas armadilhas - e ninguém sabe a condição real do tradicional Deportivo Táchira. O Inter terá trabalho, mas é favorito com certa vantagem.
Santos: "vingança" do Boca Juniors, altitude e equilíbrio (Grupo C)
Getty ImagesSe conseguir a classificação diante do San Lorenzo na fase de grupos, o Santos é outro que terá um desafio complicado: Boca Juniors, Barcelona-EQU e The Strongest compõe o resto doGrupo C. Três times tradicionais em seus países e com muitas participações na Copa Libertadores, ainda que sem muitas campanhas de destaques - excluindo obviamente, os xeneizes.
Favoritos do grupo, o Boca Juniors, semifinalista em 2020, terá uma chance de ouro para se vingar do Peixe, que o eliminou na última temporada. Reforçado, carrega em si o peso de "La Bombonera", ainda que não consiga fazer partidas de encher os olhos já faz alguns anos. Continua tendo como destaques os veteranos Edwin Cardona e Carlos Tévez, além dos colombianos Sebástian Villa e Jorman Campuzano e uma defesa com jogadores talentosos como Marcos Rojo e o lateral Capaldo.
Já o Barcelona de Guayaquil deixou uma última impressão fraca em 2020, ao fazer duas partidas fracas diante do Flamengo, mas tem tradição e sempre pode surpreender. Não tem altitude, mas conta com um bom time, uma defesa sólida e uma camisa mais pesada do que outros times do Equador que apareceram na competição nos últimos tempos. O veterano Damián Diaz segue sendo o grande nome da criação, mas os defensores Leonel Quiñónez, Williams Riveros e Fernando León são jogadores de qualidade.
Fechando o grupo, o The Strongest sempre aparece com a mesma história: um time encardido, que sabe como jogar o torneio - são 25 participações - e que conta com a altitude de La Paz como sua principal arma. O meia Ramiro Vaca e o volante Diego Wayar são os destaques da equipe, junto com o brasileiro Willie - ex-CRB - e o "interminável" Daniel Vaca no gol. Com times equilibrados e tradicionais, o Santos não terá jogos fáceis caso passe pelo San Lorenzo - exceto, talvez, a partida contra o The Strongest na Vila Belmiro.
Fluminense, o "bicho-papão" e muito equilíbrio (Grupo D)
Getty ImagesOutro grupo que pode ser encarado como o "da morte" é o do Fluminense: além dos cariocas, River Plate, Santa Fe e Bolívar ou Junior Barranquilla compõe o resto do Grupo D. Mesmo que o grupo do Flamengo possa ter os times mais fortes, a tarefa do Flu possivelmente é a mais difícil entre os brasileiros: terá que encarar dois times sólidos e tradicionais, além do bicho-papão River Plate.
Principal clube da América do Sul na última década, o River de Marcelo Gallardo segue aprontando das suas: aparece como um dos grandes favoritos para vencer o torneio, mesmo tendo perdido nomes como Nacho Fernández e Juan Quintero recentemente.
Para compensar, o clube teve uma das melhores janelas de transferência entre as equipes da América do Sul e vem "mordido" após ter perdido a vaga na final de 2020 literalmente por centímetros, diante do Palmeiras, em jogo marcado pela utilização do VAR e impedimentos milimétricos. De La Cruz, Montiel, Borré, Carrascal, Enzo Pérez, Armani, Suárez, Angileri, Álvarez e cia ainda fazem a diferenças pelas bandas do Monumental, mas agora recebem ajuda de Palavecino, Paradela, Fontana e o ídolo Jonatan Maidana.
Mas mesmo excluindo os Millonarios o Fluminense ainda terá um páreo duro, independente de quem vier da pré-Libertadores: tanto o Bolívar quanto o Junior vem fazendo boas campanhas nos últimos tempos - ainda que não seja o mesmo Junior "encantador" de alguns anos atrás - e são times com qualidade em seus elencos: os colombianos tem, por exemplo, o artilheiro Teófilo Gutíerrez, enquanto os bolivianos chegam com a tão temida altidude de La Paz e um time "chato", com o meia Erwin Saavedra como destaque.
A principal ameaça ao Flu, em tese na briga pela segunda colocação, porém, é o Independiente Santa Fe. O vice-campeão colombiano traz um time consistente, que sabe a tocar a bola e que tem excelentes referências no meio de campo: Daniel Giraldo e Kelvin Osorio. O goleiro Leandro Castellanos também vem fazendo a diferença nos últimos tempos.
São Paulo: um sorteio bom, após anos de azar (Grupo E)
Staff Images / CONMEBOLNão é nenhum exagero dizer que o São Paulo deu muito azar em suas últimas participações em competições continentais. Este ano, porém, parece que terá vida mais tranquila: Racing, Sporting Cristal e Rentistas compõe o resto do Grupo E. Praticamente três incógnitas - já que Crespo teve pouco tempo para implantar suas ideias no Tricolor - e uma certeza: os uruguaios não devem se classificar.
Entre os outros participantes, o Racing é quem chama mais a atenção: nunca é fácil jogar no Cilindro e o time argentino eliminou o Flamengo na última temporada. Mesmo assim, vive um período de incerteza já a algum tempo, vem como um novo treinador após a saída de Beccacece e não convence dentro de campo. O time ainda conta com nomes de talento como Leonel Miranda e Matías Rojas, mas mostra certa instabilidade. Mena, antigo conhecido da torcida do clube paulista, é o lateral titular pela esquerda.
E talvez a maior incógnita da Copa Libertadores 2021 esteja no grupo do Tricolor: o Sporting Cristal. O time, tradicionalíssimo na competição, sobrou no Campeonato Peruano em 2020, com 19 vitórias, nove empates e quatro derrotas na temporada, e dá pinta de ser o representante mais forte vindo do país nos últimos anos. Mesmo assim, não costuma ser tão testado nacionalmente e o futebol do Peru vem fazendo campanhas muito fracas nas últimas temporadas na Libertadores e na Copa Sul-Americana.
Dessa maneira, a espera é para ver se o time realmente tem um grupo forte como aparenta - são três jogos e três vitórias na temporada até agora, sem sofrer gols e marcando oito vezes - ou se não traz tanto perigo, como os recentes times peruanos. De qualquer jeito, conta com um grupo jovem e talentoso, com destaque para os meias Gerald Távara e Horacio Calcaterra e os atacantes Washington Corozo e Emanuel Herrera (20 gols e oito assistências em 2020). Em 2020, terminou eliminado pelo Barcelona de Guayaquil na pré-Libertadores.
Já o Rentistas, que classificou o São Paulo como cabeça de chave em jogo épico diante do Liverpool-URU, deve ser coadjuvante no grupo. Com um time frágil - fez campanha de rebaixado no Clausura em 2020-21, conta com Gonzalo Vega, meia argentino, como peça fundamental. O goleiro Nicolás Rossi, autor do milagre na disputa de pênaltis que classificou o time, terá que segurar as pontas na defesa contra três equipes mais fortes ofensivamente - em tese, é claro.
É possível ter um "Grupo da Morte" sem brasileiros? (Grupo F)
PasionTricolorÉ fato que o Brasil (junto de Boca Juniors e River Plate) vem dominando a Copa Libertadores recentemente: desde 2010, só o Atlético Nacional, da Colômbia, conseguiu sair com o título do torneio sendo de fora do "eixo Brasil - Argentina". Mesmo assim, um grupo sem nenhum representante brasileiro ou grande potência da Argentina pinta com ares de "grupo da morte": Nacional-URU, Universidad Católica, Argentinos Juniors e Atlético Nacional ou Libertad compõe o Grupo F.
São times, independente de quem passar entre Atlético Nacional e Libertad, com peso, tradição, mais de 100 participações no torneio, títulos e muito equilíbrio entre si.
Cabeça de chave, o Nacional-URU parece despontar como favorito. Melhor representante uruguaio nos últimos tempos com a queda do Peñarol, alcançou as quartas de final em 2020 e conta com um time talentoso: Gabriel Neves, sondado pelo São Paulo, no meio de campo, Guzmán Corujo, Mathias Laborda, Agustín Oliveiros, na defesa, e o veterano Gonzalo Bergessio, no ataque, formam a espinha dorsal de uma equipe que sempre chega forte para a Libertadores. O time ainda contará com o reforço do ídolo Andrés D'Alessandro.
Mas a Universidad Católica, atual tricampeã chilena, não pode ser descontada. Mesmo sem Ariel Holán, hoje no Santos, o time se destaca entre o fraco futebol no país, e conta com talentos como a dupla de veteranos (que sempre marca seus golzinhos em times brasileiros) Luciano Aued e Fernando Zampedri, o jovem Ignacio Saavedra e uma dupla de defensores consistente com Raimundo Rebolledo e Valber Huerta.
Por incrível que pareça, um time argentino relativamente importante deve entrar no grupo como a "quarta força". O Argentinos Juniors não é mais o mesmo desde a saída do treinador Diego Dabove, que levou a equipe à Copa Libertadores. Mesmo assim, o meio-campista Fausto Vera aparece com destaque em um elenco que também traz nomes como um trio de ataque imponente com Javier Cabrera, Gabriel Ávalos e Gabriel Hauche.
Para completar, Libertad e Atlético Nacional travam um dos duelos mais interessantes dessa pré-Libertadores. Times de tradição, com história de ir longe na competição e que chegam com totais condições de brigar por uma vaga nas oitavas de final. Martín Silva e Óscar Cardozo pintam como soluções em um elenco veterano do Libertad do bom técnico Daniel Garnero, enquanto os Verdolagas aparecem comandados por Jarlan Barrera, recuperado após passagem ruim pelo Rosario Central, com o lateral Danovis Banguero, o ex-Santos Vladimir Hernández e o ex-Internacional Jonathan Álvez.
Flamengo favorito, mas precisa tomar cuidado (Grupo G)
Foto: Alexandre Vidal / FlamengoPara muitos, o Rubro-Negro acabou caindo no grupo da morte: Fla, LDU, Vélez Sarsfield e Unión La Calera compõe oGrupo G. Excluindo o time chileno, que mesmo apresentando um bom futebol nos últimos tempos, não tem o mesmo peso dos rivais, os outros adversários dos cariocas trarão desafios complicados ao atual campeão do Brasileirão.
Por mais que inegavelmente o Flamengo seja, sim, o favorito, a LDU vem fazendo boas campanhas nos últimos anos e tem um time de muita qualidade - nomes como o lateral Pedro Perlaza, o zagueiro Moisés Corozo e o atacante Cristian Martínez estão entre os melhores de suas posições no continente -, tendo eliminado o São Paulo em 2020 e travado um duelo equilibrado diante do Santos nas oitavas de final.
Enquanto isso, a classificação do Vélez Sarsfield é a consagração de um elenco que vem evoluindo muito nos últimos tempos, com jovens de extremo potencial como Thiago Almada e Luca Orellano, veteranos de qualidade como Lautaro Giannetti e a segunda melhor campanha da Copa de la Liga Profesional no momento, à frente de clubes como River Plate, Boca Juniors e Racing. No papel, um grupo difícil para o Rubro-Negro, que terá que suar para ter novamente uma das melhores campanhas da primeira fase.
Atlético-MG desponta como favorito em grupo que pode ficar complicado (Grupo H)
Atlético-MG/DivulgaçãoMesmo que tenha saído do pote dois, o Atlético-MG de Cuca aparece como favorito em sua chave: Cerro Porteño, América de Cali e Deportivo La Guaira compõe o resto do Grupo H. O Galo não pode perder muitos pontos para os sempre perigosos América e Cerro, mas não teve ter dificuldades para se impor.
Vindo do pote um, tudo indica que o Cerro Porteño também irá aprontar das suas: faz até algum barulho na fase de grupos, mas morre na praia rapidamente ao chegar nas fases finais. Com 41 participações, o Ciclón é o time que mais vezes participou da competição sem chegar à final. Tem muito talento, como os ótimos Mathias Villasanti e Santiago Arzamendia - lesionado no momento -, da seleção paraguaia, e foi campeão do Apertura em 2020, mas não deve fazer frente ao Galo. O time também conta com os brasileiros Jean, ex-São Paulo, e Mateus Gonçalves, ex-Ceará
E talvez quem mais possa complicar para o Atlético seja o América de Cali. O atual bicampeão da Colômbia, após alguns anos fora até da primeira divisão, tem um time bom o suficiente para fazer uma campanha sólida no torneio. Nomes como Joel Graterol, Yesus Cabrera, Santiago Moreno e os decisivos Duván Vergara e Ádrian Ramos fizeram a diferença nas últimas conquistas. Mesmo assim, não vive uma fase tão boa, estando atualmente na oitava colocação na Primera A.
Já o Deportivo La Guaira aparece com uma incógnita, mas com um grande favoritismo para ser o lanterna do grupo. O futebol venezuelano ainda não voltou desde a paralisação e não costuma fazer grandes campanhas nas competições internacionais. No papel, um grupo onde o Galo é favorito, mas não pode se descuidar contra camisas fortes e times qualificados.