Em meados da década passada, era comum que equipes apostassem alto e abrissem os cofres repatriando grandes jogadores em fim de carreira. Nomes importantes do futebol brasileiro que retornavam para encerrar a carreira em equipes como Corinthians, Flamengo, São Paulo e Palmeiras, entre outras. Com a crise financeira da atualidade e os impactos do Covid-19, porém, outros modelos de negócio parecem ganhar espaço.
Salvo o endinheirado Atlético-MG (apostando alto em jogadores de impacto como Hulk, Nacho Fernández e cia) e o São Paulo de Miranda e Éder, a maioria das equipes consideradas grandes no futebol brasileiro vem apostando em outro perfil de jogador: além de um investimento muito maior na base e em jovens talentos da América do Sul, atletas que se destacaram na segunda divisão vem sendo mais e mais assediados no mercado. Nada de novo, mas que vem sendo uma solução mais comum nesses últimos meses.
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O caso do Palmeiras é emblemático. Mesmo tendo recebido muito dinheiro em premiações após o 2020 dos sonhos com Abel Ferreira, o time está perto de anunciar a contratação de Ademir, atacante do América-MG e um dos principais jogadores da temporada passada na Série B. Breno Lopes, autor do gol do título da Copa Libertadores, também chegou no mesmo modelo, após brilhar no Juventude.
Divulgação/ConmebolJá o São Paulo, mesmo procurando nomes mais veteranos e envelhecendo o elenco, foi buscar a solução para o problema dos lados de campo na Ponte Preta: Bruno Rodrigues, jovem ponta, chegou por empréstimo com passe pré-fixado e deve ganhar espaço ao longo da temporada.
Messias, de boas temporadas no América-MG, vem sendo sondado por clubes como Grêmio, Bahia e Ceará. Este último, então, já acertou com nomes como João Ricardo (Chapecoense), William Oliveira (Chapecoense) e Jordan (Botafogo-SP), jogadores que atuaram em 2020 na segunda divisão. Já o Tricolor de Aço fechou com Luiz Otávio (Chapecoense) e está atrás de Guilherme Rend (Vitória).
E até mesmo os grandes rebaixados à Série B resolveram trazer destaques da competição na última temporada para reforçarem o elenco. Diferentemente do que tentou em 2020, quando montou uma "equipe de Série A" para jogar a "Série A-2", repleta de veteranos e medalhões, o Cruzeiro encontrou nomes como Marcinho (Sampaio Corrêa), Matheus Barbosa (Cuiabá), Alan Ruschel (Chapecoense), Felipe Augusto (América-MG) e Bruno José (Brasil de Pelotas).
Exatamente o mesmo que vem tentando fazer o Botafogo: o time remodelou o elenco, se livrou de veteranos caros e trouxe atletas como Ronald (Botafogo-SP), Pedro Castro (Avaí), Marcinho (Cuiabá), Matheus Frizzo (Vitória) e Felipe Ferreira (Cuiabá). Já o Vasco sondou Hayner (Cuiabá), mas não conseguiu fechar o negócio.
Claro: é preciso mesclar e é praticamente impossível ganhar títulos apenas com esse tipo de apostas, um movimento que sempre existiu. Mesmo assim, trata-se de uma alternativa mais barata ao mercado europeu, especialmente com o real desvalorizado no momento. Uma solução, talvez, mais viável do que a onda de veteranos que tivemos no começo da década.