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"Sumiço" de John Textor no Botafogo coincide com Lyon e busca por investidores

Quando o nome de alguém envolvido no futebol sai da camisa do torcedor para o muro do mesmo clube, escrito normalmente através de pichações, significa que a coisa não está boa. “Textor sumiu”, foi o recado mais recente que sujou as paredes da sede do Botafogo, em General Severiano. O recado em forma de protesto/afirmação/desespero faz referência à mudança drástica no comportamento do investidor da SAF botafoguense em meio ao pior momento alvinegro desde que transformou o seu futebol em empresa.

Quando adquiriu definitivamente a SAF do Botafogo, em março de 2022, John Textor chegou ao Brasil nos braços do povo. Fez contratações e inúmeras promessas, algumas cumpridas e outras não. Uma delas, em junho daquele ano, deu certa tranquilidade à torcida alvinegra. Quando se movimentava para adicionar o Lyon, da França, ao portfólio multiclubes de sua empresa, a Eagle Holdings, o norte-americano garantiu: “A prioridade é o Brasil, sério! O clube. Na França, tudo tem sido conduzido pelo mesmo presidente nos últimos vinte anos, Jean Michel Aulas, e ele continuará sendo o presidente e CEO. Meu tempo integral da operação é e continuará sendo no Botafogo”, afirmou em entrevista ao jornalista Paulo Vinícius Coelho.

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John TextorVitor Silva/Botafogo

Mas a realidade passou a ser bem diferente quando a compra do Lyon foi sacramentada pela Eagle Holdings, em dezembro do ano passado. John Textor diminuiu drasticamente as visitas que vinha fazendo ao Brasil. Se fez sete viagens em 2022, até o momento pisou apenas uma vez no Rio de Janeiro em 2023. E a mais recente estadia de Textor por terras cariocas pareceu mais focada no Lyon do que no Botafogo, uma vez que o empresário fez reuniões com o Flamengo na tentativa de contratar o meio-campista João Gomes para o clube francês.

Vente OL John Textor Jean-Michel AulasGetty Images

Pouco depois, o atacante Jeffinho, grande destaque do Alvinegro na temporada anterior, acabou se transferindo para ao Lyon. A forma como o clube anunciou o negócio, primeiro como empréstimo e depois como venda (a maior de sua história), não agradou em nada a torcida alvinegra. O Botafogo ainda não reforçou suas pontas, nem outros setores, e faz um péssimo início de 2023 sob o comando de Luís Castro. O mais novo fracasso, depois de quase cair na primeira fase da Copa do Brasil, foi a não classificação para as semifinais do Campeonato Carioca.

O momento não é ruim apenas nos resultados dentro de campo, que fazem Luís Castro balançar no cargo de treinador. Fora das quatro linhas, o Botafogo segue convivendo com penhoras e problemas financeiros -- inclusive com os mesmos agentes de futebol com quem precisa conversar na hora de tentar alguma contratação. Em meio ao momento de crise, o mesmo John Textor que há um ano era presença constante nas redes sociais, torcendo e prometendo, foi diminuindo as suas postagens até decidir excluir sua conta no Twitter.

A mudança de postura e o péssimo momento do time motivaram a acusação de “sumiço”, mas John Textor segue bastante ativo. Segundo matéria do site Bloomberg, referência em negócios e finanças, o norte-americano está buscando novos investidores para levantar capital para a Eagle Football, o seu grupo multiclubes.

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