Ronaldo Nazário, o Fenômeno: Copa de 2002, Corinthians e a trajetória de uma lenda

Ronaldo Luiz Nazário de Lima foi indiscutivelmente um dos maiores atacantes da história do futebol. Ao longo de sua carreira, viveu altos e baixos, mas sempre superou as dificuldades para atuar no mais alto nível. Desde os primeiros passos nos gramados, Ronaldo já demonstrava que seria um fenômeno.

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O carioca teve uma infância humilde, e desde criança, em Bento Ribeiro, a paixão pelo futebol falava alto. Com destaque no futsal, rapidamente chegou ao São Cristóvão, onde ficou por três anos até ser notado pelo Cruzeiro.

Em Belo Horizonte, o sucesso foi instantâneo. No Brasileiro de 1993, protagonizou uma de suas partidas mais icônicas, marcando cinco gols contra o Bahia, incluindo o famoso gol que roubou a bola das mãos do veterano Rodolfo Rodríguez.

Ainda como jogador do Cruzeiro, foi convocado para a Copa do Mundo de 1994 com apenas 17 anos. Pouco antes do Mundial, foi vendido para o PSV, da Holanda. Ronaldo não entrou em campo na Copa de 94, mas ficou eternizado como um dos tetracampeões.

Na Europa, destacou-se mais uma vez como artilheiro. Em sua primeira temporada, foram 57 jogos e impressionantes 54 gols. No entanto, em 1995, os problemas no joelho começaram a aparecer. A primeira cirurgia aconteceu em fevereiro do ano seguinte. No fim de abril, voltou a atuar, mas figurava entre os reservas.

Convocado para a Olimpíada de Atlanta, em 1996, terminou o torneio com 5 gols, atrás apenas de Crespo e Bebeto, que marcaram seis vezes. Após a medalha de bronze, voltou para a Europa, mas o destino era outro: Barcelona.

Na temporada 1996/97, fez 47 gols em 49 jogos. Campeão da Copa do Rei e da Recopa Europeia, foi eleito o melhor jogador do mundo com apenas 20 anos.

Mas a passagem não durou tanto. Em 1997, o presidente do Barcelona na época se negou a lhe dar um aumento salarial mesmo com o desempenho magnífico. Foi vendido para a Inter de Milão por 32 milhões de euros.

Embora decepcionado por deixar o Barcelona, não deixou de render em alto nível pela Inter. Em seus primeiros meses, fez 14 gols em 19 jogos, garantindo o prêmio de melhor do mundo da Fifa pelo segundo ano consecutivo. Também recebeu a Bola de Ouro da France Football, que havia o ignorado no ano anterior. A consolidação na Inter veio com o título da Copa da Uefa e o apelido de "O Fenômeno".

Se em 1994 foi apenas um reserva, em 1998 foi protagonista do Brasil na Copa da França. Tratando lesões com analgésicos, conseguiu anotar quatro gols naquele Mundial. No entanto, o que marcou sua trajetória naquele torneio foi a convulsão que sofreu na véspera do jogo.

Zagallo o colocou para jogar, mas o atacante pouco fez e apenas assistiu ao show de Zinedine Zidane. Derrota por 3 a 0 e uma polêmica que o perseguiu por anos.

A partir daquele momento, as lesões no joelho voltaram a aparecer. A primeira cirurgia levou cinco meses de recuperação. Em seu primeiro jogo no retorno, mais uma lesão. Desta vez, foram oito meses longe dos gramados. Quando voltou em definitivo, foi pouco utilizado pelo time de Milão.

A redenção viria em 2002. Após a perda do título italiano e longe do ritmo ideal, a seleção brasileira o recebeu de braços abertos e aquele ambiente fez muito bem para o atacante. Depois de dois anos, Ronaldo voltava a atuar com a camisa do Brasil.

A Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão foi o maior momento de sua carreira. Comandando o ataque da seleção, fez oito gols, dois deles na final contra a Alemanha, para garantir o pentacampeonato mundial.

No topo do planeta, trocou a Inter pelo Real Madrid e virou galáctico. Virou mais uma estrela do elenco que tinha Zidane, Figo, Beckham e Roberto Carlos. Sua atuação contra o Manchester United, quando fez três gols, foi o cartão de visitas. Só que enquanto o rival Barcelona ganhava cada vez mais, o Real sofria. No Bernabéu, o Fenômeno ganhou somente um Mundial Interclubes, uma Supercopa da Espanha e uma edição de LaLiga.

Com a seleção brasileira, ganhou folga em torneios menores, mas esteve na Copa do Mundo de 2006. Ronaldo integrava o "Quadrado Mágico" ao lado de Adriano, Ronaldinho e Kaká. Sua forma física no Mundial, no entanto, foi muito criticada. Embora tenha se tornado o maior artilheiro das Copas, com 15 gols, pouco fez para evitar a eliminação precoce para a França.

Ronaldo perdeu espaço no Madrid e decidiu voltar à Milão, desta vez para atuar pelo Milan. Em 2007/08, começou bem a temporada. Mais magro, formou o trio de atacantes brasileiros Kaká e Pato, mas a temporada se encerrou mais cedo após mais uma lesão.

O desejo de Ronaldo era atuar no Flamengo, time do coração, e mesmo com o período de treinos no Rubro-negro, foi o Corinthians quem acertou sua contratação. O primeiro gol pelo Timão foi logo em clássico contra o Palmeiras, nos acréscimos e de cabeça, empatando o jogo.

Ronaldo demonstrou toda sua importância para o time ao longo do Campeonato Paulista, marcando gols contra São Paulo e um golaço na final do Estadual contra o Santos. Além do título do Paulistão, foi campeão da Copa do Brasil em 2009, também marcando gol na decisão.

Um dos grandes sonhos do atacante era conquistar a Libertadores, mas em suas duas oportunidades pelo Alvinegro não conseguiu. Em 2010, foi eliminado para o Flamengo. No ano seguinte, o Tolima tirou o Corinthians da competição ainda na Pré-Libertadores.

Em 14 de fevereiro de 2011, anunciou sua despedida do futebol. Voltou a atuar mais uma vez pela seleção, em um amistoso contra a Romênia para marcar de vez o fim de sua carreira. Até hoje, é lembrado por muitos como um dos grandes do esporte. Sua técnica refinada e a superação das lesões ficarão marcadas eternamente na história do futebol.

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