Abel Ferreira em Palmeiras x Al-AhlyCesar Greco/Palmeiras

O impacto do fracasso no Mundial para o Palmeiras

A conquista do Mundial de Clubes da Fifa é uma das maiores obsessões do Palmeiras e de sua torcida, mas depois de conquistar a segunda Libertadores de sua história, ao bater o Santos na final realizada no Maracanã, não foi desta vez que o Alviverde ficou com o troféu. Pior ainda: após perder para o Tigres na semifinal, a derrota nos pênaltis frente aos egípcios do Al Ahly, na decisão do terceiro lugar, fez o clube do Allianz Parque entrar para a história com a pior campanha já feita por um brasileiro (e sul-americano) na história da competição.

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A quarta colocação causa impactos. No âmbito financeiro, não ter chegado na finalíssima deixou o Palmeiras longe de, pelo menos, os 4 milhões de euros (cerca de R$ 26 milhões) pagos ao vice-campeão. Existe também a autoestima do torcedor, que seguirá escutando adversários lhe caçoando com as já conhecidas provocações, que agora ainda ganharam certa atualização pelo fato de os palmeirenses terem terminado esta edição 2020 do Mundial sem marcar gols no tempo regulamentar.

Zoeiras de rivais fazem parte do futebol e não devem balizar decisões sérias em um clube de futebol sério. E depois da derrota para o Tigres, na semifinal, vale ressaltar que a premiação em dinheiro também não chamava tanto a atenção: a diferença na premiação do terceiro para o quarto lugar é de apenas (“apenas”, entre aspas, levando em conta o contexto das premiações no esporte de alto nível) 500 mil euros.

É por isso que não é preciso ser um grande pensador para concluir que o maior impacto da campanha ruim do Palmeiras, neste Mundial de Clubes, está no fator psicológico.

Ainda que não tenha muitas ambições nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro, uma vez que garantiu a vaga na próxima Libertadores ao ter conquistado o título continental, o time treinado por Abel Ferreira tem um grande jogo no horizonte: a final da Copa do Brasil contra o Grêmio, a ser realizada nos dias 28 de fevereiro e 7 de março. O Palmeiras terá pouco mais de duas semanas para lamber suas feridas, sacudir a poeira e dar a volta por cima. O discurso para “virar a página” da campanha decepcionante no Mundial de Clubes começou logo após a derrota nos pênaltis para o Al Ahly.

“Não podemos esquecer do que nos trouxe até aqui. Futebol é assim, muda muito rápido. 12 dias atrás ganhávamos a Libertadores, agora estamos com duas derrotas no Mundial. Isso não pode nos abater, temos de entender e corrigir nossos erros, saber que precisamos melhorar, mas nada pode nos abater”, disse o goleiro Weverton.

Weverton em Palmeiras x Al-AhlyCesar Greco/Palmeiras(Foto: Getty Images)

“Temos oportunidade de marcar época aqui, temos mais dois títulos para ganhar (Copa do Brasil e Recopa), pode ser um dos anos mais especiais do Palmeiras. Vamos voltar, lamentar as derrotas, não foi o que queríamos, mas sabemos que podemos melhorar, podemos voltar a vencer, disputar bem os títulos que temos pela frente”, completou o goleiro.

O discurso do técnico Abel Ferreira foi bem parecido: “Muita gente queria estar no meu lugar, no lugar dos meus atletas. Essa experiência vai nos deixar mais fortes. Saímos com cicatrizes, mas essas cicatrizes nos tornarão mais preparados para darmos uma resposta no futuro pela aprendizagem que tivemos aqui”, afirmou o português.

Antes de pegar o voo do Qatar de volta para o Brasil, antes de voltar aos treinamentos pensando já na decisão nacional contra o Grêmio, o impacto psicológico causado pelas derrotas é a primeira coisa que o Palmeiras precisa curar. Relembrar o que levou o time ao título da Libertadores é um dos caminhos.

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