Jair Bolsonaro Palmeiras 12 10 2019Getty Images

Governadores e prefeitos reagem à Copa América no Brasil; veja posicionamentos a favor e contra o torneio

Logo após o anúncio oficial da Conmebol de que o Brasil sediará a Copa América de 2021, inumeras reações contrárias à realização do torneio explodiram nas redes sociais. Com a hashtag #NaoVaiTerCopa, internautas demonstraram insatisfação com a Conmebol, com a CBF, mas em especial com o governo federal. Prefeitos e Governadores também se manifestaram.

Jair Bolsonaro (sem partido), foi um dos responsáveis pelo "ok" para a Conmebol confirmar o torneio no país. De fato, Alejandro Dominguez, presidente da entidade sul-americana, agradeceu nominalmente ao presidente brasileiro.

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“O governo brasileiro demonstrou agilidade e capacidade de decisão em um momento fundamental para o futebol sul-americano”, disse Dominguez. "O Brasil vive um momento de estabilidade, tem infraestrutura comprovada e experiência acumulada e recente para organizar uma competição desta magnitude".

Em publicações no Twitter, a Conmebol exaltou o presidente e a CBF.

"O Brasil receberá a CONMEBOL Copa América 2021! O melhor futebol do mundo levará alegria e paixão a milhões de sul-americanos. A CONMEBOL agradece ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação Brasileira de Futebol, por abrir as portas do país ao que hoje em dia é o evento esportivo mais seguro do mundo. A América do Sul brilhará no Brasil com todas suas estrelas!".

A reação contrária de políticos de todo o país foi quase que imediata, assim como daqueles que defendem a competição no Brasil. Confira o posicionamento de alguns políticos.

Como reagiram governadores de vários estados ao anúncio de que a Copa América 2021 será no Brasil?

João Dória Jr. (PSDB), governador de São Paulo, falou sobre o torneio de seleções em coletiva na tarde desta segunda-feira (31).

“A CBF com qual falamos hoje, Walter Feldman, informa que a Copa América virá para o Brasil, mas não especificamente para São Paulo. Até porque os estádios estão ocupados pelos jogos programados para a Copa do Brasil e Brasileirão", afirmou.

João Dória Jr., governador de São Paulo 2021Governo de SP/Divulgação

“De qualquer maneira quero deixar registrado aqui que a Federação Paulista de Futebol tem cumprindo rigorosamente os protocolos do plano São Paulo, e os jogos que foram realizados aqui do Campeonato Paulista, foram dentro desse protocolo, nós não tivemos nenhum tipo de problema, nem durante a realização do campeonato, nem nos jogos finais do campeonato. De forma geral salvo uma ou outra excesão os dirigentes daqui das equipes também agiram de maneira prudente e muito responsável.”

O deputado e ex-ministro da saúde Alexandre Padilha (PT), enquanto isso, entrou com um ofício para que Dória proiba a disputa dos jogos da Copa América no estado de São Paulo.

Rui Costa (PT), governador da Bahia, publicou em sua página no Twitter que não abrirá os estádios baianos para público, mas deixou em aberto a realização da competição no Estado.

O governo de Pernambuco, encabeçado por Paulo Câmara (PSB), se manifestou de forma contrária em nota:

"O Governo de Pernambuco monitora, de forma permanente, por meio do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, os indicadores da doença no Estado. Nas últimas semanas foi identificada uma nova aceleração dos casos, que motivos novas medidas restritivas no Agreste e na Região Metropolitana.
Apesar de ainda não ter sido procurada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Governo do Estado reforça que o atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento do porte da Copa América no território de Pernambuco
".

Eduardo Leite (PSDB) foi outro que vetou a realização do torneio, dessa vez no Rio Grande do Sul. O governador chamou receber a competição de "inoportuno e inconsequente", vetando qualquer tipo de possibilidade, em um comunicado oficial:

"O governo do Rio Grande do Sul não foi procurado nem pela CBF e nem pela Conmebol para tratar da Copa América. Recebemos os jogos em 2019, o que muito nos orgulha, mas, pessoalmente, entendo que seria inoportuno realizar a competição no Estado e no Brasil neste momento. Precisamos concentrar esforços no enfrentamento à pandemia e, nesse contexto, é inadequado que a competição ocorra aqui, mesmo sem público nos estádios."

Em Minas Gerais, por mais que o consórcio que administra o Mineirão tenha se colocado à disposição da Conmebol, o governador do estado, Romeu Zema (NOVO), se manifestou de maneira contrária em entrevista concedida à CNN Brasil.

“Num momento de pandemia, em que os hospitais ainda continuam com o nível de ocupação extremamente elevado, e que a possibilidade de uma terceira onda não está descartada, eu avalio como não prudente fazermos qualquer evento que tenha aglomeração”, disse Zema, em entrevista à CNN Brasil.

Já o Rio Grande do Norte e a sua Arena das Dunas, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014, também já foram vetados. A governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), publicou uma mensagem em sua conta oficial no Twitter condenando a decisão e se declarou contrária à realização das partidas no estado.

Arena das Dunas - BrasilCopa2014.gov.br

O vice-presidente da Repúlica, Hamilton Mourão, por outro lado, afirmou que não vê problema na realização da Copa América no Brasil caso não haja público nos estádios.

"Não tem público né... Não tendo público não tem problema. É só dividir bem as sedes e acabou", disse ao ser questionado sobre a segurança para que se tenha jogos. "É menos risco (fazer aqui que na Argentina), que o risco continua", completou posteriormente.

Alinhado politicamente ao governo federal, Wilson Lima (PSC), governador de Amazonas, disse à CNN Brasil que “tem todo interesse” em receber as partidas da Copa América na Arena da Amazônia.

“O Amazonas está numa condição de estabilidade e, se seguirmos todos os protocolos, não vejo problema”, disse Lima. “Inclusive, vamos ter reunião essa semana com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para tratar da possibilidade de recebermos esses jogos. Já fizeram a avaliação do gramado e nos deram uma nota acima de oito”.

Segundo a repórter da Goal, Raisa Simplício, a ideia da Conmebol é realizar as partidas nos estádios Mané Garrincha, em Brasília, e na Arena da Amazônia, em Manaus. A final seria disputada no Maracanã, no Rio de Janeiro. Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, afirmou não ser contrário a ideia de utilizar o Mané Garrincha e que estariam "politizando a Copa América", enquanto Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, ainda não se pronunciou.

Por outro lado, segundo Alberto Machado, Secretário de Cultura, Esporte e Lazer do governo do Mato Grosso, o governador do estado, Mauro Mendes (DEM), colocou Cuiabá à disposição para a realização dos jogos na Arena Pantanal. Mendes foi ex-prefeito da cidade entre 2013 e 2016.

"O governador Mauro Mendes ligou para o Walter Feldman [secretário-geral da CBF] e colocou a Arena Pantanal e o estado de Mato Grosso para ser uma das sedes da Copa América. Ouvimos uma resposta positiva do Feldman que o estádio está apto para receber os jogos, mas precisa ser avaliada." explicou Machado.

Casa Civil se manifesta

O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou em entrevista coletiva que, caso a Copa América seja realmente realizada no Brasil, não terá público nos estádios. O general do exército brasileiro também deixou claro que a realização do evento ainda não está confirmada.

"Ainda não tem nada certo, quero pontuar de forma bem clara. Estamos no meio do processo. Mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possível atender." explicou o ministro.

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