Lionel Messi Neymar PSG 2022Getty Images

Messi, uma "fraude"? Neymar odiado? O fim de semana tenso das estrelas do PSG

Cinco dias depois de ver sua equipe ser desclassificada na Liga dos Campeões contra o Real Madrid, pelo agregado de 3 a 2, os torcedores do PSG deixaram claro que finalmente estão fartos e podem estar começando uma "revolução".

Enquanto os parisienses davam mais um passo na caminhada pelo título da Ligue 1 ao vencer o Bordeaux por 3 a 0, no último domingo (13), o Parc des Princes se transformou em um berço de ursos e somente Kylian Mbappe acabou sendo poupado.

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Enquanto os jogadores aguardavam o início do jogo já em campo, Neymar e Lionel Messi estavam entre os atletas vaiados pela multidão os titulares eram nomeados no estádio.

Durante o jogo, a equipe do PSG foi ridicularizada sem remorsos por seus próprios torcedores, com gritos de "olé" aos passes do Bordeaux.

Talvez o mais embaraçoso de tudo: Neymar foi vaiado até enquanto comemorava o segundo gol do jogo.

Seria um erro interpretar esta zombação como a de um torcedor mimado e zangado com o fracasso de seu time em progredir na Liga dos Campeões.

Não, eles estavam vaiando a maneira que o PSG saiu e, mais ainda, da cultura que tem sido fomentada ao redor do clube por anos.

Neymar está inevitavelmente como um dos líderes disto, tendo suportado uma temporada que tem sido de um padrão catastroficamente empobrecido.

O analusta Daniel Riolo, da RMC, comentou: "Não só deixamos este jogador apodrecer, como também o transformamos em um monstro. Neymar se tornou um monstro que, além disso, não é tanto mais um jogador de futebol."

"Você percebe o que ele representa? O maior salário da história do clube, o homem que deveria levar o PSG ao topo..."

"Hoje em dia, este jogador é odiado em todo lugar. Sua atitude, seu humor, tudo o que ele faz, você não pode ser um jogador e ser odiado tanto, você não pode. Nunca houve um jogador tão odiado como ele".

O PSG está agora alegadamente disposto a se desfazer de Neymar menos de um ano após ele ter assinado um novo contrato de quatro anos, mas seus possíveis compradores certamente estarão receosos, dado seu salário astronômico.

Enquanto isso, há o problema com Messi

O argentino não recebeu o crédito apropriado pelo nível de futebol jogado pelo PSG, particularmente em 2022, mas sua ótica ainda é insuficiente.

Suas aparições sem brilho não são ajudadas por sua postura em relação à defesa adversária, o que é ampliado agora que ele é o homem de área no trio de ataque.

"Os responsáveis pela derrota, para mim, são Neymar e Messi", disse o ex-jogador do PSG e estrela da França Jerome Rothen, à RMC, após a derrota para o Real Madrid. 

"Quando Leonardo os contratou, ele os colocou em um pedestal para nós: eles são lendas, têm seu status e são pagos por isso".

"Não estou atacando Marco Verratti, Danilo, Leandro Paredes ou Mbappe. Vou atrás dos outros dois, os dois mercenários".

"Tenho medo de falar de Messi como uma fraude, mas é a realidade. Ontem, ele andou em volta do campo. Luka Modric o deixou em seu bolso".

Mas as questões que o PSG está enfrentando não são apenas dentro de campo, e talvez seja por isso que os protestos do fim de semana foram tão potentes e significativos.

Toda a estrutura do clube está sob ataque. E há muito tempo que isso já era esperado para acontecer.

O diretor esportivo Leonardo, por exemplo, escapou das críticas, apesar de uma política de transferências persistentemente desconexa. Em última análise, a responsabilidade por uma equipe tão desajeitada, mas também tão incrivelmente desbalenceada, é do brasileiro.

Lionel Messi PSG 2022Getty

A campanha de transferência do verão passado parecia se basear mais na contratação de grandes nomes do que na abordagem de questões no plantel. Messi, Georginio Wijnaldum e Sergio Ramos foram todos superestimados, mas que não atingiram as expectativas.

O técnico Mauricio Pochettino ficou com um plantel que era taticamente inoperante e, embora ele certamente pudesse ter encontrado algumas soluções mais eficazes, recebe menos culpa por esta confusão do que aqueles acima dele.

Até mesmo o presidente Nasser Al-Khelaifi, que normalmente desfrutou de uma década serena no comando do clube, está agora sujeito a protestos vociferantes contra ele.

Afinal, foi Al-Khelaifi quem permitiu que a abordagem de laissez-faire ("deixe fazer") de Leonardo para lidar com os caprichos de Neymar e das outras estrelas do clube se tornasse endêmica.

Em 2020, o lateral-direito belga Thomas Meunier disse à RTBF: "Quando eu estava no Club Brugge, nós comemorávamos aniversários jogando dardos ou bilhar em um bar, mas no PSG isso é simplesmente ultrajante."

"Mas isso só reflete ao clube: alugar um palácio ou um prédio, festas com centenas de pessoas. É quando você vê que eles são mais que futebolistas; eles são estrelas."

"Eu sempre me diverti muito, mas foi tudo pouco extravagante e 'você conseguiu me ver?' Mas isso faz parte, faz parte do jogo".

As coisas não mudaram. Na verdade, só parece ter se tornado pior.

Nos bastidores, também, as fundações dos clubes nunca pareceram tão trêmulas desde que a Qatar Sports Investments (QSI) assumiu o controle, em 2011.

Nasser Al-Khelaifi PSGGetty Images

Al-Khelaifi está enfrentando a possibilidade de receber uma pena de dois anos de prisão por causa de um "negócio corrupto" de direitos televisivos da Copa do Mundo, enquanto até mesmo o interesse futebolístico dos proprietários do PSG pelos milionários está em dúvida.

Já começaram a cortar projetos, como a Academia Aspire de excelência esportiva, e há especulações de que o investimento no PSG possa ser reduzido, ou talvez até mesmo finalizado.

Os torcedores do PSG, portanto, têm muito ao que se preocupar, e em muitos aspectos a derrota para o Real Madrid é a menor de suas preocupações. E não apenas eles sabem disso. 

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