Carli Enderson Moreira Botafogo Operário Série B 15 11 2021Vitor Silva/Botafogo

Botafogo volta à elite do Brasileirão tendo em Enderson Moreira papel vital

O retorno do Botafogo à elite do futebol brasileiro foi sacramentado pelos pés de Rafael Navarro, grande destaque do time e desta temporada 2021 da Série B, na vitória por 2 a 1 sobre o Operário. Chay também teve boa atuação – colocou a bola na cabeça de Pedro Castro para o empate em um jogo nervoso e difícil. Na defesa, Joel Carli buscava passar tranquilidade. A caminhada alvinegra de volta à primeira divisão não conta com apenas um só destaque e vários são os personagens. Mas o marco que fez toda a diferença foi a chegada de Enderson Moreira.

Isso porque a maior parte do elenco já estava lá antes da chegada de Enderson. Alguns até estavam fazendo bom papel, mas o desempenho da equipe como um todo era muito abaixo sob o comando de Marcelo Chamusca, treinador que iniciou a temporada 2021 com a difícil missão de devolver o Glorioso à primeira prateleira do futebol brasileiro. Os resultados também eram péssimos. Antes de Enderson, o Botafogo estava mais próximo do rebaixamento à Série C do que da promoção para a elite. Depois de Enderson, tudo mudou: os resultados positivos vieram e o Botafogo disparou na tabela enquanto seus torcedores faziam coro ao meme que dizia: “tá embalado”.

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A história sobre como o Botafogo virou a chave para empilhar bons resultados e subir na tabela, até o ponto de ser o primeiro time a garantir o acesso para a Série A de 2022, é cercada de muitos elementos. Trabalho, dedicação e bom conteúdo obviamente são ingredientes de protagonismo nesta receita. Mas é impossível não citar também uma forte pitada de imprevisibilidade - o encaixe que não parece ser ciência exata, mas que no final das contas prova fazer toda a diferença.

Antes de Enderson, vale relembrar, o presidente alvinegro, Durcesio Melo, chegou a dizer que nenhum técnico queria aceitar a missão de trabalhar no Glorioso após a demissão de Marcelo Chamusca. “Ninguém quer vir”. Dentre as recusas mais famosas esteve a de Lisca, que preferiu o Vasco e, resumo da ópera, pediu para sair do Cruz-maltino após 12 jogos e muitas frustrações. Por outro lado, o próprio Enderson se encontrava longe do melhor momento de sua carreira. Foi por isso que o autor deste texto que você está lendo sentenciou, em julho de 2021, que Enderson só chegava ao Botafogo porque estava em baixa... como o próprio Botafogo.

Mas, na contramão da expectativa de manutenção de terra arrasada, técnico, jogadores e clube entraram em alta e conseguiram colher os frutos. Sair da metade de baixo da tabela para a liderança e o acesso garantido explica muito do sucesso da relação Enderson e Botafogo neste 2021, mas considerando todas as três passagens alvinegras pela Série B, o aproveitamento de seu atual técnico é o que mais impressiona.

Em 2003 Levir Culpi ajudou o Botafogo a subir tendo um aproveitamento de 56.1% dos pontos. Em 2015 René Simões teve ótimos 66.6% mas não resistiu a uma eliminação na Copa do Brasil, enquanto os 60% de sucesso de Ricardo Gomes na sequência foram necessários para assegurar o retorno à elite com o bônus do troféu. No momento em que sacramentou o acesso botafoguense à Série A de 2022, Enderson Moreira alcançou 73.6% de aproveitamento. Marcelo Chamusca teve 43.3% com o Bota.

“É duro escutar de algumas pessoas da imprensa que não fizemos bons trabalhos. Estamos pela terceira vez conseguindo um retorno para a Série A, com o Goiás, o América e agora o Botafogo. É claro que é uma dimensão maior, um clube tão tradicional. O Botafogo é um dos pilares do futebol brasileiro, um clube de destaque não só no cenário nacional, mas mundial”, disse Enderson após garantir de vez o acesso com o Alvinegro.

É possível afirmar, sem medo de errar, o papel vital de Enderson para recolocar o Botafogo na elite e dar um afago ao torcedor que tanto sofreu na temporada anterior. O que 2022 reserva tanto para o Botafogo quanto para Enderson é um questionamento ainda sem resposta.

As dificuldades deverão seguir, claro. É assim no esporte, especialmente em uma instituição que luta para equacionar seus problemas econômicos. Mas hoje, no presente, todos os lados podem comemorar por hora: o torcedor, o clube, os jogadores e Enderson. Voltar à primeira divisão tem uma importância gigantesca para o Botafogo e também para o treinador. Eles se encontraram em baixa e provaram que voos mais altos são possíveis.

“Eu cresci escutando histórias do Botafogo. É um prazer enorme este retorno. Como falei, a torcida sofreu muito no ano passado, muitas dúvidas para este ano. O clube precisava de novas atitudes, um novo caminho. É marcante na história do clube. É um recomeço e o clube merece, tem uma torcida apaixonada. É muito importante que o Botafogo dê uma resposta no cenário nacional com conquistas importantes. Ficamos felizes, principalmente se o Botafogo conseguir dar os próximos passos”, sacramentou o treinador.

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