O escândalo das redes sociais, o chamado "BarçaGate", continua ameaçando Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do Barcelona, desde que a rádio Cadena SER a tornou pública em 17 de fevereiro de 2020. A acusação é de que os então mandatários do clube catalão contrataram a empresa I3Ventures para defender Bartomeu e criticar atletas como Lionel Messi, Gerard Piqué e Xavi nas redes sociais. Como resultado, o presidente caiu, Messi quase foi embora do Camp Nou e prisões foram efetuadas.
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Com mais de um ano de polêmica, a Goal relembra os acontecimentos que proporcionaram esta crise.
Em fevereiro de 2020, a Caderna SER informou que o Barcelona havia contratado uma empresa de mídia para críticar jogadores e familiares, como a esposa de Messi, Antonella. As informações seriam que o clube catalão pagava pouco menos de 1 milhão de euros (R$ 6,7 milhões) para que os ataques fossem feitos nas redes sociais.
“Me deixou surpreso, porque não estava aqui, estava viajando. Quando cheguei, me inteirei um pouco de tudo. O presidente nos disse o mesmo que falou publicamente, na coletiva: qual era a situação, o que aconteceu. Não posso dizer muito mais”, declarou Messi na época.
Próxima partida
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Março foi um mês de relativa calma institucional. A pandemia do coronavírus e o consequente confinamento a partir do dia 14 colocaram o foco na questão da saúde. O BarçaGate não ganhou repercussão até abril, quando as demissões e declarações cruzadas entre os membros do conselho chegaram, sempre eletronicamente e frequentemente divulgadas pela mídia.
No ínicio de abril, seis diretores do Barcelona pediram demissão por discordâncias com Bartomeu e pelo escândalo com as redes sociais. "Devemos destacar também nosso desencanto com o lamentável episódio das redes sociais, conhecido como Barçagate, do qual fomos conhecedores por meio da imprensa", disseram os dirigentes em carta.
O próximo ato de Bartomeu neste cenário foi a demissão de Noelia Romero, em 8 de junho. Ela era diretora de conformidade desde fevereiro de 2019 e a pessoa responsável pelos controles internos do clube. Diante dos acontecimentos, Bartomeu ficou cada vez mais isolado e passou a correr o risco de sofrer um impeachment no clube.
Após uma auditoria feita no clube no mês de julho, algumas irregularidades foram apontadas, mas Bartomeu foi inocentado de responsabilidade na contratação de serviços online de difamação e corrupção, como Rousaud tinha sugerido.
Noelia Romero, que havia sido demitida de suas funções um mês antes, emitiu uma declaração tornando público seu “espanto em relação aos resultados da auditoria" e se colocou "à disposição da autoridade judiciária que realizou a investigação".
Então, a crise institucional começou a ter reflexos dentro de campo, principalmente após o Barcelona perder o título de LaLiga para o Real Madrid.
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Porém, o ápice da crise veio apenas em agosto. Primeiro, com a humilhante derrota por 8 a 2 diante do Bayern de Munique, pela Liga dos Campeões. Depois, com Lionel Messi comunicando a diretoria culé sobre sua vontade de deixar o clube.
Após negociações e muita especulação, o seis vezes melhor do mundo anunciou com exclusividade à Goal que ficaria no Barcelona. A crise continuou, e Bartomeu cedeu à pressão e renunciou à presidência em outubro.
Carlos Tusquets assumiu interinamente a presidência do clube enquanto aguarda as eleições de 7 de março. Nesta segunda (01/03), porém, a crise interna se agravou com a presença de policiais no Camp Nou em busca de documentos sobre o BarçaGate. A ação dos Mossos d'Esquadra também resultou na prisão de Bartomeu e outros dirigentes.