Trump vira alvo de jogadores dos EUA: "Uma das piores pessoas no planeta"

Após protestos na redes sociais contra a morte de George Floyd, alguns jogadores de futebol dos Estados Unidos se voltaram contra Donald Trump, presidente americano. As manifestações a respeito do brutal assassinato seguem a todo vapor no país, com as ruas do país tomadas há quase duas semanas por pessoas de todos os tipos mostrando sua indignação com o episódio. Então, Trump entrou em conflito com os manifestantes e disse que pode utilizar força militar caso os protestos se tornem violentos, o que revoltou boa parte da população.

É verdade que muitas manifestações estão violentas, com algumas propriedades públicas sendo depredadas e carros sendo incendiados. Mas Terrence Boyd, ex-jogador da seleção dos Estados Unidos que hoje defende o Darmstadt, da Bundesliga 2, acredita que o próprio presidente desempenhou um papel importante no aquecimento das chamas da desordem pública.

"Estou triste. Donald Trump é uma das piores pessoas do planeta”, disse Boyd à T-Online. “Ele está separando seu país e tornando as coisas piores nos Estados Unidos. Eu amo os EUA, mas odeio o que Trump fez do país”, completou.

Questionado sobre o que ele diria ao presidente se o encontrasse pessoalmente, Boyd disse: “Donald, você não tem vergonha? Mas Trump é tão egoísta que nem se incomodaria com isso”.

O jogador se mostrou contra o vandalismo e a violência contra policiais que foi vista nos últimos dias, mas disse que uma reação ao racismo que possa ser ouvida de verdade era necessária.

"É claro que nenhum carro deve ser incendiado ou policiais atacados. Muitos policiais têm famílias e são ótimas pessoas. Mas os protestos têm que ser altos, tem que aparecer, porque basta. Os afro-americanos precisam acabar com a constante injustiça”. 

Boyd, que também possui nacionalidade alemã, disse que o racismo existe no país europeu, mas não é como nos Estados Unidos.

“O racismo também é um problema na Alemanha, mas tem uma aparência completamente diferente nos Estados Unidos. A Alemanha continua sendo um país estável”.

Para agravar a situação, a crise acontece em meio a pandemia do novo coronavírus, em que o Estados Unidos é o país mais afetado pela doença até o momento, com mais de 100 mil mortes.

E para Michael Bradley, meia do Toronto FC que também defende a seleção americana, falta liderança para Donald Trump. 

"Temos um presidente que está completamente vazio. Não há um osso moral em seu corpo", disse Bradley em uma live. "Não há liderança, nem do presidente, nem dos senadores republicanos que foram totalmente cúmplices de tudo o que ele [Trump] fez nos últimos três anos e meio".

Sobre o assassinato de Floyd, Bradley também mostrou indignação, disse que o racismo deve ser combatido por todas as pessoas e voltou a criticar o presidente.

“Estou bravo, horrorizado, triste e determinado a fazer qualquer coisa, tudo o que puder para tentar fazer parte da correção. Porque tem que acabar. E todos nós temos que fazer parte disso”, disse ele. "Se queremos alguma chance de consertar essas coisas, Trump não pode ser presidente. É simples assim", acrescentou.

Boyd também explicou que, para ele, a diferença entre os Estados Unidos e a Alemanha está no governo. O país foi um dos primeiros a controlar o novo coronavírus e serve de exemplo para os países mais afetados. A Bundesliga também foi a primeira grande liga da Europa a retornar.

“Neste momento, durante a crise, está ficando ainda mais claro o quão importante a chanceler Angela Merkel é para o nosso país. Estamos liderando o caminho através da pandemia. Todo mundo nos inveja”, concluiu.

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