Ronald Koeman BarcelonaGetty Images

Ronald Koeman e um sonho que virou pesadelo no Barcelona

Para o Barcelona, a Champions League era sinônimo de expectativas destroçadas e traumas. Até Ronald Koeman acertar um chutaço, na cobrança de falta desferida na prorrogação da final de 1992, em Wembley, para garantir aos catalães aquele que seria, contra a Sampdoria, o seu primeiro título da máxima competição dos clubes europeus. Foi assim que o atual técnico dos culés entrou na história e panteão de ídolos do Camp Nou. Algumas décadas depois, contudo, a realidade não tem sido fácil para o holandês.

Koeman tem o seu futuro em jogo como técnico do Barcelona. Se os resultados não ajudam, o último deles um empate sem gols com o Cádiz, pior ainda tem sido a relação com o presidente barcelonista Joan Laporta, com quem o ídolo holandês trocou farpas recentemente.

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O Barça só venceu dois de cinco jogos na liga espanhola e foi inoperante em sua estreia na Champions League, sendo presa fácil para um Bayern que fez o Camp Nou parecer a sua casa na vitória por 3 a 0. Antes de chegar à área técnica barcelonista, na temporada passada, Ronald Koeman não escondia o sonho de um dia treinar o clube onde fez tanto sucesso como jogador – além de ter tido uma passagem como membro da comissão técnica de Louis van Gaal, na virada do último século para o atual. Hoje, é possível falar que o sonho revelou ser um pesadelo.

Koeman, que deixara o comando da seleção holandesa em nome de seu sonho barcelonista, já chegou para “apagar um incêndio” na última temporada. Lionel Messi queria sair e os bastidores do clube já estavam tensos. O time esteve longe de encantar, mas o peso de Messi ainda fazia diferença o bastante para levar a equipe ao sucesso na Copa do Rei 2020/21. Acontece que a situação institucional do Barcelona, afogado em dívidas, mostrou ser tão absurda que o clube não conseguiu manter Messi. Mesmo que Messi quisesse ficar. E sem contar com um deus do futebol, como é Lionel, o Barça mostra ter virado, ainda que momentaneamente, um time medíocre – no sentido de estar apresentando nível bem médio, sujeito a oscilações que não costumam aparecer em conjuntos que lutam por grandes taças.

"Messi disfarçava tudo. Era muito bom e ganhava (jogos). Lógico que ele tinha bons jogadores ao seu redor, mas ele marcava a diferença. Graças a ele, todos pareciam melhores. E isso não é uma crítica, apenas uma observação", disse o próprio Koeman em declarações recentes à Voetbal International.

“Eu não posso me queixar da atitude dos jogadores”, afirmou o holandês após o empate sem gols contra o Cádiz, em jogo marcado por chances desperdiçadas e pela expulsão do meio-campista Frenkie De Jong e do próprio Koeman (a do técnico já no apito final). “Fizemos tudo o que era possível. Era um jogo complicado e neste jogo nos faltou o último passe, a última oportunidade. Se não marcamos gols, você não ganha o jogo”, sacramentou o holandês.

Pressionado no cargo, sem Messi, sem paz e sem convencer em um time modesto para os parâmetros do Barça. O sonho de Koeman se transformou em um pesadelo.

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