German Cano Vasco da Gama Brasileirão 24 02 2021Getty Images

O peso do jejum de gols de Germán Cano na péssima Série B do Vasco

O Vasco entrou na Série B de 2021 com a expectativa de fazer um caminho seguro, em que pese a dificuldade desta edição da competição, para assegurar o retorno à elite. Mas a realidade tem sido dura, senão cruel: a 15 jogos de encerrar sua campanha, as chances de subir à primeira divisão é de 6% após mais um resultado adverso. Em seu último compromisso, em Florianópolis, o Gigante da Colina demonstrou todo tipo de fragilidades e foi derrotado por 3 a 1 pelo Avaí.

A derrota também representou um marco negativo para Germán Cano, apesar da assistência (a sua primeira nesta Série B) para Morato. Já são dez jogos sem gols do argentino, que agora vive o seu maior jejum sem balançar as redes desde que chegou, em 2020, ao Vasco. Principal referência no ataque vascaíno, Cano já provou ter grande faro artilheiro – tanto que em pouco tempo se tornou o maior goleador estrangeiro do clube neste Século XXI. Sendo assim, é impossível não perguntar o tamanho do peso de seu jejum de gols nesta péssima fase vascaína.

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Um dado que mostra rapidamente o peso de Germán Cano para o Vasco atual: quando ele balançou as redes nesta Série B sua equipe não perdeu. Os seus seis tentos na competição foram distribuídos em quatro vitórias e dois empates. O argentino é o artilheiro do time, mas o que fica mais claro nesta sua queda de desempenho é que não tem sido tão clínico quanto em seus melhores momentos com a Cruz de Malta ao peito.

Vamos aos números

Durante a campanha no Brasileirão de 2020 que terminou no rebaixamento, o Vasco era um dos times que menos criava oportunidades mas Germán Cano conseguia marcar gols em poucas chances. Sua taxa de conversão de gols por tentativas foi, segundo dados da Opta Sports, de 19% – superior, por exemplo, aos 18.4% de Gabigol e aos 17% de Claudinho, então no Red Bull Bragantino.

German Cano Vasco da Gama Oriente Petrolero Copa Sul-Americana 05 02 2020Rafael Ribeiro/Vasco(Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Nesta Série B o aproveitamento de Cano em conversão de gols por tentativas caiu vertiginosamente e hoje é de apenas 11%, a mesma média que Rafael Moura tem pelo Botafogo – onde vem sendo criticado, diga-se de passagem. Vale destacar que o Vasco tem sido um dos times com maior número de finalizações nesta edição da segundona.

Ou seja: Germán Cano poderia, sim, fazer melhor pois já mostrou que consegue fazer melhor. Mas está muito longe de ser o único problema do Vasco da Gama dentro de campo. A própria assistência dada para o gol de Morato, na derrota para o Avaí, mostrou isso. Ao invés de insistir sozinho na jogada, como fariam muitos outros centroavantes sedentos para acabar com uma grande seca de gols, o argentino jogou em equipe e se mostrou decisivo no lance.

Mas o que tem pesado contra este Vasco, que já foi treinado por Marcelo Cabo antes de Lisca assumir o comando, tem sido a quantidade de erros defensivos. Nenhuma equipe comete tantos erros que terminam em finalizações adversárias: até o momento foram cinco, segundo as métricas da Opta. Apenas Confiança e Sampaio Corrêa erraram tanto nesta Série B.

Contra o Avaí, o lance que resultou no segundo gol dos catarinenses mostrou até certa ingenuidade do time: colocaram mais homens na barreira do que para disputarem a bola pelo alto, dentro da área, em uma falta que claramente seria levantada para tal finalidade – o que de fato aconteceu e terminou com gol de Bruno Silva. No lance do terceiro gol do Avaí, o zagueiro Leandro Castán desistiu de correr enquanto o time sofria um contra-ataque.

Germán Cano não tem sido tão clínico quanto acostumou o torcedor, é claro, e seu jejum explica um pouco da péssima fase cruz-maltina. Mas não é a razão principal para o Vasco hoje ocupar a nona posição da tabela da Série B após 23 jogos disputados

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