A carreira de Lionel Messi esteve, mais do que nunca, nos holofotes nos últimos tempos. O desejo do craque de deixar o Barcelona movimentou o mercado da bola até que, por questões contratuais, ele ficou no clube. No meio do ano, porém, seu contrato se encerra e tudo pode acontecer.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
Contra o Dínamo de Kiev, pela Liga dos Campeões, o Barcelona teve um gostinho do que pode ser jogar sem Messi. A vitória por 4 a 0 mostrou que há esperança para o time, apesar de que o craque só não esteve em campo - assim como outros titulares do Barça - pela inferioridade do adversário
No jogo anterior, a derrota para o Atlético de Madrid, porém, Messi esteve em campo durante os 90 minutos, mas estava estranhamente quieto - na melhor das hipóteses estava apenas perdido, na pior, desinteressado. Mas este pode ser um indício do que o futuro reserva para o craque.
Em setembro, Messi disse à Goal que ficaria no Barça, mas por questões contratuais, e que estava desiludido com a forma como o clube estava sendo administrado.
Muita coisa mudou desde então - inclusive com a renúncia do presidente Josep Maria Bartomeu, desafeto de Messi no clube. Mas os acontecimentos recentes aumentam as chances da permanência ou as diminuem?
Abaixo, examinamos os fatores que podem determinar o próximo movimento de Messi:
Renovação de Pep Guardiola com o Manchester City
Getty/GoalGetty/Goal
Enquanto muitos acreditam que a passagem de Guardiola pelo City estava chegando ao fim, o treinador prorrogou seu vínculo com o clube e, diferente do que aconteceu em Barcelona e Bayern de Munique, vai estender o seu trabalho para além de quatro temporadas.
A renovação, porém, pode ser um chute no estômago do Barcelona na hora de tratar com Messi sobre o seu contrato. Quando a ideia era que o argentino deixasse o clube no meio de 2020, o City aparecia, principalmente por conta de Guardiola, como um dos favoritos a contratar o camisa 10.
Depois de temporadas juntos no Barça, Guardiola continua reafirmando seu desejo de ver Messi encerrar sua carreira no clube blaugrana e fugindo das perguntas sobre a ida do argentino para o City. Para o projeto do time inglês, no entanto, reunir os dois seria um feito e tanto.
E se o City já se interessava por Messi quando tinha que pagar por ele, a transferência gratuita no meio de 2021 deve ascender ainda mais as expectativas no Etihad Stadium.
Problemas financeiros do Barcelona
Getty ImagesGetty Images
Perder Lionel Messi de graça é um golpe e tanto para qualquer um - e ainda mais para um Barcelona em crise financeira. Na situação atual, todo o dinheiro possível é necessário ao clube que, na saída do argentino, ao menos teria uma diminuição drástica na folha salarial.
Os salários, inclusive, têm sido um problema para o clube, Para se encaixar no orçamento previsto pela La Liga, o Barça precisa, até o final da temporada, reduzir em cerca de € 190 milhões (R$ 1,2 bilhões) sua folha de pagamentos. A saída de Messi, por exemplo, já aliviaria em cerca de € 565 mil (R$ 3,5 milhões).
Este é um dos motivos pelos quais, segundo especulações, muitos dos candidatos à presidência do Barça vejam a saída de Messi como um infeliz necessidade para que o clube feche suas contas. Principalmente considerando que é pouco provável que o craque esteja interessado em ter uma brusca redução em seus vencimentos para renovar com um clube no qual está infeliz.
Eleição presidencial no Barcelona
Mesmo que a insatisfação de Messi venha da gestão Bartomeu - que, como disse o argentino à Goal, vinha '"fazendo malabarismos e tapando buracos" ao invés de criar um projeto - a saída dele pode se concretizar nas mão do novo presidente. Mas ninguém quer o peso de ter perdido Messi em suas costas.
Desta forma, a principal promessa de todos os candidatos é convencer Messi a ficar. No entanto, novamente, a questão fica à mercê da crise no clube. Com as eleições marcadas para 24 de janeiro, o eleito só teria mais uma semana para negociações antes do fechamento do mercado, em 1 de fevereiro.
Além disso, no momento da eleição, Messi pode já ter assinado um pré-contrato, o que pode fazer já em 1 de janeiro.
O novo presidente, então, terá um bom desafio para convencer Messi de que o Barcelona vai voltar a vencer - e logo. No entanto, isso exigirá algum esforço, já que o Barça terá pouco dinheiro para gastar no mercado - enquanto precisa urgentemente reforçar sua zaga. Isso tudo além de ter que torcer para que o pré-contrato não chegue antes.
Koeman x Xavi
Getty/GoalGetty/Goal
Apesar de dispensa a Luis Suárez, Messi não parece ter algum problema grande com o Ronald Koeman, diferente do que acontecia com Quique Setién. No entanto, nem isso, e nem o contrato de dois anos podem ser o suficiente para segurar o holandês no comando culé.
O contrato de Koeman prevê a possibilidade de o novo presidente eleito do clube reanalisar a situação do treinador e optar pela não continuidade do vínculo. Um troféus seria determinante para o ex-zagueiro, mas a 13ª colocação na Liga dificulta estes planos Enquanto isso, Xavi bate à porta.
Parece apenas uma questão de tempo para que o ex-companheiro de Messi, inclusive em títulos importantes, como da Champions, assuma o cargo no Barcelona. A relação dele com alguns candidatos e o apoio de outros parece ser uma ameaça ainda maior a Koeman.
Apesar de tudo, e mesmo com a boa relação com Messi, Xavi teria de convencer o argentino de que poderia transformar uma equipe com dificuldades em campeã, mas tudo depende de tempo. E aos 33 anos, é pouco provável que o craque esteja disposta a esperar o período de transição.
Estado de espírito
Getty ImagesGetty Images
Bem como disse Guardiola, tudo deve depender do que está acontecendo na cabeça de Messi. E Suárez já se mostrou preocupado com seu ex-companheiro.
Messi admitiu à Goal que toda a saga envolvendo seu desejo de deixar o Barça foi uma "drama brutal", extremamente desgastante para ele e sua família. Mas que, por outro lado, não deixou o clube por não querer envolver a Justiça em sua relação com o clube no qual está há 20 anos.
Além disso, mesmo que Bartomeu tenha renunciado, a bagunça que ele criou permanece. Consequentemente, tudo se resumirá a se Messi considera a nova administração capaz de resolver os muitos problemas do Barça, dentro e fora do campo.
No final das contas, tudo o que ele quer é uma equipe forte para jogar. "Quero brigar na Liga dos Campeões. Podemos ganhar ou perder, é muito difícil, mas temos que competir", disse à Goal.
Pelo lado na Champions, o Barça vai bem na fase de grupos, são quatro vitórias em quatro jogos, mas o time de Koeman não parece muito mais forte do que aquele que foi humilhado pelo Bayern de Munique na temporada passada.
No entanto, o potencial de crescimento do Barça pode ser um ponto a favor. Jovens jogadores têm surgido bem na equipe, nomes como Ansu Fati, Frenkie de Jong, Pedri, Sergiño Dest, Riqui Puig e Trincão se mostram uma boa esperança para o futuro do clube.
Tirar o peso das costas de Messi parece ser a melhor solução de momento. O argentino já se mostrou insatisfeito carregando o time e ainda mais preocupado em se tornar uma fardo para o clube que o adotou aos 13 anos. Inclusive, tentou uma transferência na última janela, não só porque ele precisava, mas também porque "o clube precisava".
Por ora, o palco está montado, então, para uma conclusão tensa deste drama brutal. E um final feliz parece improvável.



