Sadio Mane Senegal AfconGetty Images

Mané colocou a vida em jogo para ser campeão da África por Senegal

Sadio Mané foi além do limite de seu corpo pelo título da Copa Africana das Nações, para o desespero do Liverpool. O atacante revelou que, literalmente, colocou sua vida em risco para entrar em campo pela seleção de Senegal, descumprindo ordens médicas, de tão determinado que estava em ajudar seus companheiros a atingir a glória africana.

Senegal pôde comemorar um título continental em 2022, e muito disso foi graças a Sadio Mané. Além de ser um dos principais jogadores de sua seleção, o atacante, que acabou de fechar contrato para defender o Bayern de Munique, se sacrificou ferozmente por seu país. Literalmente.

Futebol ao vivo e quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!

Mais artigos abaixo

Isso porque, no jogo das oitavas de final da AFCON, contra Cabo Verde, Mané precisou deixar o campo ainda no início do segundo tempo, por ter sofrido um choque que lhe causou uma concussão. Por determinações médicas, o atacante de 30 anos deveria ter ficado de repouso por cinco dias para diminuir o risco e complicações.

No entanto, apesar das orientações dos especialistas, e do desespero do Liverpool, seu então clube, para que ele cumprisse as determinações, o jogador se arriscou, conforme ele revelou em uma entrevista ao Pro Direct Soccer France.

“Quando me machuquei contra Cabo Verde e tive uma concussão, não falei sobre isso naquele dia", disse Mané. “O Liverpool pressionou a federação e escreveu uma carta à FIFA dizendo que eu precisava de pelo menos cinco dias de descanso, o que significava que eu perderia as quartas de final'.

“Nosso médico da seleção também teve que seguir essas regras. Quando me disseram isso, liguei para o treinador e disse: 'O médico não quer que eu jogue, mas você tem que me colocar no time titular'. Também liguei para o presidente da federação e disse que precisávamos fazer uma reunião porque tinha que jogar. Eu poderia desistir da minha vida”, revelou o jogador.

“Eu disse que sabia que não deveria jogar, mas queria fazer um contrato. Seria minha responsabilidade. Se eu morresse, eles teriam que dizer que era minha culpa. De ninguém mais. Eles disseram 'Sadio, você não pode jogar', mas eu disse que estava fora de questão", continuou. “Era por volta de 1h ou 2h, todo mundo entrou em pânico e eu disse 'treinador, eu sei que até você está com medo. Apenas escreva uma carta dizendo que joguei voluntariamente caso eu morra ou aconteça o que acontecer'. Todos estavam tensos".

O jogador, pressionado, acabou não assinando o termo de responsabilidade e, ao invés disso, concordou em realizar um novo exame no dia da partida das quartas de final para ver como estava sua cabeça. No final, o exame não apontou nenhum risco e a Confederação Africana de Futebol o liberou para entrar em campo no jogo em que ele deu assitência para o primeiro gol de sua equipe.

Dois jogos depois, com direito até a gol de Mané, a seleção do Senegal empatou em 0 a 0 com o Egito e, nos pênaltis, foi campeã da AFCON pela primeira vez em sua história.

Publicidade