Estreia de Rogério no Flamengo tem mais de Jorge Jesus e menos de Domènec

O Flamengo perdeu para o São Paulo a partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil, é verdade, mas o resultado em si pode não refletir perfeitamente como foi a estreia de Rogério Ceni no Rubro-Negro. Apesar da derrota, a zaga sofreu pouco, ao contrário do que vinha acontecendo com Domènec, e no ataque, o time apresentou alguns conceitos dos tempos de Jorge Jesus, apesar do pouquíssimo tempo de trabalho.

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Em sua apresentação como novo treinador do Fla, na terça-feira (10), Rogério já admitiu que pretendia retomar algumas ideias usadas por Jorge Jesus. Um dia depois, dentro de campo, foi exatamente o que aconteceu. 

Com a convocação de Pedro, Gabigol voltou ao ataque e teve ao seu lado Bruno Henrique, que deixou de jogar preso no lado esquerdo para voltar a ficar mais perto do gol, com mais mobilidade, ao lado de seu parceiro de ataque.

E foi exatamente assim que o Flamengo criou a maior parte das chances ofensivas. Ao melhor estilo 2019, Gabigol e Bruno Henrique se movimentaram, tabelaram pelo meio, abriram pelas pontas e, principalmente, finalizaram. Em um desses lances, o gol saiu, com assistência de BH e gol dele, Gabigol, que não jogava há mais de um mês. A comemoração também foi ao melhor estilo 2019, com a ‘fusão’ dos dois atacantes.

Além disso, o Flamengo também voltou a marcar forte a saída de bola adversária, um dos principais pilares no estilo Jorge Jesus. Dessa forma, o time carioca sufocou o São Paulo, que até tentou trazer Dani Alves atrás dos zagueiros para organizar a saída de bola, mas sem muito sucesso. 

Com a pressão, o Fla conseguiu roubar diversas bolas em seu campo de ataque e criou oportunidades claras desta forma. Em uma delas, Arrascaeta poderia ter rolado para Bruno Henrique, sozinho no meio da área, completar para o gol. Mas o uruguaio tentou finalizar de esquerda e mandou para fora. 

Mas além das chances criadas e das bolas roubadas, a marcação pressão fez com que o São Paulo tivesse dificuldades para organizar as jogadas ofensivas. Consequentemente, a zaga Rubro-Negra sofreu muito menos - o trabalho de qualquer zagueiro fica muito mais fácil quando a bola já chega mascada.

Rogério Ceni Diego Alves Flamengo São Paulo Copa do Brasil 11 11 2020Alexandre Vidal/CR FlamengoFoto: Alexandre Vidal/CR Flamengo

Ao contrário do que acontecia com Dome, a defesa não ficou exposta, não tomou muitos contra-ataques e teve uma atuação mais segura, apesar de ter levado o primeiro gol em uma bola enfiada nas costas dos zagueiros.

Após o apito final, Rogério não mostrou qualquer vaidade em admitir que realmente baseou seus conceitos no modo como Jorge Jesus montou o Fla em 2019.

“Acho que é como eles mais gostam de jogar, como mais se sentem confortáveis (...) Voltamos para metodologia que vejo que é sucesso no Flamengo”, destacou o treinador em coletiva depois do jogo.

É claro que nem tudo foi uma maravilha, afinal de contas, o Flamengo perdeu. Mas a derrota veio muito em função da falha de Hugo, um lance pontual que não deve se repetir muitas vezes ao longo da temporada.

O que fica de bom? Um time a princípio mais parecido com o de 2019, que jogou bem apesar dos desfalques importantes - Rodrigo Caio, Pedro, Everton Ribeiro, Isla e Filipe Luís - e que tem bastante espaço para evoluir na temporada.

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