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Copa América 2021 pode sair do Brasil ou ser cancelada?

A CBF está vivendo um momento delicado interna e externamente, o que coloca em dúvida até mesmo a realização da Copa América no Brasil. A entidade vê descontentamento de jogadores, comissão técnica e parte da torcida, além de ter que lidar, também, com as recentes denúncias de assédio apresentadas contra o presidente Rogério Caboclo.

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Os problemas na CBF começaram a surgir quando a Copa América foi transferida para ter sede no Brasil. O país vive um momento crítico da pandemia, o que descontentou parte dos torcedores. Jogadores e comissão técnica também se incomodaram, também pelo fato de terem descoberto da mudança pelo noticiário e não pela boca dos dirigentes da entidade. Conforme apurou a Goal, alguns líderes da seleção estiveram com Rogério Caboclo um dia antes do anúncio.

Internamente, os oito vice-presidentes da CBF, segundo o Uol, não foram consultados sobre a mudança de sede para o Brasil, uma vez que Caboclo teria tratado o assunto diretamente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que aumentou ainda mais a instabilidade do torneio no país.

Além disso, questões com a comissão técnica da seleção aumentam a tensão com a CBF. Um áudio de 2018, revelado pela ESPN, mostra uma conversa do atual presidente da entidade, à época diretor executivo de gestão, com então coordenador de seleção, Edu Gaspar, sobre o desejo de trocar peças na comissão técnica.

Atualmente, o treinador Tite também sofre uma pressão e, segundo a coluna de Danilo Lavieri no Uol, a coletiva de imprensa concedida pelo técnico, indicando o descontentamento dos jogadores com a realização da Copa América, não foi bem vista pelos dirigentes e, desta vez, as desavenças podem não ser superadas como em outras ocasiões. Segundo o Uol, se Caboclo não der atenção aos atletas e responder às demandas, Tite pode entregar o cargo.

Rogerio Caboclo CBF 05 12 2019Getty Images
Foto: Getty Images

Em paralelo, o ge apresentou uma denúncia feita por uma funcionária da CBF contra Caboclo, alegando ter sido moral e sexualmente assediada por ele. Segundo informações do repórter Pedro Ivo Almeida, da ESPN, a situação ficou insustentável para ele, que já não é mais nem tratado como presidente internamente.

Além das polêmicas internas da CBF, começou uma movimentação de jogadores para um possível boicote à Copa América. Segundo o ge, Neymar entrou em contato com líderes de outras seleções com a possibilidade de uma ação geral contra o torneio, mas nem todos concordaram, principalmente pelas questões financeiras - só pela participação cada seleção recebe US$ 4 milhões. 

Além de atletas da seleção brasileira, outros nomes grandes do futebol também estariam contra a realização da Copa América. Segundo a Folha de São Paulo, Ricardo Gareca (treinador da seleção peruana), Sergio Agüero (jogador da seleção argentina) e Luis Suárez (jogador da seleção uruguaia) também são contra a viagem ao Brasil, enquanto rumores apontam que Lionel Messi teria dito ao presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), que jogar o torneio seria "inconveniente".

O FifPro, sindicato internacional de jogadores de futebol, também foi consultado, e recebeu uma resposta de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol. Ele alegava que o futebol sul-americano foi o primeiro a ser paralisado por conta da pandemia e garantiu que protocolos serão seguidos para a realização da Copa América.

A Copa América no Brasil vai acontecer?

Apesar de todas as questões que envolvem a seleção brasileira, a CBF e a própria Copa América, nada oficial indica que o torneio não vá acontecer ou possa ser adiado. O colunista Marcelo Rizzo, do Uol, disse que, mesmo se estiverem desfalcadas por um possível boicote de jogadores, as associações prometem jogar a competição.

A informação, porém, é da manhã de sexta-feira (4), antes de algumas das polêmicas parecerem - como a denúncia de assédio contra Caboclo. No final da tarde, o jornalista Andrei Kampff, também do Uol, informou em sua conta do Twitter que a Conmebol já começava a repensar a realização da Copa América. Os impactos de um possível adiamento ou até cancelamento estariam sendo analisados pela entidade sul-americana. 

No entanto, o presidente Jair Bolsonaro participou na noite de sábado (6) de uma reunião do Conselho da Conmebol, para discutir a realização ou não do torneio no país, e reiterou que o Brasil está pronto para sediar a Copa América.

O recado, apesar de ter agradado os cartolas da confederação, ainda é tratado como dúvida, depois que os capitães das dez seleções que vão jogar a Copa América, teriam se recusado a participar do encontro, enquanto cartolas de Brasil, Argentina e Uruguai relataram que enfrentam resistências internas. 

Antes da realização da Copa América, as seleções ainda têm os compromissos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Os jogos terminam na terça-feira (8), alguns dias antes da data em que está marcado o início do torneio - 13 de junho.

STF vai discutir possível cancelamento

Na quinta-feira (10), o Superior Tribunal Federal vai fazer uma sessão extraordinária para tratar do assunto sobre a realização ou não da Copa América no Brasil, em um processo aberto pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o deputado federal Júlio César Delgado, e de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, pedindo o cancelamento do torneio.

O processo foi distribuído no STF no dia 1 de junho, um dia após o anúncio por parte da Conmebol de que a Copa América seria realizada no Brasil. Júlio Delgado, autor da ação, defende que "trata-se de verdadeiro contrassenso sediar um evento desta magnitude num momento tão delicado, como se não bastassem as dificuldades atuais que já são enfrentadas".

Segundo a Ministra Cármen Lúcia, a sessão extraordinária foi marcada por conta da "excepcional urgência e relevância do caso e da necessidade de sua célere conclusão, considerando que se noticia o início da competição desportiva questionada para o próximo dia 13 de junho".

Os jogadores da seleção podem fazer um boicote à Copa América?

Apesar da clara insatisfação do elenco e da comissão técnica da seleção brasileira, exposta por Tite e Casemiro, os jogadores devem optar por disputar a Copa América. Desde o anúncio do Brasil como sede do torneio, antes previsto para acontecer na Argentina e na Colômbia, os jogadores da Seleção passaram a discutir um possível boicote.

Segundo o ge, a decisão dos atletas de jogar a Copa América deve ser comunicada juntamente com um manifesto criticando à forma como o evento foi organizado. A tendência é que o posicionamento só aconteça após a partida contra o Paraguai, às 21h30 (de Brasília) desta terça-feira, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Após a partida contra o Equador, vencida pela seleção brasileira por 2 a 0 no Estádio Beira-Rio, o volante e capitão do time, Casemiro, comentou a insatisfação dos atletas.

"Nosso posicionamento todo mundo sabe, mais claro impossível, Tite deixou claro nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e uma hierarquia que temos que respeitar, e claro que queremos dar nossa posição", disse.

Parte da insatisfação dos atletas tinha relação com Rogério Caboclo, que não tem a aprovação dos jogadores. O presidente da CBF foi afastado preventivamente por 30 dias do cargo após denúncias de assédio sexual por uma funcionária da entidade.

Argentina confirma participação na Copa América

Após críticas do técnico Lionel Scaloni, 

Associação de Futebol Argentino (AFA) confirmou a participação da seleção argentina na Copa América no Brasil por meio de uma nota oficial nas redes sociais, na tarde deste domingo (6).

"A seleção argentina confirma sua participação na Copa América 2021, como reflexo de seu espírito esportivo ao longo de toda a história", diz uma parte do comunicado oficial.

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