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Condução da Copa América incomoda jogadores, e Caboclo vira alvo na CBF

Líder isolada das eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo, a seleção brasileira tinha tudo para estar vivendo um ambiente de tranquilidade. No entanto, dentro da CBF, o ar é de caos político, com o presidente da entidade, Rogério Caboclo, tornando-se alvo de dirigentes, comissão técnica e até de jogadores. Vários são os pontos que levaram à situação de hoje - a condução da Copa América foi o estopim. 

Conforme trazido pela Goal, em uma reunião virtual no início da semana, o Brasil foi o "escolhido" como único país capaz de organizar e receber os jogos num intervalo de 12 dias. Sem titubear, Caboclo aceitou a sugestão e, com aval do presidente Jair Bolsonaro, concordou em sediar o torneio. A comissão técnica da seleção em momento algum participou da decisão. 

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Segundo apuração da Goal, a situação causou desconforto geral, principalmente entre os atletas. Alguns líderes do grupo estiveram com Rogério Caboclo um dia antes e nada foi falado a respeito. Todos foram surpreendidos na manhã da última segunda-feira (31), ao lerem o noticiário esportivo e a ebolição em cima da decisão. 

Na última quinta-feira (3), durante coletiva de imprensa, Tite comentou que há uma "opinião clara" do elenco a respeito da Copa América, mas ressaltou que só será externada no "momento oportuno". 

"Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara. Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora. Temos uma prioridade agora de jogar bem e ganhar o jogo contra o Equador. Entendemos que depois dessa Data Fifa, as situações vão ficar claras. Eles têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nessa entrevista", disse o treinador. 

Se dentro da CBF a situação para Caboclo não é confortável neste momento, na Conmebol o dirigente também já não tem mais o mesmo prestígio. Para se ter uma ideia, ao decidir que o Brasil receberia a Copa América, havia uma logística praticamente desenhada na cabeça do dirigente, mas o plano inicial precisou ser modificado pela recusa de algumas cidades em receber o torneio. 

Recife e Natal estavam na rota inicial ao lado de Brasília e Manaus. Mas as duas primeiras cidades se negaram a receber os jogos. Manaus, que recentemente teve uma forte onda de Covid-19, virou carta fora do baralho por ter causado "receio" aos dirigentes das demais federações sul-americanas, principalmente os da AFA, a entidade responsável pelo futebol argentino. 

INSATISFAÇÃO DE TITE

Se os jogadores externaram recentemente a insatisfação com Caboclo, a de Tite já vem de mais tempo. O treinador começou a ser mimado desde o final da Copa do Mundo da Rússia, em 2018. A saída de Edu Gaspar foi um duro golpe, já que Tite tinha no hoje dirigente do Arsenal seu braço direito. Era Edu quem conseguia dar uma blindagem ao comandante. 

Outro ponto que incomoda bastante Tite é o fato de Rogério Caboclo jamais ter defendido o treinador das críticas por convocar jogadores que atuam no futebol brasileiro, o que culmina em desfalques para os clubes locais em jogos importantes. Segundo avaliação da comissão técnica, este é um problema que precisa ser resolvido pelo presidente da entidade junto aos clubes, incluindo aí a questão do calendário. 

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