Fabio Carille Corinthians Fluminense Sul-Americana 29 08 2019

Carille usa Guardiola como exemplo e fala em construir Corinthians para 2020

Se o rebaixamento fosse definido por oportunidades ofensivas criadas, o Corinthians estaria correndo risco neste Brasileirão. Considerando as 20 equipes da elite, o Alvinegro criou até este momento 168 chances com a bola em movimento – somente Goiás, CSA e Botafogo possuem números piores.

Um futebol mais ofensivo foi uma das promessas feitas por Fábio Carille em seu retorno para esta temporada, mas até o momento a sua equipe continua mais conhecida pelo pragmatismo defensivo do que pelo encanto. A competitividade continua: o time tem a melhor defesa do campeonato (sofreu apenas 13 gols) e soma o maior número de jogos em que não sofreu gols (13). Ajuda a explicar como o elenco mais limitado dos últimos anos está na quarta posição.

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“Muita gente fala que está ruim, não está ótimo, mas está bom. Título Paulista, semifinal de Sul-Americana e parte de cima do Brasileirão. Um ano bom”, disse o próprio Fábio Carille após o empate sem gols contra o Grêmio, sábado (05), em Porto Alegre, duelo que deixou evidente os dois extremos de seu time: dificuldade para criar, solidez para destruir.

Ao falar, mais uma vez, sobre a necessidade de melhorar a criatividade ofensiva de seu time, Carille citou um pensamento de Pep Guardiola, que fez história no comando de Barcelona, Bayern e agora pelo Manchester City: "Tivemos muitas mudanças neste ano. Tem hora que coloco dois atacantes e dá certo, tem hora que não. É nossa busca ainda. Guardiola fala que para conhecer um time você precisa estar um ano com ele. E é um cara que trabalha com o jogador que quer”.

GFX Carille CorinthiansSeis jogadores do time base em 2019 já trabalhavam com Carille

Considerando o time-base do Corinthians em 2019, seis jogadores já conheciam Carille a pelo menos um ano. E boa parte deles joga na defesa: Fagner (lateral), Avelar (lateral) e Ralf (volante). Dentre os jogadores mais criativos, Clayson é um dos titulares habituais mais vezes utilizados. Considerando todo o elenco, Jadson (meia), Pedrinho (ponta) e Mateus Vital (meia) são outros dos jogadores mais criativos à disposição do treinador – Gabriel (volante) e Cássio completam a lista dos principais corintianos que já conheciam bem o comandante.

Gil ainda não havia sido treinado por Carille no time principal, mas o treinador o conhece de longa data - já que em 2015, quando treinava a defesa no time de Tite, o zagueiro já estava no Timão, assim como Vagner Love no ataque.

Novatos com Carille

Sornoza - Corinthians - 20/01/2019Sornoza chegou para ser o cérebro criativo, mas ainda não convenceu (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Em 2019, os principais nomes que chegaram ao Corinthians foram, na maioria, jogadores do meio para a frente: Vagner Love (atacante), Boselli (atacante), Gustagol (atacante que voltou de empréstimo), Sornoza (meia), Everaldo (meia/ponta), Ramiro (meio-campo), Júnior Urso (meio-campo) e Manoel (zagueiro).

Inexperiência que não é o ideal

Pedrinho Corinthians São Paulo Brasileirão Série A 26052019Alexandre Schneider/GettyJovem, Pedrinho é o grande destaque na criação de jogadas ofensivas (Foto: Getty Images)

Com apenas 21 anos, Pedrinho é a grande liderança técnica do time. Mateus Vital é outro, dentre os que já estavam há pelo menos um ano com Carille, que tem passe apurado mas cuja pouca idade (também 21 anos) talvez não seja o mais indicado para carregar nas costas a criação de um grande time.

“Não temos muitas opções ofensivas e velocidades, todos garotos, Pedrinho, Vital, Janderson, todos jovens”, disse Carille após a derrota para o Independiente del Valle, na Sul-Americana, deixando claro a opinião sobre ficar dependente do talento de jogadores ainda em formação.

Em relação a chances criadas (29), especialmente as com a bola em movimento (27) e finalizações a gol (16), Pedrinho lidera as estatísticas no time. Clayson e Vital, outros de seus velhos conhecidos, são os outros jogadores de linha avançada que mais criam com a bola em movimento (19 e 14, respectivamente).

Ao citar Guardiola e a tal “regra do primeiro ano”, Carille conseguiu um argumento para explicar por que o seu time não vai conseguindo evoluir ofensivamente. O pragmatismo que marcou a cultura de jogo corintiano nos últimos anos deverá seguir até o fim de 2019, sob a confiança de que entrega resultado e que é o melhor que se tem para hoje. Para amanhã, 2020, Carille não terá a mesma desculpa quando for explicar a falta de inspiração criativa de seu time.

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