Haaland Barca BarcelonaGetty Images

Barcelona traça fórmula para poder contratar Haaland

O Barcelona segue em busca de novos reforços para Xavi Hernández, técnico da equipe. Agora a diretoria definiu que seu próximo alvo será Erling Haaland, atacante do Borussia Dortmund, para a próxima temporada.

Desde que Joan Laporta assumiu a presidência do clube em março de 2021, a equipe ainda sofre sérios problemas econômicos, tendo dificuldade para contratar e não ter limite salarial suficiente para incluir esses jogadores no plantel.

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Recentemente, aliás, a equipe desembolsou uma boa quantia para contratar Ferrán Torres, do Manchester City, e renovou com Umtiti por mais tempo para liberar a folha salarial. Dito isso, o grande desejo de Xavi, treinador da equipe, era Álvaro Morata, mas os problemas econômicos persistem.

Apesar de todas as dificuldades, no entanto, o Barcelona já definiu uma estratégia para contratar Haaland. A equipe sabe que precisará desembolsar, pelo menos, 75 milhões de euros na contratação, e pouco mais de 40 milhões em comissões. Além disso, Halland ganharia 50 milhões de euros por ano em salários, mas isso, de fato, não parece preocupar o Barcelona.

A grande chave da equipe espanhola é a movimentação no mercado. A GOAL apurou que, para contratar o atacante, o Barcelona deve negociar ativos, como a produtora audiovisual Barça Studios.

"Se você vende o Barça Studios, já está resolvido", disse um alto funcionário de La Liga a um executivo do Barcelona dias atrás. A venda de 49% das ações da produtora - o Barcelona quer manter a maioria - foi aprovada pela assembleia de sócios no ano passado. O clube calcula que o preço de venda seja próximo de 100 milhões de euros: 50 milhões de euros pagos de uma vez - já orçados nas contas - e outros 50 milhões de euros destinados a investir no produto audiovisual.

"Com esta venda a equipe terá fichas", insistiu o dirigente de LaLiga, uma vez que tal renda pode ser gasto integralmente no registo de jogadores sem depender da fórmula 1/4, pela qual o Barça continua sendo governado hoje. Esta fórmula é aplicada aos clubes que violam o limite salarial acordado com a organização.

De acordo com esse limite, o Barça não deve ter a folha salarial acima dos 98 milhões de euros, mas sua massa salarial ainda está acima de 400 milhões de euros. Ou seja, quase 300 milhões a mais do que deveria. É por isso que, até que o limite não aumentar, o clube só pode gastar um milhão de euros por cada quatro milhões guardados.

No entanto, uma receita como a venda do Barça Studios não é considerada para a poupança, o que tem impacto total no limite salarial, que é calculado tendo em conta a diferença entre entrada e despesas. Portanto, ele pode ser usado totalmente para contratar o jogador.

Para a próxima temporada, porém, uma vez encerradas as contas relativas à temporada 2021/22, o Barcelona terá um limite salarial consideravelmente superior ao atual. As perdas de 481 milhões de euros atribuídas à temporada 2020/21 tiveram uma influência muito negativa no limite, que despencou em dois anos de 671 milhões, em 2019/20, para 348 milhões, em 2020/21, terminando em 98 milhões.

O Barcelona sabe que seu quadro atual continua com salários exorbitantes, apesar de ter conseguido todas as reduções desejadas. O objetivo do Barça era fechar o ano com um lucro de 5 milhões, algo que não acontecerá a não ser por um milagre, devido a eliminação da equipe na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Apesar disso, o clube está negociando a venda de vários ativos comerciais como o peito e a manga da camisa, além do uniforme de treino por um valor próximo a 80 milhões, conforme noticiou o jornal ARA. Se o clube recebesse um adiantamento, esse dinheiro também teria um grande impacto no limite salarial, que o clube calcula em cerca de 400 milhões de euros.

Ousmane Dembélé BarcelonaGetty Images

Com isso, a equipe segue em busca de negociar outros jogadores. O primeiro a sair, se finalmente não renovar, será Ousmane Dembélé, que reduzirá a folha salarial consideravelmente, além de Sergiño Dest, Samuel Umtiti e Martin Braithwaite.

Até o momento, a venda do Barça Studios não está no caminho certo. O principal problema, reconhecido por todas as partes, é o direito de imagem dos jogadores do time principal masculino. "É um mal endêmico do clube", comentam da área comercial.

Durante décadas, os direitos de imagem foram propriedade dos próprios jogadores, que costumam vendê-los a terceiros. Isso impede que, do Barcelona, ​​seja produzido conteúdo com a imagem desses jogadores.

Em outras palavras, o clube não poderia gravar e transmitir um documentário sobre a vida cotidiana de Marc-André ter Stegen, por exemplo, a menos que pague para usar sua imagem. O que o Barça tem são direitos coletivos, com os quais pode usar a imagem de vários jogadores ao mesmo tempo. Até alguns meses atrás, o mínimo era de cinco jogadores. Agora, após várias negociações, o clube conseguiu que em vários casos apenas três possam aparecer. Mas ainda não tem a possibilidade de apenas um protagonista aparecer.

Este é um grande problema na hora de vender 49% do Barça Studios, que também não tem direitos de transmissão ao vivo, que o clube já vende através de LaLiga. "O prato completo é um hambúrguer com batatas. Se você não tem o hambúrguer, que são os direitos de TV, e você também não tem as batatas, que são os jogadores, o que você vende? A alface?", comentam.

Essa alface, segundo essas fontes, corresponderia a outras possibilidades de produtos, como histórias de partidas da base ou Barça Legends. "Ninguém se importa com isso", dizem eles. "Ninguém compraria o Barça Studios se você não tiver a capacidade de atrair o torcedor. E o torcedor quer gols e ver Piqué e Ansu Fati amarrando as chuteiras no vestiário", acrescentam.

Durante os últimos meses, e continuará assim nos próximos meses, um dos objetivos do Barcelona é recuperar parte dos direitos de imagem dos jogadores. Em alguns casos, basicamente em renovações de contratos recém-assinados, Mateu Alemany conseguiu concluir a negociação com sucesso. Esse aspecto é tão importante para o clube que Joan Laporta se envolveu pessoalmente.

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