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Brilho de Endrick na seleção mostra que Real Madrid é mais realidade do que sonho e inicia ritual de despedida do Palmeiras

Orgulho e, de certa forma, coração apertado. Foi com a sensação de ver sua cria sendo reconhecida fora de suas fronteiras, e já com despedida marcada, que o torcedor palmeirense comemorou os gols de Endrick sobre Inglaterra e Espanha, nos amistosos da seleção brasileira. Não houve assunto maior, que gerasse mais interesse, nesta rodada de amistosos internacionais, do que os feitos da mais nova joia brasileira.

Endrick saiu do banco de reservas para fazer gol, o seu primeiro pelo Brasil, e se tornar, aos 17 anos, o jogador de seleção mais jovem a balançar as redes de Wembley. Somente Pelé, Edu e Ronaldo Fenômeno demoraram menos para comemorarem um primeiro gol pela equipe nacional. Ao mesmo tempo que representou uma breve apresentação ao mundo e um novo horizonte de possibilidades, também iniciou definitivamente o ritual de despedida de casa.

“Te esperamos aqui”, disse o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, em conversa com Endrick após o emocionante (e polêmico, por causa da arbitragem) empate em 3 a 3 contra a Espanha. A pouquíssimos metros do mandachuva merengue estava Leila Pereira, mandatária do Palmeiras. Mais oficial que isso, apenas se tivessem entregado logo as chaves do Santiago Bernabéu para o menino.

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  • endrickGetty Images

    Do sonho à realidade

    O relato publicado recentemente pelo The Players Tribune mostra o encantamento que o Real Madrid já puxava de Endrick: “o time que eu sempre escolho no PlayStation”, um sonho que parecia tão distante que fazia até mesmo um menino já ousado para traçar planos hesitar em oficializar tal meta em seu caderninho. O objetivo, contudo, foi completado em dezembro de 2022, quando os merengues acertaram a sua compra junto ao Palmeiras.

    Ser contratado pelo Real Madrid é uma coisa, mostrar que está à altura de jogar no clube é outra história. E será um desafio que Endrick vai ter que passar e superar, mas a vida muitas vezes dá sinais. Ter puxado para si o protagonismo em um experiente time do Palmeiras, para ajudar a equipe a ser campeã brasileira em 2023, foi um destes sinais.

    Mas a exibição com gol, entrega, passes ousados e visão de jogo em pleno Santiago Bernabéu, no 3 a 3 contra a seleção espanhola em 2024, parece sair do campo especulativo para ser rotulado como evidência: Endrick é jogador para o Real Madrid.

    E não apenas pela bola demonstrada, mas na personalidade: não teve medo de entrar em dividida e provocar adversário, mas também não foi lunático após jogada dura com Dani Carvajal, veterano do Real Madrid, tendo um rápido e respeitoso acerto de contas com o futuro companheiro de time, como se já estivessem treinando juntos.

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  • Endrick, Espanha Brasil 2024Rafael Ribeiro / CBF

    Despedidas no Palmeiras

    Horas após a estreia no Santiago Bernabéu, Endrick usou sua conta de Instagram para repercutir a noite inesquecível: “Prazer”, escreveu se apresentando, “Bye Bye”, complementou se despedindo – em sequência de fotos bem literais, em que faz o gesto de estender a mão, como se fosse para conhecer alguém, antes de mostrar os cinco dedos no movimento de dar tchau.

    A despedida ali foi, na realidade, um até breve. A grande despedida vai começar na semifinal do Campeonato Paulista, e o grande objetivo da vez é deixar como presente final um título estadual. Endrick pensa jogo a jogo, mas também já pensa no Real Madrid. E Carlo Ancelotti já pensa em tê-lo para a próxima temporada, que inicia no meio deste ano.

    “Dentro de alguns meses partirei para a Espanha”, disse Endrick no texto publicado pelo The Players Tribune. Alguns meses é diferente de dizer no final do ano. Ou seja, o Campeonato Paulista é a sua última chance de ganhar mais um troféu pelo Palmeiras. A cada jogo, seja de estadual, início de Brasileirão ou fase de grupo da Libertadores, a sua presença será tão presente quanto o clima de despedida.

    Isso vale para palmeirenses e (por que não?) para torcedores de clubes adversários. Se Endrick não deve escrever os capítulos principais de sua história nos gramados brasileiros, o que sobra é ver o pouco de história que seus pés podem ainda rabiscar antes de cruzarem o oceano.

  • Endrick, Espanha Brasil 2024Rafael Ribeiro / CBF

    Novas histórias

    É a realidade do futebol brasileiro de clubes há décadas: as grandes obras publicadas por aqui são apenas introduções, algumas espetaculares (como Endricks e Neymar), outras apenas breves (casos de Vini Jr. e Rodrygo e tantos outros). A obra completa, o clímax... apenas em outros idiomas.

    O sonho de brilhar no futebol europeu, em meio ao glamour da Champions League, dos melhores gramados, ao lado dos grandes astros do esporte e ganhando uma bela grana para fazer tudo isso em países bem mais seguros de se viver é um baita atrativo.

    Mas ainda temos a seleção brasileira para olharmos um grande craque, daqueles que o mundo todo inveja e admira, e batermos no peito para dizer “esse é nosso!”. E com a camisa do Brasil, Endrick já mostrou que fica bem à vontade. Ainda há muitos sonhos a serem transformados em realidade.

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