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Lewa fura fila do melhor do mundo com o que faltou a Neymar: um time histórico

Quando Neymar começou a jogar futebol, o Barcelona e a seleção espanhola conquistavam os principais títulos possíveis. Não à toa, as premiações individuais naquele início do monopólio Cristiano Ronaldo-Messi tinham jogadores desses times no pódio: Fernando Torres, Xavi e Iniesta beliscaram votos, nunca o suficiente para vencer a dupla.

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Seguiu funcionando mais ou menos assim, via de regra. Jornalistas, técnicos e capitães votam majoritariamente no argentino, no português e na bola da vez de alguma grande equipe, responsável por algum grande feito. Até então, só um havia conseguido vencer, Luka Modric.

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Nesse caminho ficou gente como Ribéry, Neuer, Griezmann, Salah, Van Dijk e... Neymar. O jogador da seleção brasileira, que já tem uma década passando pela lista, nunca pareceu tão pronto como agora para ser finalmente consagrado como o grande jogador da temporada. Mas no caminho havia o Bayern de Munique de Robert Lewandowski, melhor do mundo na eleição promovida pela Fifa neste 2020.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O artilheiro polonês teve exatamente o que faltou a Neymar para furar a fila e ser ele, e não o brasileiro, a posar com o prêmio deixando Cristiano Ronaldo e Messi para trás: um time histórico. Uma equipe que no mata-mata continental atropelou o Chelsea duas vezes, enfiou oito no Barcelona, passou bem pelo Lyon e foi campeão sem dar muitas chances às estrelas do PSG. Tudo isso com muita intensidade e autoridade, senhor do jogo, um furacão capaz de marcar 19 gols nos cinco jogos finais da Champions League.

E sem depender de um dia iluminado de seu matador. Não que Lewa seja mero coadjuvante no Bayern, longe disso. Mas é bem possível olhar para as vitórias do time alemão e enxergar atuações mais vistosas e desempenhos mais brilhantes em Neuer, Kimich, Muller, Thiago ou até Gnabry.

Com Neymar, o impacto individual está todo lá, maior que o do garoto que já recebia votos quando ainda jogava no Santos ou que o jovem ponta-esquerda dos tempos de Barcelona que foi duas vezes terceiro colocado no prêmio da Fifa. Mas coletivamente, seu time, o PSG, não está entre os mais atraentes da Europa. Se o prêmio para Lewa é também um reconhecimento ao impressionante Bayern, Neymar é um voto mais particular, pela o que faz, por exemplo, na memorável atuação contra a Atalanta ou na jogada do recente gol em Old Trafford. É a escolha por um artista solo que enche o estádio sob qualquer circunstância.

Aliás, enquanto o Bayern está longe de ser o time que depende dos gols do seu camisa 9, o PSG é o extremo oposto — é quase impossível imaginar uma grande jornada sem o seu camisa 10.

Frustrado, o brasileiro brincou nas redes sociais, incomodado por não estar entre os três finalistas. A bronca pode vir de uma revisão de toda essa década, já que ele é quem mais se aproximou de ser o natural herdeiro de Messi e Ronaldo no posto de jogador mais visto do planeta, aquele craque máximo que os torcedores do mundo todo param para ver. E perdeu para alguém que é "só" um ótimo centroavante e que nunca teve esse tamanho todo no mundo da bola. Pior: Neymar sente que não foi valorizado o bastante para estar à frente dos dois papa-troféus.

Ao mesmo tempo, essa derrota clareia as regras da brincadeira. As únicas duas pessoas que superaram Messi e Cristiano Ronaldo de 2008 para cá conquistaram resultados impressionantes. Modric foi tricampeão da Champions pelo Real Madrid e era o capitão de uma Croácia finalista de Copa do Mundo em 2018. Agora, Lewa emergiu como representante de um Bayern histórico, que aniquilou inclusive o Barcelona do próprio ex-melhor do mundo.

Para Neymar, a aposta era no talento. Para muitos, é o suficiente, e o campo mostra que é bem aceitável achar que o atacante brasileiro é o melhor do planeta em 2020. Mas, para o ritmo que a banda toca (no caso, a votação do prêmio), faltou ganhar a Europa, falta que o PSG signifique algo muito maior. O preterido lamenta, mas no fundo sabe disso.

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