Pep Guardiola Manchester City 2021-22Getty Images

Por que Pep Guardiola dificilmente voltará a trabalhar na Espanha

Pep Guardiola parece estar muito tranquilo antes do gigantesco confronto do Manchester City contra o Real Madrid, que promete parar o mundo na Liga dos Campeões.

O treinador do City tem estado bastante relaxado nas últimas semanas, apesar de uma série constante de grandes jogos, com cada um ameaçando prejudicar os desafios europeus e da Premier League do City.

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Mas retornando para sua terra natal pela segunda vez em quatro semanas, Guardiola precisa ser quase tão cuidadoso com sua abordagem fora de campo quanto dentro dele.

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Questionado sobre os comentários de Luka Modric de que, se o Real fizer o seu melhor jogo, então vai avançar, Guardiola respondeu diretamente: "Isso é normal. Também achamos isso."

Sobre se era um bom momento para jogar com o time de Carlo Ancelotti depois que eles comemoraram a conquista do título espanhol, ele respondeu: "A liga é totalmente separada da Liga dos Campeões. Não tenho opinião sobre isso."

E depois de uma série de perguntas desconcertantes sobre o City dar parabéns ao Real Madrid depois de vencer La Liga, Guardiola disse: "Como porta-voz deste clube, que é o que sou, nós os parabenizamos, mas este é o campeão (de La Liga)."

Se a defesa do City for tão impenetrável, para o jogo de volta, no Santiago Bernabéu, nesta quarta-feira (4), quanto suas respostas antes da partida, Guardiola ficará mais do que feliz.

Pep Guardiola Man City GFXGetty/GOAL

Ele tem o suficiente para se preocupar, principalmente tentando ganhar a Liga dos Campeões pela primeira vez no City, sem se distrair com qualquer controvérsia fora do campo.

Há a complicada questão de fazer malabarismos com tantos jogos quando as lesões começam a atingir seu elenco, ao mesmo tempo em que elabora um plano tático para vencer o Real Madrid e impedir Karim Benzema, além, é claro, de silenciar a torcida do Bernabéu que empurrou o time nas vitórias sobre Paris Saint-Germain e Chelsea, respectivamente.

Como Guardiola descreve, há "mais barulho" em grandes jogos na Espanha em comparação com a relativa calma que o time experimenta na Premier League, e ele quer fazer o possível para diminuir esse volume.

Quanto mais o City avança na Europa, maior a chance de uma viagem à Espanha. Dos programas de entrevistas na televisão e a cobertura esportiva, o interesse pelo futebol da terra natal de Guardiola pode ser uma distração, além de ensurdecedor.

Está muito longe do ambiente seguro do Etihad, onde ele e seus auxiliares estão isolados e podem realizar seu trabalho sabendo que fotógrafos e câmeras estão firmemente contidos.

Pep Guardiola Manchester City GFXGetty/GOAL

Antes do jogo de ida, Guardiola conseguiu manter John Stones afastado dos treinos da sua equipe, aberto à imprensa, antes de trazer zagueiro depois de todos os jornalistas terem saído.

Ele pode até fazer o curto passeio de bicicleta pelo centro da cidade de Manchester sem ser incomodado pelos espectadores.

É um grande contraste com seu tempo no Camp Nou, onde o estresse e a pressão do trabalho o forçaram a deixar para trás o clube que torcia quando menino e ficar um ano longe dos gramados para se recuperar.

Isto é a outra razão pela qual é improvável que ele retorne à Espanha como treinador, tornando não inconcebível que sua estadia no Etihad Stadium possa ir além do verão europeu de 2023, quando seu contrato expira.

Nas quartas de final contra o Atlético de Madrid, Guardiola fez o possível para evitar qualquer coisa que pudesse ser considerada controversa, apesar de um claro choque de cultura entre os dois clubes.

Ele falou sobre as qualidades do Atleti - depois de um desempenho ultra-defensivo no Etihad, onde o time espanhol não conseguiu dar um único chute fora do gol ou no alvo - mas um deslize foi pego e usado para críticas.

"Na pré-história, hoje e daqui a 100 mil anos, atacar um 5-5-0 é muito difícil", disse ele após a vitória da primeira partida. "É que não há espaço. Além de serem muito competitivos e defenderem muito bem, não há espaço."

Diego Simeone Pep Guardiola GFXGetty/GOAL

O uso da palavra 'pré-história' causou ofensa, e o capitão do Atleti, Koke, respondeu com uma mensagem no Instagram dizendo: "Apaixonado por sua história desde a pré-história. Orgulho de ser do Atlético."

Depois de uma partida de volta tensa, onde a equipe espanhola foi mais ameaçadora, Diego Simeone estava claramente irritado.

“Muitas vezes quem tem um grande vocabulário é muito inteligente e consegue te tratar com desprezo”, disse o argentino. “Mas aqueles de nós que podem ter menos vocabulário, não são tão estúpidos.”

Foi uma exibição frustrante do que havia sido uma segunda etapa emocionante, já que o City usou sua crescente experiência europeia para sobreviver no confronto jogado no Wanda Metropolitano.

Mesmo para Atleti e Simeone, foi triste que seus enormes esforços não tenham sido apreciados, pois as críticas da mídia espanhola rapidamente se concentraram no treinador do City e suas táticas.

Guardiola certamente não está isento de críticas no City, mas na Inglaterra, a análise dele é muito menos tóxica e os torcedores menos exigentes.

É por essas razões que é improvável que ele volte a treinar na Espanha novamente.

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