Foram quatro anos de Barcelona, três de Bayern de Munique e agora, durante a quinta temporada de Manchester City, Pep Guardiola acaba de renovar seu contrato até o final de 2023, projetando sete anos no comando do time inglês.
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A expectativa pela prorrogação ou não do vínculo era grande, e a pergunta sempre esteve presente no entorno do mais icônico treinador desta geração: quanto tempo deve durar o trabalho num mesmo lugar?
Quando deixou seu primeiro clube, Guardiola chegou a dizer que quatro anos eram uma eternidade como treinador do Barcelona. No último ano na Alemanha, perguntado sobre a longevidade de nomes como Arsene Wenger, no Arsenal, e Alex Ferguson, no Manchester United, afirmou que passar 20 anos num time era quase impossível, e que inclusive isso poderia ser chato para as pessoas.
Agora, Pep fura essa barreira do primeiro ciclo e assume uma passagem mais duradoura. Entre os principais clubes da Europa, os que tem ambição de título da Champions League, Diego Simeone é o mais longevo, caminhando para nove anos de Atlético de Madri. Jurgen Klopp chegou meses antes de Guardiola na Inglaterra, e já completou cinco anos de Liverpool.
Como efeito de comparação, José Mourinho jamais iniciou uma quarta temporada por um mesmo clube, e muitas vezes se falou no desgaste da sequência de seu trabalho. Uma "síndrome do terceiro ano" atingiu em cheio suas relações internas no Chelsea e no Real Madrid, e ele foi demitido no meio de sua terceira Premier League pelo Manchester United.
DivulgaçãoOutro grande vencedor recente, Zidane preferiu deixar o Real após dois anos e meio, mesmo tendo vencido a Champions League por três vezes seguidas. Já o atual campeão do continente, o Bayern de Munique, também ainda não conseguiu ter um longo trabalho no comando desde 2016 — Carlo Ancelotti durou um ano, Jupp Heynckes voltou por alguns meses e Niko Kovac também durou menos que uma temporada e meia, até Hansi Flick chegar e ganhar tudo em pouco tempo.
Guardiola também já chegou a dizer que três anos seria um bom período para desenvolver um trabalho. O técnico da seleção brasileira, Tite, usou a mesma métrica em seus tempos de Corinthians, ainda antes de assumir a equipe nacional.
E o passo à frente do catalão vem exatamente depois de uma temporada frustrante, em que viu o Liverpool impossibilitar qualquer chance de um tricampeonato do City e não conseguiu levar o clube nem às semifinais europeias, bastante criticado pela eliminação diante do Lyon no atípico torneio em campo neutro, em Lisboa, por conta da pandemia.
Soma-se a isso as especulações para um retorno ao Barcelona, que Guardiola fez questão de esfriar quando seu nome foi vinculado com uma possível nova gestão do clube. Na Inglaterra, segundo apuração da Goal, Julian Nagelsmann, do RB Leipzig, e Mauricio Pochettino, ex-técnico do Tottenham, já surgiam como nomes fortes para o caso de Pep não continuar após o fim de seu antigo contrato, que terminava em 2021.
Mas o treinador fez questão de reforçar que se sente muito à vontade em seguir desenvolvendo o trabalho no clube. Também tem a total confiança de Khaldoon Mubarak, dono do City, ainda que a sonhada jornada europeia não tenha sido alcançada. Agora, juntos, eles têm combinado mais três tentativas de conquistar a Champions League, competição em que o time azul de Manchester jamais ficou entre os quatro primeiros. E mais: Lionel Messi.
Se na última janela de transferências existiu a possibilidade de Guardiola receber o argentino que manifestou a vontade de sair do Barcelona, agora a possível saída no próximo verão ganha esse novo ingrediente. Com a manutenção do técnico, Messi já sabe que ir à Manchester significa trabalhar nos próximos anos com seu comandante do auge da carreira, e a proximidade com Pep dá mais força às chances do craque do Barça finalmente mudar de casa .


