Flamengo GFX defensores 23 09 2019

Além dos gols de Gabigol: a boa nova no Flamengo é a solidez defensiva

A busca por um futebol ofensivo está presente na forma que Jorge Jesus pensa o futebol, mas outro ponto importante no trabalho do técnico português está no aspecto defensivo. Afinal de contas, para um time ser campeão é praticamente uma obrigação que a sua defesa seja segura.

Levar menos gols do que faz é a matemática mais simples. E ainda que tenha sofrido um na vitória por 2 a 1, fora de casa contra o Cruzeiro, a evolução defensiva do time foi uma das boas notícias que o líder do Brasileirão trouxe de volta para o Rio de Janeiro. Nos últimos nove jogos, válidos por todas as competições, os cariocas sofreram apenas quatro tentos.

Uma notícia de destaque, porque participações decisivas de Gabigol e Arrascaeta, autores dos gols sobre o Cruzeiro, já são mais do que regulares, normais, neste Flamengo. É praticamente uma certeza, escrita e desenhada em cartazes que anunciam o que tem sido constante nos últimos seis jogos em que o camisa 9 esteve em campo – marcando sete gols neste período, rompendo a barreira dos 30 em toda a temporada e liderando de forma isolada a artilharia no Brasileirão.

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Já o uruguaio, mais afeito às assistências (quesito que lidera, somando 7 no certame nacional) também não decepciona quando arremata: dentre os jogadores com mais de três tentos na competição, é quem possui o melhor aproveitamento em tentativas que terminam no fundo das redes: 34,6% segundo números da Opta.

Mas se o ataque não era motivo de preocupação para os flamenguistas, a história era diferente com a defesa, costumeiramente bombardeada pelos adversários. Era uma constante na época de Abel Braga, e embora não tenha sofrido gols nos três jogos sob o comando do interino Marcelo Salles, antes da chegada de Jorge Jesus, o Flamengo viu seus oponentes levarem perigo naqueles duelos contra Fortaleza, Fluminense e CSA (adversários que brigam na parte de baixo da tabela).

TécnicoFinalizações contraFinalizações a gol contraGols sofridos
Abel Braga84369
Marcelo Salles (interino)38120
Jorge Jesus1023210
*Números pelo Brasileirão 2019

O ponto de virada, que marcou esta evolução na arte de defender, teve início nos 2 a 0 sobre o Internacional, no duelo de ida das quartas de final da Libertadores da América. Aquele jogo foi o primeiro com a linha defensiva titular composta por Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís. No Brasileirão, o quarteto estreou a parceria contra o Palmeiras e pela primeira vez no campeonato o Rubro-Negro passou 90 minutos sem sofrer uma finalização contra a sua meta. Venceu por 3 a 0. Duas semanas depois, também no Maracanã, o mesmo aconteceu contra o Santos, na vitória por 1 a 0. Tanto o Alviverde quanto o Peixe são os principais adversários dos cariocas na Série A.

TécnicoJogosMédias
Abel Braga66 finalizações a gol por jogo e 1,5 gols sofridos
Marcelo Salles (interino)34 finalizações a gol por jogo e 0 gols sofridos
Jorge Jesus112,9 finalizações a gol por jogo e 0,9 gols sofridos
*Números pelo Brasileirão 2019

Diante do Cruzeiro, time pressionado por resultados que o tirem da luta contra o rebaixamento, a disputa no último sábado (21) foi mais complicada, mas os mineiros só conseguiram furar o bloqueio do time carioca em pênalti controverso convertido por Thiago Neves. A primeira linha defensiva da equipe treinada por Jorge Jesus recebeu três reforços que os técnicos anteriores não tiveram: Rafinha, Pablo Marí e Filipe Luís fizeram a defesa encaixar e ainda contribuem nas transições para o ataque. Mérito individual de peças excelentes e também do treinador.

“Poderia ser mais fácil se o pênalti não tivesse sido marcado. É difícil marcar contra o Flamengo”, avaliou o técnico português após o 1 a 0 sobre o Cruzeiro.

O Flamengo já tinha um ataque excepcional, que ficou avassalador desde a chegada de JJ. A melhora na defesa só realça o nível mais alto que este time vem alcançando.

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