Zidane volta a Turim nesta terça-feira (02), após ter deixado a Juventus para assinar com o Real Madrid em 2001. O caminho desta vez é inverso, e pela primeira vez o futebol leva o treinador merengue a uma cidade pela qual ele guarda um imenso carinho.
Meses atrás, o francês era um dos carrascos de sua própria Juventus, já que o Real Madrid bateu a Velha Senhora na final da Champions League realizada em Cardiff. É claro que aqueles 4 a 1 deixaram muitos alvinegros cabisbaixos, mas ao menos a dor poderia diminuir ao ver um ídolo sorrindo do outro lado. Afinal de contas, de um jeito ou de outro Zidane sempre será reconhecido como um tesouro de Turim.
Sob a sombra de Michel Platini, e com uma difícil adaptação física para disputar o futebol italiano, os primeiros meses de Zizou na Juve, em 1996, não foram dos mais fáceis. O meio-campista vivia no centro de Turim com sua mulher, Veronique, e o filho recém-nascido, Enzo. A adaptação à nova vida encontrou um refugio a poucos metros de sua porta: o restaurante Da Angelino.
Templo culinário da Juventus e seleção italiana, o local sempre foi frequentado pela nata da sociedade turinesa, e foi um ponto de peregrinação para o então camisa 21 da Juve enquanto desfilava o seu futebol na proximidade dos Alpes.
Rigatoni alla Zidane (Foto: Goal)
“Aqui ele encontrou um lugar tranquilo e íntimo, tinha a sua sala com portas fechadas onde chegava com sua mulher e o pequeno Enzo”, relembra com exclusividade Mauro Falvo, cozinheiro e filho do megaconhecido Angelino. “Zidane sempre pedia algo leve: um pescado, um robalo se tivesse, e macarrão com azeite de oliva, tomate e manjericão. Nós chamávamos este prato carinhosamente de ‘Rigatoni alla Zidane’, explica o cozinheiro.
Próximas partidas
Em 1997, Zidane se mudou para Eremo, bairro de classe alta um pouco mais longe, e passou a frequentar menos o local. Mas sempre encontrava um jeito de estar o mais próximo possível do ‘Rigatoni alla Zidane’, que chegava em seu domicílio. Tamanha era a admiração do craque pelos pratos do restaurante, que em 2000 ele levou Roberto Falvo, outro filho de Angelino, para ser um dos cozinheiros da seleção francesa na Euro.
GoalO refúgio de Zizou em Turim (Foto: Goal)
Quando aceitou o desafio de jogar no Real Madrid, seguiu enviando camisas de presente para o restaurante – um verdadeiro museu do futebol italiano, e com um pedaço todo dedicado ao francês. Mas sempre que visita Turim, encontra uma forma de passar pelo local: “A última vez que ele veio deve ter sido há uns dois anos, e estava encantador como sempre”, recorda o garçom Carlos Solinas.
GoalDa Angelino é, também, um pequeno museu de futebol (Foto: Goal)
A curiosidade é que em meio a tanta admiração, também existe a brincadeira saudável do futebol. Meses atrás, o próprio Angelino ligou para Zidane e lhe pediu uma camisa do Real Madrid: 36 horas depois, um uniforme com número e autógrafo de Cristiano Ronaldo chegava na porta da Rua Moncalieri, 59. Uma brincadeira/homenagem, já que CR7 foi o grande destaque na final vencida por 4 a 1 contra a própria Juve.
Embora a maioria das pessoas no Angelino sejam torcedoras da Juventus, todos estarão com o coração levemente dividido para o jogo desta terça-feira (02). Mas o final será tão delicioso quanto um ‘Rigatoni alla Zidane’, já que a visita do treinador é praticamente uma certeza.
