Oito razões que fazem o PSG encarar o Bayern à beira de uma crise imensa

Embora Mbappé tenha feito um retorno surpreendente aos treinos na segunda-feira (13) pela manhã, sua condição física ainda deve ser uma grande preocupação para o PSG. A estrela francesa machucou seu tendão do joelho em 1º de fevereiro, com um tempo de recuperação esperado de três semanas. O fato de ele estar de volta em 11 dias é uma boa notícia para o gerente Christophe Galtier, mas também traz a preocupação de que ele tenha sido adiantado desnecessariamente.

E que tipo de papel Mbappé irá desempenhar? Certamente parece precipitado deixá-lo iniciar o jogo, mas Galtier insistiu que o atacante não está no plantel apenas para preencher números. Uma introdução num segundo momento parece provável, mas valerá a pena arriscar sua estrela com uma outra etapa chegando? E com a Ligue 1 longe de estar garantida, Galtier tem uma escolha em suas mãos. Um agravamento da lesão do camisa 7 seria um pesadelo absoluto.

Há supostos problemas no campo do PSG. O diretor esportivo Luis Campos assistiu ao esquadrão que ele reuniu sofrer uma perda embaraçosa contra o Monaco no sábado (10), e parece ter tentado intervir. Segundo o jornal L'Equipe, Neymar, Marquinhos e Campos tiveram uma discussão após a derrota, com Campos criticando a equipe por falta de esforço.

Campos normalmente não tem muita influência sobre tais assuntos, e o fato de o diretor esportivo estar tentando se intrometer nos assuntos do dia-a-dia dos jogadores é um sinal de alarme para maiores disfunções.

O que fazer em relação ao Neymar? No seu melhor, o brasileiro é inatingível, e um dos melhores jogadores de futebol do planeta. Em dias ruins, ele é uma responsabilidade. Isto não quer dizer que o PSG não deva bancar o atacante, nem que ele não seja mais um dos melhores do mundo. E ele parece sempre atuar bem nos grandes jogos.

Mas as questões pessoais parecem estar afetando o desempenho da equipe no momento. Ele e Mbappé lidaram com uma tensão bem documentada entre eles, enquanto Neymar também teve um desentendimento com Vitinha e Hugo Ekitike durante a derrota para o Monaco no fim de semana.

"Aconteceu, uma pequena discussão, nós não concordamos", disse o brasileiro em uma entrevista coletiva sobre o incidente no duelo contra o Monaco. "Acontece conosco todos os dias, mas eu amo todos eles, é como com minha namorada. O futebol não é apenas amor, não é apenas amizade. Há respeito, mas acontece de ter discussões. Não estamos acostumados a perder, quando há derrotas, é claro que isso nos perturba. É parte do processo para melhorar".

Acrescentou Galtier: "Quando há frustração, ela tem que sair. Eu venho liderando isto há anos. Você tem que ouvi-los, mas eles também têm que me ouvir. Existe uma frustração que gera raiva. Nós conversamos, eu os escutei, espero que eles também tenham me escutado".

Há dois lados na história, e Neymar tentou moldar-se como um jogador simplesmente elevando o nível daqueles ao seu redor, através do sentimento competitivo. Mas esta não foi a primeira vez que isso aconteceu, e por isso talvez ele precise escolher melhor seus confrontos.

Em um momento instável para o clube, as estrelas devem ser líderes e manter a calma. Outro drama é o oposto do que o PSG queria ao entrar no confronto contra Bayern de Munique.

Hakim Ziyech nunca seria o salvador do PSG. O ponta-direita é um ótimo jogador com uma canhota incrível, além de um herói para a seleção marroquina. Mas ele não é a resposta para todos os problemas da equipe parisiense.

Mesmo assim, ele parecia estar preparado para ser uma peça importante. Ziyech, no mínimo, deveria ter suavizado a queda da equipe. Mas um acordo com o Chelsea caiu no último minuto, com o clube de Londres falhando em classificar a papelada correta antes do prazo.

Isso deixou o PSG sem uma opção clara fora do banco, alguém que talvez pudesse ter dado um descanso a Messi ou Neymar nas semanas que antecederam o jogo com o Bayern - ou mesmo começar a competição até que Mbappé estivesse pronto para entrar no jogo.

Houve uma situação complexa após a derrota do PSG por 3 a 1 para o Monaco no fim de semana. O capitão Marquinhos teria pedido à equipe que não se dirigisse aos torcedores. Presenel Kimpembe ignorou seu pedido, utilizando um megafone para agradecer aos torcedores por seu apoio e pedindo que estivessem juntos à frente do jogo contra o Bayern.

Um conjunto tipicamente mal-humorado de Ultras aplaudiu Kimpembe. Parecia um momento elegante, mas este é o PSG, e em vez disso, tornou-se um ponto de discussão, um estranho assunto de divisão no vestiário. Marquinhos ainda não revelou por que aconselhou Kimpembe a não ir até os torcedores e se, de algum modo, o zagueiro central francês fez a coisa certa. Mas é uma história curiosa, no entanto.

Lionel Messi foi atingido por uma estranha lesão muscular no tendão, revelado na semana passada. O PSG tem sido cuidadoso com sua estrela argentina, mantendo-o afastado até mesmo para o mais leve jogo. É difícil culpá-los por seus contratempos físicos. O atacante está bem na casa dos 30 anos, e não deveria precisar jogar contra o Nantes em uma quarta-feira de janeiro.

Ainda assim, Messi parece particularmente fatigado desde a Copa do Mundo. Houve alguns momentos maravilhosos, destacados por uma bela greve para afastá-lo do duelo contra o Toulouse na Ligue 1, mas também algum esgotamento pós torneio.

O clube descartou Messi com uma lesão no tendão do joelho na semana passada, pouco antes da partida de terça-feira. O vencedor da Copa do Mundo estava de volta aos treinos na segunda, e um retorno poderia acontecer em breve. Mas o tendão é notoriamente suscetível a sofrer nova lesão, e sua condição física deixará o PSG em alerta daqui para frente.

Acidentes acontecem, mas o vírus estomacal que atingiu o PSG antes do jogo contra o Monaco parece ser uma reviravolta especialmente cruel - e rara - do destino.

Galtier recusou-se a culpar o resultado apenas pela doença, embora ele tenha admitido que a situação tornou as coisas "difíceis" para seu lado em uma derrota por 3 a 1.

O vírus parece ter se desfeito no momento, mas a doença parece ter agitado o campo e servido como mais uma distração para os jogadores que tentavam encontrar um caminho positivo.

O PSG não perdeu na primeira metade da temporada. Nem sempre foram totalmente convincentes, mesmo assim. Um par de resultados ruins contra o Benfica mostrou fraquezas na lateral. Mas a revolução de Galtier parecia estar bem encaminhada. Sua formação 3-4-1-2 parecia estar funcionando, enquanto Neymar estava em forma majestosa.

As coisas pioraram nos últimos dois meses, com o clube perdendo três vezes e concedendo um gol de empate tardio em um quarto embate. O PSG entrou no confronto de terça-feira com duas derrotas, perdendo pontos para seus dois maiores rivais em uma preocupante preparação para o maior jogo da temporada. O Bayern ainda não incendiou exatamente, mas a equipe de Paris está muito aquém do seu melhor neste momento.

Distrações externas à parte, talvez seja o jogo desarticulado em campo que seja a maior preocupação dos torcedores do PSG.