Daniel Alves não joga mais pelo São Paulo. Contratado com status e apresentação de ídolo - sem nunca ter vestido a camisa do Tricolor -, deixa o clube após atritos com torcida e diretoria... para não deixar saudades.
Maior vencedor da história do futebol, Dani foi alardeado como a contratação que recolocaria o clube do Morumbi no caminho dos títulos. Um vencedor nato que chegaria para dar peso à camisa, para recolocar o São Paulo no patamar de "Soberano".
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Não à toa, ganhou apresentação de ídolo no Morumbi lotado, repleto de ídolos do passado e uma torcida apaixonada cantando o seu nome. Era, afinal, a última chance do ex-presidente Leco criar um legado que não fosse a fila de títulos, as sucessivas quedas de treinadores e as críticas da torcida. A chance de ouro para o mandatário de deixar um legado e um time forte para o seu sucessor.
São Paulo/DivulgaçãoFoi assim que a diretoria do Tricolor ofereceu pagar cerca de R$ 1,5 milhão mensais para o atleta - e que se dane a tão propagada austeridade financeira. A tentativa era trazer um nome tão forte e pesado que não teria chances de dar errado. Um multicampeão que chamaria a responsabilidade e seria o protagonista do São Paulo nos próximos dois ou três anos. Um plano infalível... que fracassou.
Outros nomes como Bruno Peres, Calazans e Pablo (principamente após a eliminação na Libertadores para o Palmeiras) também entraram na história como grandes fracassos da diretoria, mas nenhum foi tão grande como Daniel Alves. Um fracasso retumbante, dentro e fora de campo, que sai marcado muito mais pela dívida milionária e pelos atritos com a torcida do que pelo que fez nas quatro linhas.
Não significa que o lateral/meia não tenha tido bons momentos, mas é fato dizer que ele não conseguiu ser protagonista em nenhum momento. Salvo em dois confrontos contra o Flamengo na Copa do Brasil - e um duelo marcante contra Gerson -, os protagonistas do São Paulo em 2020 foram os jovens Brenner e Gabriel Sara, bem como Luciano. Já em 2021, o peso recaiu sobre o argentino Emiliano Rigoni... e os gols do título paulista foram marcados por Luan e Luciano.
É nesse cenário que Daniel Alves deixa o Tricolor: como um mero coadjuvante, um nome duvidoso que vinha sendo cornetado pelos torcedores e poderia ter sido preterido em alguns momentos até pelo questionado Igor Vinícius. Alguém que se lesionou no primeiro jogo da final do Paulistão contra o Palmeiras e não conseguiu fazer a diferença na quebra da fila, mas que fez a diferença negativamente na eiminação contra o Palmeiras.
Talvez seja um fim digno para uma parceria que, vendo de novo, parecia realmente destinada ao fracasso, já que o São Paulo nunca teve condições de pagar seus vencimentos altíssimos - e tem a maior culpa entre todos no cartório. Cada um para o seu lado e vida que segue.
