Hernán Crespo é o mais novo treinador do São Paulo. O ex-centroavante da seleção da argentina foi anunciado nesta sexta-feira (12) para substituir Fernando Diniz e terá contrato válido por dois anos. Mas o que esperar do novo comandante do Tricolor?
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Hernán Crespo é mais um treinador estrangeiro que chega para tentar dar um salto em sua carreira no futebol brasileiro. Com passagens pelas categorias de base do Parma e pelo profissional do Modena, ambos da Itália, o técnico de 45 anos chegou ao futebol argentino na temporada 2018/19 para comandar o Banfield.
Depois de dois anos no clube, foi contratado pelo Defensa y Justicia, onde ganhou reconhecimento no futebol sul-americano, principalmente após o título da Copa Sul-Americana de 2020.
Com a conquista continental, Crespo ganhou visibilidade por seu estilo de jogo ofensivo e de posse de bola, chamando a atenção de equipes como Santos e seleção do Chile, além do São Paulo, claro. Porém, após algumas semanas de negociações, o argentino acertou sua vinda para o Tricolor paulista, para dar continuidade ao trabalho de Fernando Diniz.
Confira abaixo as principais características do comandante argentino, que embarca para seu quarto clube como técnico profissional no terceiro país diferente.
Jogo posicional e influência de Marcelo Bielsa
Getty ImagesAssim como boa parte dos treinadores argentinos de sua geração, Hernán Crespo tem um estilo de jogo fortemente influenciado pelos ideais de Marcelo Bielsa - que serviu de inspiração para o jogo posicional de Pep Guardiola - como explica Martín Burgos, da Goal Argentina.
“Seu estilo de jogo é claramente ofensivo, de posse de bola e velocidade, sempre em busca do gol, com muita influência de Marcelo Bielsa”.
E essa influência fica bem clara no esquema tático adotado por Hernán Crespo. Em boa parte de suas partidas pelo Defensa y Justicia, incluindo a final da Copa Sul-Americana, contra o Lanús, o ex-centroavante adotou um esquema com três zagueiros e dois alas bem espetados no campo adversário.
Com um 3-5-2, com variações para um 3-3-2-2, as equipes de Hernan Crespo costumam jogar com uma linha de três postada atrás de um volante mais marcador - função que no São Paulo pode ser feita por Luan - e dois meias para organizar a saída de jogo - Tchê Tchê, Igor Gomes e Gabriel Sara são algumas das opções no Tricolor.
Além disso, a presença de dois alas bem ofensivos e dois atacantes de mobilidade fazem parte das ideias do treinador. Com isso, existe a possibilidade de Dani Alves ser aproveitado novamente em sua posição de origem, com Reinaldo do outro lado. Quanto aos homens ofensivos, Luciano se encaixa bem neste conceito, com características de certa forma semelhantes às de Brian Romero, grande goleador do Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana.
Semelhanças com Fernando Diniz
GettyAlgo que também pode facilitar a adaptação de Crespo e dos próprios jogadores do São Paulo ao novo trabalho é a semelhança da filosofia do argentino com a de Fernando Diniz.
O novo treinador do São Paulo opta por uma saída de bola que começa a ser construída desde os zagueiros, passando pelos volantes, com triangulações curtas pelo meio até chegar ao ataque, um dos pontos principais do “Dinizismo”.
Crespo também é conhecido por montar equipes ofensivas, que atacam bastante seus adversários e fazem o famoso “perde e pressiona” para recuperar a bola com rapidez, ainda em seu campo de ataque.
Contudo, um dos pontos falhos do treinador também é o sistema defensivo, algo que se tornou quase que recorrente na carreira de Fernando Diniz.
“Se a torcida Tricolor espera um time ofensivo, que ataca muito e às vezes fica desequilibrado nas costas, vai encontrar. Se espera um treinador cuidadoso, defensivo, não vai se dar bem”, destaca Martin Burgos.
Além disso, outro ponto semelhante entre os dois treinadores é o uso de jovens jogadores na montagem de suas equipes. Diniz deu espaço para as categorias de base e para atletas desacreditados em outras equipes, algo que Crespo também fez na Argentina, como explica Burgos.
“No Defensa y Justicia formou uma equipe jovem, com muitos jogadores emprestados, que não tinham espaço em seus times. E com nomes pouco conhecidos para o futebol argentino montou um time muito vistoso”.
Atenção ao emocional
Getty ImagesUm dos pontos mais criticados no trabalho de Diniz no São Paulo teve relação com o controle emocional do time, principalmente após a forte discussão com Tchê Tchê durante partida contra o Bragantino. Mas esse, segundo Alejandro Kohan, preparador físico que trabalhou com Crespo no Defensa y Justicia, é um dos pontos que o argentino da mais atenção em suas equipes.
"Hoje, o emocional precisa ser treinado: a gestão das emoções, a fisiologia em sua máxima expressão e o vínculo com o jogador gera um canal de confiança. Trabalhamos durante a semana com sessões de coaching individuais e coletivas, ferramentas que são úteis para a estabilidade emocional para superar momentos competitivos de estresse e para o autocontrole de emoções", explicou o preparador ao Infobae.
