“Ficarei surpreso se não conseguirmos pelo menos duas equipes nas semifinais. Acho que provavelmente teremos três e talvez até quatro!"
De acordo com as previsões, Joe Cole é ousado para dizer o mínimo. Ousado, mas compreensível.
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O ex-meio-campista do Chelsea e do Liverpool está olhando para a Liga dos Campeões, que começa com a fase de grupos esta semana, e antecipa uma temporada, talvez até uma era, de domínio da Premier League.
“Os quatro primeiros clubes parecem tão fortes”, disse Cole à Goal. “Já existe muita qualidade lá, e quando você olha para as contratações que foram feitas neste verão, é difícil olhar para além da Premier League quando você está falando sobre os principais candidatos.”
Cole tem razão. No fim das contas, a final da última temporada foi toda inglesa, e todos os quatro participantes da Premier League - Manchester City, Manchester United, Liverpool e o campeão Chelsea - parecem mais fortes este ano do que no passado.
Tanto para o estouro da bolha, quanto para uma nova era de cautela e prudência no mercado de transferências. Enquanto o resto do mundo do futebol - com uma exceção notável, que veremos mais pra frente - sofre com o custo da pandemia do coronavírus, os clubes da Premier League viram uma brecha para se reforçar.
A janela de verão foi a flexibilização definitiva a esse respeito, os clubes ingleses gastaram cerca de 1,1 bilhões de libras (cerca de 1,3 bilhões de euros) em novos jogadores. Eles foram, de acordo com uma pesquisa do CIES Football Observatory, responsáveis por 45% de todos os gastos com transferências entre as cinco grandes ligas da Europa durante as últimas três janelas.
Com LaLiga em baixa, e enquanto Bundesliga e Serie A lutam para manter seus maiores nomes e talentos, o Manchester City conseguiu fazer de Jack Grealish o jogador inglês mais caro de todos os tempos. Eles teriam feito o mesmo com Harry Kane, também, se o Tottenham tivesse entrado na onda.
Da mesma forma, o Chelsea conseguiu quebrar seu próprio recorde de transferências, trazendo Romelu Lukaku de volta para Stamford Bridge vindo da Inter de Milão.
Getty Images(Foto: Getty/Goal)
O Manchester United, por sua vez, fez de tudo um pouco, conquistando o vasto potencial de Jadon Sancho, a classe e a experiência de Raphael Varane e, claro, a contratação de Cristiano Ronaldo. Sem desculpas agora, com certeza, para Ole Gunnar Solskjaer e seu time.
E não descarte o Liverpool também. O verão deles foi um pouco menos atraente, embora a compra de Ibrahima Konaté, do RB Leipzig, tenha sido boa. O retorno de Virgil van Dijk, entre outros, é mais importante para Jurgen Klopp, que ainda pode contar com a base da equipe que conquistou a Liga dos Campeões em 2019.
O grupo deles é difícil, mas você seria corajoso ou estúpido, ou talvez os dois, tirando eles do roteiro. Então, quem vai impedir o temível quarteto da Premier League? Quais dos pesos pesados da Europa ainda estão de pé?
O Paris Saint-Germain, naturalmente, é o favorito da competição, contratando nomes como Gigi Donnarumma, Achraf Hakimi, Sergio Ramos, Gini Wijnaldum e um argentino pouco conhecido chamado Lionel Messi ao seu elenco já repleto de estrelas.
Eles podem nem ter vencido a Ligue 1 na temporada passada - o time que venceu, o Lille, foi desmontado em poucos dias -, mas a equipe de Mauricio Pochettino poderá ganhar tudo desta vez. Como não, com um ataque com Messi, Neymar e Kylian Mbappé?
Getty Images(Foto: Getty/Goal)
“Talvez sejam eles que possam mudar a sina (da Premier League)”, diz Cole, embora ele, como muitos outros, esperem para ver como Pochettino vai equilibrar sua equipe com tantas estrelas.
Mas tendo chegado às semifinais na temporada passada e à final no ano anterior, o PSG deve estar lá ou por aí mais uma vez. Seus confrontos na fase de grupos com o City podem oferecer uma visão fascinante de como eles estão mais fortes desta vez.
Bayern de Munique? Os campeões de 2020 podem recuperar sua coroa? Com Robert Lewandowski, tudo é possível - foi a ausência do polonês que custou a derrota das quartas para o PSG na temporada passada - mas os campeões da Bundesliga não estão isentos de problemas, apesar de uma vitória impressionante sobre o rival RB Leipzig no sábado passado.
A confiança em Lewandowski é absoluta e defensivamente existem mais do que algumas preocupações, apesar da contratação de Dayot Upamecano.
E o desafio espanhol? Afinal, o Real Madrid detinha o monopólio desta competição não faz muito tempo e chegou às semifinais na temporada passada, apesar de seus problemas. Carlo Ancelotti é cinco vezes vencedor como jogador e treinador, mas será que ele tem mesmo uma equipe para vencer o título?
Ramos e Varane foram embora, a transferência para Mbappé falhou e a equipe parece uma mistura de envelhecida e emergente, com pouca diferença. Karim Benzema continua sendo a chave, mas será que Eden Hazard ou Gareth Bale podem voltar no tempo e cumprir sua missão?
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Também improvável é a ideia de um desafio sério vindo do Camp Nou. O verão de Barcelona foi uma farsa, sua roupa suja foi levada ao ar para todo o mundo ver. Eles começaram o verão com Messi e terminaram com Luuk de Jong, permitindo que Antoine Griezmann voltasse ao Atlético de Madrid.
Por melhores que sejam Pedri e Ansu Fati - e eles podem muito bem ser de nível mundial em pouco tempo - isso simplesmente não é o suficiente. A queda do Blaugrana foi poderosa e pode não ter acabado ainda.
O Atlético é uma proposta mais interessante, dado o seu estilo e o fato de ter conseguido "roubar" Griezmann de um rival, assim como havia conseguido com Luis Suárez. Eles são campeões de La Liga e parecem ser os mais completos e bem treinados dos times espanhóis. Persistente, consistente e defensivamente soberbo, poucos times terão prazer em enfrentá-los.
A equipe de Diego Simeone, no entanto, decepcionou ao ser eliminado para o Leipzig nas quartas de 2020. Eles têm um pouco a provar, e seu grupo, que inclui Liverpool, Milan e Porto, parece um dos mais difíceis da competição.
Seria uma surpresa, para dizer o mínimo, se a Serie A oferecesse um adversário. A Inter encerrou uma espera de 11 anos pelo título da liga na temporada passada, mas perdeu seu técnico, seu principal atacante e o brilhante Hakimi desde então, enquanto a Juventus está estagnada há algumas temporadas. Não passam das quartas desde 2017, perdendo para Ajax, Lyon e Porto nas últimas três temporadas.
Parecem uma equipe, agora, com falta de qualidade de uma estrela genuína após a partida de Cristiano Ronaldo. Federico Chiesa pode ser especial, mas a Juve parece ter muitas dúvidas sobre ele, evidenciados pelo péssimo início da campanha no campeonato nacional.
Parece uma corrida de cavalos de cinco, ou talvez seis times. Então, PSG contra a Premier League, com o Bayern de Munique esperando atentamente no primeiro deslize e o resto correndo por fora.
Desde meados dos anos 2000, o futebol inglês nunca parecia tão forte. A Premier League teve três semifinalistas em 2008 e 2009, e forneceu pelo menos um finalista em sete das oito temporadas entre 2004 e 2012. Essas lutas titânicas envolvendo Liverpool, Chelsea, Manchester United e Arsenal viverão por muito tempo na memória.
A história está prestes a se repetir? Messi e companhia terão algo a dizer sobre isso, mas a Premier League pode conquistar tudo - nesta temporada e depois.
