O imbróglio da CBF, que decidiu adiar os jogos dos clubes com jogadores convocados durante a data Fifa deste mês de outubro, mas acabou voltando atrás na última semana, deixou o clima entre Juninho Paulista, coordenador da seleção brasileira, e a comissão técnica, revoltados com a postura do departamento de competições da entidade.
Juninho foi o responsável por comunicar publicamente, durante o anúncio da última lista de convocados, que os clubes que tiveram jogadores chamados teriam seus jogos adiados no Campeonato Brasileiro.
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"Conversamos com o Manoel (Flores), que é o diretor de competições. E, por se tratar novamente de três jogos, vai ser adotado o mesmo critério que adotamos na data de setembro em relação aos clubes que tiveram jogadores convocados", disse o coordenador à época das convocações.
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A decisão do departamento de competições partiu junto com a ideia de esticar o calendário até depois do Natal. Durante a última semana, no entanto, vários clubes se posicionaram de forma contrária ao adiamento dos jogos, como o Atlético-MG, que avisou preferir entrar em campo mesmo desfalcado.
Além disso, na última sexta-feira (01), capitães dos 19 clubes da Série A, exceto do Flamengo, assinaram um documento pedindo a CBF para não adiar as partidas. A entidade também "recebeu um ofício da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) reforçando a necessidade do pleno cumprimento do acordo firmado junto ao Ministério Público do Trabalho em agosto de 2020, que estabelece a primeira quinzena de dezembro como prazo limite para encerramento das atividades desta temporada".
Diante deste cenário, dirigentes da CBF comunicaram ao Flamengo, o maior entusiasta, que não adiariam mais jogos, causando grande revolta dentro do clube. Publicamente, a fúria caiu em cima de Juninho, que havia afirmado com certeza que as partidas seriam adidas.
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, utilizou a fala de Juninho e ironizou publicamente o coordenador da seleção brasileira. Internamente, o desconforto dentro da CBF foi grande. O dirigente da entidade se sentiu exposto e ridicularizado dentro de um tema em que não é ele quem bate o martelo. O Internacional também se mostrou decepcionado com a postura da entidade.
O desconforto se estende à comissão técnica que também se vê exposta em momentos como este: a insatisfação é de longa data e foi motivo de desgaste entre Tite e Rogério Caboclo (presidente afastada CBF), por exemplo. O treinador, não é de hoje, demonstra incômodo por jamais ter defendido das críticas por convocar jogadores que atuam no futebol brasileiro, o que culmina em desfalques para os clubes locais em jogos importantes.
Com o clima ruim entre a comissão técnica e dirigentes da CBF, a seleção brasileira se prepara para encarar a Venezuela, nesta quinta-feira (07) em Caracas, pela 11ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar.