Após declaração de Duílio Monteiro Alves, diretor de futebol do Corinthians, sobre a camisa 24 não ter espaço no clube, o debate sobre o preconceito em torno do número foi novamente levantado. Nesta segunda-feira (03), foi anunciado que Gabigol usaria a 24 em sua reestreia pelo Flamengo no Campeonato Carioca contra o Resende. Mas os planos mudaram.
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O assunto voltou à tona na apresentação do meia campista Víctor Cantillo ao Corinthians. Na oportunidade, Duílio disse que o colombiano iria usar a camisa 8 em vez da 24 que usava em seu antigo clube. “24 aqui não”, disse o diretor em tom de brincadeira.
Considerado um “número proíbido” no mundo do futebol, o 24 passou a ser usado somente em competições nas quais a numeração de camisas é padronizada - a Libertadores, por exemplo, na qual os 30 jogadores devem estar numerados com camisas de 1 a 30.
Ainda assim, os times costumavam dar a 24 para jogadores reservas, "escondendo" a camisa. Por ironia do destino, a camisa pertenceu ao goleiro Cássio, do próprio Corinthians, na campanha do título da Libertadores de 2012, na qual ele saiu da reserva para ser um dos heróis da conquista.
O grande preconceito com o número vem do jogo do bicho, no qual o 24 era o número do veado. Com isso, ganhou uma conotação homofóbica e passou a ser bastante rejeitado no Brasil, inclusive no futebol.
Depois das declarações de Duílio, diversos jogadores e clubes aderiram à uma campanha contra a homofobia. O número vem sendo usado com certa frequência nos campeonatos estaduais. O mais novo camisa 24 do Brasil é Gabigol, segundo informações do UOL.
A ação foi programada para acontecer na partida contra o Madureira, no sábado (8), mas, segundo o UOL, foi adiada. Isso porque, o dia do jogo marca um ano do incêndio no Ninho do Urubu - que matou dez jogadores das categorias de base do Flamengo. A partida, então, será usada exclusivamente para prestar homenagens às vítimas e o uso da camisa 24 por Gabigol vai ficar para outro jogo.
O ídolo do Flamengo, artilheiro do Brasil em 2019 e o mais caro jogador em atuação no país, trocou a sua tradicional camisa 9 em apoio à campanha. Junto dele ainda estão Nenê (do Fluminense), Tailson (do Santos) e Flávio (do Bahia).
Após a polêmica que envolveu sua fala, Duílio deu uma declaração se desculpando pelo que julgou ser uma “brincadeira infeliz e informal”. Ele disse que não tem nenhum problema com o número e reforçou a ideia de que o Corinthians é o time do povo e o clube das minorias.
Twitter CorinthiansFoto:Twitter Corinthians
Por fim, Cantillo acabou ganhando a 24, com a qual jogou as duas partidas do Paulistão em que esteve presente, contra a Ponte Preta e contra o Santos. A camisa, inclusive, está sendo usada nas propagandas da loja oficial do Corinthians.
Em 2019, nenhum clube da Série A do Brasileirão começou o campeonato com a 24 ocupada.