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Flamengo na liderança e Corinthians com maior déficit; veja estudo sobre finanças de clubes da Série A em 2019

Dois clubes mais populares do Brasil, Flamengo e Corinthians tiveram anos de 2019 bem diferentes. Enquanto o primeiro montou uma verdadeira seleção e saiu campeão de quase tudo que disputou, tendo ainda um superávit de R$ 62 milhões na temporada, o Timão não foi tão bem, dentro e fora de campo, como mostra o estudo da SportsValue.

A equipe paulista até chegou a ter uma receita de R$ 425,7 milhões, mas fechou o ano com um déficit de quase R$ 200 milhões. Além disso, aumentou suas dívidas em 40% e teve o quarto maior gasto com futebol na temporada, atrás apenas do Rubro-Negro e de seus dois rivais paulistanos.

Este déficit é o maior entre todos os clubes da Série A do Brasileirão, seguido de perto pelo São Paulo, que incluiu mais de R$ 100 milhões de dívidas antigas que começaram a ser pagas em 2019 no balanço e nem assim teve um prejuízo maior do que o Corinthians.

O trio de rivais do Flamengo no Rio de Janeiro, clubes, dentre os que divulgaram o balanço, que menos gastaram com o futebol no ano, proporcionalmente às suas receitas, nem assim conseguiram ficar no azul:

  • O Botafogo, que gastou apenas 54% do valor total recebido no ano com investimentos no futebol, teve a situação mais preocupante: saiu com um déficit de R$ 20 milhões, aumentou suas dívidas em 5% - para mais de R$ 800 milhões - e concluiu o ano com dívidas quase quatro vezes maiores que a arredacação.
  • O Vasco da Gama, mesmo após sua promoção bem-sucedida de sócio-torcedor, ao fim de 2019, não conseguiu investir bem seu dinheiro: gastou 60% de suas receitas - um valor considerado bom pelo estudo - com o futebol, aumentou suas dívidas em 3% e teve um déficit de R$ 5 milhões. Como ponto positivo, destaca-se que o clube teve R$ 30 milhões a mais em receitas sem contar transferências.
  • Já o Fluminense, em reestruturação financeira nos últimos anos após o fim da parceria com a Unimed, não teve um bom ano mesmo após realizar vendas importantes: investiu apenas 56% da receita no futebol, teve um déficit de R$ 9 milhões, diminuiu sua receita em -11% e aumentou a dívida em 2%. Para sair do buraco, terá que continuar revelando boas promessas em Xerém e contar com um desempenho melhor dentro de campo.

As mazelas financeiras do Cruzeiro, já bem divulgadas nos últimos tempos, ficam ainda mais claras: o clube gastou 141% do que arrecadou com o futebol, e teve um déficit de R$ 79 milhões, sem nem considerar parte de suas dívidas, que aumentaram em 20%, e a queda para a segunda divisão.

Mas nem só de notícias ruins ficam os clubes brasileiros: outras equipes conseguiram aliar um bom desempenho financeiro com uma performance interessante dentro de campo.

Everton Cebolinha Palmeiras Grêmio Libertadores 27 08 2019Getty Images

Grêmio e Palmeiras, queridinhos das tabelas de finanças nos últimos anos, continuaram o bom trabalho: ambos terminaram o ano no azul, mas uma vez. A equipe gaúcha ainda conseguiu diminuir, um pouco, suas dívidas. Já o paulista, mesmo sem conquistas, aumentou sua arrecadação - sem contar transferências - em 10%. 

O maior superávit do ano, no entanto, não ficou com o Flamengo, como era de se esperar. Com títulos e vendas relevantes, o Athletico-PR teve um lucro de quase R$ 64 milhões em 2019. O clube conseguiu reduzir suas dívidas em 6%, ter um investimento recorde no futebol e viria forte na Libertadores deste ano para continuar os bons resultados. 

Já o Santos, que teve suas receitas impulsionadas pela venda imensa de Rodrygo ao Real Madrid, conseguiu ter um superávit pela primeira vez nos últimos cinco anos, reduziu suas dívidas - em 1%, mas pelo menos não as aumentou - e agora, após montar uma base interessante, manteve o elenco que foi bem em 2019 sem gastar dinheiro com nenhuma contratação neste início de temporada.

Enquanto clubes gigantes como São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Vasco da Gama e Internacional - dono da segunda maior dívida do país - tropeçam, equipes de fora do Sul e do Sudeste conseguem, cada vez mais, ter resultados financeiros melhores. É o caso de Bahia, Ceará, Fortaleza e Goiás.

Bahia 2020Reprodução Instagram Clayson

Indo para seu quarto ano consecutivo na Série A do Brasileirão, o Bahia, hoje, não briga para não cair. Ainda que um desempenho ruim no final de 2019 tendo tirado o time da luta pela Libertadores, o Tricolor chega para 2020 com superávit, arrecadação recorde e capacidade de fazer investimentos cada vez maiores.

Ceará, Fortaleza e Goiás, menos consolidados na Série A - mesmo que o Vozão já esteja indo para o seu terceiro ano na primeira divisão -, ainda tem mais degraus para percorrer. Mesmo assim, conseguiram aumentar e muito suas receitas em 2019 e tem dívidas muito menores. Contando com grandes torcidas em suas regiões, podem se dar ao luxo de contratar em tempos onde forças mais tradicionais precisam - ou deveriam - cortar gastos.

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Perguntas frequentes

A primeira edição do Campeonato Brasileiro por pontos corridos foi disputada em 2003, ano em que o Cruzeiro se sagrou campeão.

Não. Em 2003 e 2004, o Campeonato Brasileiro tinha 24 times, número que baixou para 22 na edição de 2005. Desde 2006, 20 equipes participam da Série A do Brasileirão.

Desde 2016, os seis melhores times do Brasileirão garantem uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte, sendo que os quatro primeiros vão diretamente para a fase de grupos e os outros dois disputam a pré-Libertadores.

Considerando toda a história do Campeonato Brasileiro, Roberto Dinamite, com 190 gols em 328 jogos, é o maior goleador da competição.