Por Fernando H. Ahuvia
Felicidade. Esta foi a palavra mais vezes utilizada por Dudu em entrevista exclusiva concedida à Goal Brasil na Academia de Futebol. E não é para menos, afinal, desde o último domingo (25), o camisa 7 não para de comemorar a conquista de mais um título brasileiro pelo Palmeiras, desta vez sendo considerado ainda o craque da competição graças as suas grandes atuações, com direito a gols, assistências, velocidade nas arrancadas e dribles desconcertantes.
“Estou feliz pela conquista e pelo o que o grupo atingiu no final da competição. A gente sabe como é difícil o Campeonato Brasileiro e conseguimos conquistá-lo depois de estarmos oito ou nove pontos atrás do líder na parada para a Copa. A equipe está de parabéns”, afirmou.
“Fico feliz pelos elogios que estou vendo o pessoal fazer para mim, mas sempre prego que o grande craque foi o grupo pelo fato de a conquista ter vindo com vários jogadores atuando. Sabemos que quando o time está bem surgem um, dois ou três destaques. Fico feliz de estar entre eles desde 2015, quando cheguei ao Palmeiras e, desde então, conquistei a Copa do Brasil e dois brasileiros. Sabemos como são difíceis essas conquistas. Aqui no Brasil, antes de começar o campeonato, nove ou dez equipes brigam (pelo título), então o fato de conseguirmos é muito importante”, completou.
Goal
A grande expectativa do torcedor palmeirense agora é saber se Dudu seguirá no clube em 2019. Em grande momento e com números cada vez mais impressionantes, o meia-atacante deverá receber novas propostas como a do Guangzhou Evergrande, da China, que quase o tirou do Verdão no meio do ano. O desejo de ganhar a Libertadores, porém, é um fator importante que pode pesar para a sua permanência em 2019.
“Acho que o sonho de todos é ganhar a Libertadores. É um campeonato muito difícil. Neste ano saímos na semifinal por uns sete minutos que pensamos que foi o que fizemos de errado lá contra o Boca... Estou feliz aqui, tenho contrato com o Palmeiras até 2022 e espero, quem sabe no ano que vem, conquistar essa Libertadores para deixar o torcedor feliz”, ressaltou.
Próxima partida
Nesta entrevista exclusiva, Dudu ainda exaltou o trabalho de Felipão, citou a parcela de contribuição de Roger Machado na conquista, elegeu o momento mais importante da campanha do deca, falou sobre a idolatria da torcida e comentou os recordes alcançados em 2018.
Confira abaixo outros trechos de entrevista de Dudu à Goal Brasil
Goal – Você é disparado quem tem mais minutos em campo na temporada e o segundo em número de jogos, com 65, atrás apenas do Willian (68). No trabalho do Felipão, que teve como uma das marcas o rodízio de titulares, podemos dizer que você foi um dos “fominhas” do grupo?
Fico feliz, porque isso mostra que o meu trabalho e a minha parte física estão sendo reconhecidas. Agradeço a Deus por não ter tido nenhuma lesão grave. Ficamos tristes pelo Willian, que estava jogando bastante também e agora no finalzinho se machucou. Espero que ele tenha uma recuperação rápida e possa estar o mais rápido possível com a gente de novo.
Goal – Você iniciou o ano como capitão da equipe, mas nos últimos meses o Bruno Henrique assumiu a braçadeira e deve levantar o troféu no domingo. Já falou com ele sobre isso? Como foi esse momento que você viveu em 2016?
Eu tive esse prazer em 2016. Fui premiado e recebi essa missão de liderar o grupo como capitão até o título e agora o Bruno é o capitão da equipe. Sabemos que tem grandes líderes dentro do elenco e ele é o capitão. Fico feliz por ele por ser um cara bacana, de grupo e que ajudou muito a gente.
Goal – Se você tivesse que eleger o craque do Brasileirão e não pudesse votar em si próprio quem escolheria?
Foi o grupo todo. Se você olhar, o Felipão usou 27 ou 28 jogadores (29, na verdade). Ficamos felizes por isso, então boto todo o grupo como campeão: jogadores, comissão técnica, funcionários, o presidente (Maurício Galiotte), o Alexandre (Mattos) e toda a diretoria.
Goal – Qual foi o momento mais marcante da campanha do deca?
O jogo contra o São Paulo, no Morumbi, vínhamos de uma pressão por ser um momento de definição e um confronto direto. Conseguimos ganhar com 60 mil pessoas e fazendo um grande jogo. Estávamos há muitos anos sem ganhar lá, então isso ficará marcado pra gente como mais uma marca alcançada neste ano.
Goal
Goal – Muito se fala da “Família Scolari”. Você já disse gostar muito dele desde os tempos em que trabalharam juntos no Grêmio. O que você tem para falar dessa relação entre vocês?
Por onde passa ele ganha... Ficamos felizes por fazer parte desse time e desse elenco que ele conseguiu unir ainda mais. Particularmente, fico muito honrado de ter trabalhado com ele. É um grande treinador, por onde passou ganhou, é o último campeão mundial com a Seleção... Só tenho que agradecer o carinho que ele tem por mim e ele sabe também que eu tenho por ele. É um cara que sempre me ajudou desde a época do Grêmio. Não só ele, mas também o Murtosa, o Ivo e agora o Carlos Pracidelli e o (Paulo) Turra. Fico feliz por ter tido grandes treinadores e ter o carinho deles.
Goal – Muito se disse nos últimos anos que a safra de treinadores mais experientes não teria mais espaço e agora o Felipão se torna o mais velho a ganhar o Brasileiro. Aqui, vocês conviveram com o Roger Machado, que está entre esses nomes da nova geração. Sentiu muita mudança de um método de trabalho para o outro? Qual a parcela do Roger no título?
Particularmente não acho muito diferente. Os trabalhos são praticamente a mesma coisa. O Felipão é um grande treinador, ganhou tudo que um treinador sonha em ganhar. O Roger também tem uma grande parcela, ajudou a montar o elenco, a trazer os jogadores, mas infelizmente aqui no Brasil, quando a coisas não vão bem, temos essa mudança de treinador. Sabemos que o Roger também tem uma grande parcela nesse título.
Goal – Você chegou ao Palmeiras em um processo de reformulação e hoje é ídolo. Os três títulos conquistados nos últimos quatro anos têm grande influência sua. Consegue resumir o que viveu nestes quatro anos e dimensionar o quão ídolo você é?
Fico feliz por esse carinho da torcida, mas nem eu gosto muito de falar disso. Deixo mais para a torcida comentar. Só tenho que dar e fazer o meu melhor dentro de campo. É isso que eles podem sempre esperar de mim.
Goal – Contra o América-MG, você marcou seu 55º gol pelo Verdão e passou a ser o maior artilheiro do Século XXI. Destes, qual o mais importante até hoje marcado?
Tiveram vários gols importantes, então fica difícil escolher só um. Tem os da final na Copa do Brasil (diante do Santos), o de 2016 contra o Botafogo, que foi onde praticamente ganhamos o título em um jogo muito difícil, fiz gols nos clássicos contra Santos, Corinthians e São Paulo... Fico feliz por estar nesses jogos difíceis e por Deus estar me abençoando para me destacar neles.
Goal – Você é chamado por muitos de “Rei do Allianz Parque” por dominar todas as estatísticas na casa do Verdão. O que te faz sentir tão à vontade lá?
Acho que a torcida. A atmosfera me motiva muito para estar sempre jogando bem ali, fazendo bons jogos, gols importantes... Isso é muito importante. Sempre que entro no Allianz me dedico ao máximo para fazer com que a torcida volte feliz pra casa e possa ver um bom jogo.
Cesar Greco/Ag Palmeiras
(Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
Goal – Por ser o craque do Brasileirão todos cobram que o Tite volte a te chamar para a Seleção em 2019. Como está a expectativa em relação a isso?
Fico feliz por ver meu nome sendo especulado na Seleção. É o sonho de todo jogador, o topo que você atinge. Sabemos que é difícil chegar e se manter mais ainda. Se surgir uma nova oportunidade, espero aproveitar da melhor maneira possível.
Goal – Seu temperamento em campo mudou bastante comparado com o início da sua trajetória aqui né. Quem te ajudou?
Minha família. Sempre estamos conversando e tenho que ser o exemplo dentro de casa. Isso é muito importante. Cheguei com uma expectativa muito grande, mas as coisas não aconteceram de maneira rápida e tiveram aqueles episódios no Paulistão. Sabia que tinha que melhorar isso, porque no futebol tudo acontece rápido. Tinha que dar uma resposta ao Palmeiras e ao torcedor por toda expectativa criada. Fico contente que isso aconteceu. A gente pode melhorar cada vez mais e é isso que venho colocando na minha mente.
Goal – Ano que vem vocês deverão ter mais um calendário extenso e o presidente Galiotte disse algumas vezes já que o Paulista é pequeno perto das outras competições que serão disputadas. Você concorda com ele?
A gente tem que concordar com o chefe né. É ele que manda (risos). Para mim todo jogo é importante. Sempre que entro em campo é para defender essa camisa da melhor maneira possível. Se for para disputar o Paulista, vamos entrar com o intuito de ganhar também. Esperamos no ano que vem ter grandes conquistas.
