Poucos meses depois um período de muita pressão, Fernando Diniz está vivendo um dos melhores momento de sua carreira, como ele mesmo afirmou. Líder do Brasileirão e semifinalista da Copa do Brasil, o treinador do São Paulo parece ter deixado os questinamentos no passado e tem muitos méritos nos resultados recentes do time.
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"Acho que é um grande momento do São Paulo e da minha carreira. A maneira como o time está evoluindo, principalmente nas coisas subjetivas, que não aparecem com tanta clareza para vocês que assistem, mas os laços que estão fortalecidos como equipe, as coisas vêm ficando cada vez mais harmoniosas, o que dá mais eficiência técnica e tática", comentou o treinador após o 3 a 0 contra o Goiás.
Embora tenha um estilo de jogo definido, o trabalho do treinador evoluiu desde sua chegada ao Tricolor. A Goal listou três pontos de mudanças que ajudam a explicar este grande momento, sejam elas construídas ao longo do tempo ou mais recentes após as eliminações na temporada.
Mudanças táticas
Miguel Schincariol / saopaulofc.netFoto: Miguel Schincariol/São Paulo FC
Fernando Diniz apostava em um São Paulo com pontas abertos em seu início de trabalho no clube. Vitor Bueno e Antony eram as duas opções mais utilizadas para os lados do ataque, com Daniel Alves também fazendo essa função ocasionalmente. No entanto, o treinador não encontrou um substituto para Antony, que saiu para o Ajax.
As opções para a ponta não renderam o esperado, como Helinho, Paulinho Boia e até Pablo. Com a chegada de Luciano e a ascenção de Brenner, Diniz apostou em uma dupla de ataque, que vem se mostrando muito eficiente. Os dois são os artilheiros do time em 2020 (Brenner com 18 gols e Luciano com 14).
Para que a dupla funcionasse, era preciso também mexer no meio de campo. Tchê Tchê era um dos titulares de Diniz por ser um volante que dava mobilidade ao time, mas era criticado por não dar a segurança defensiva que o estilo de jogo do treinador precisava. Então, Luan foi escalado justamente para isso e deu conta do recado. Com o camisa 13 no time, Dani Alves também cresceu de produção, com mais liberdade para atuar entre as linhas.
Garotos de Cotia
Miguel Schincariol / saopaulofc.netFoto: Miguel Schincariol/São Paulo FC
Além de Brenner e Luan, outros dois jogadores são peças indispensáveis no esquema de Diniz: Igor Gomes e Gabriel Sara. O segundo, em especial, foi muito criticado em seus primeiros jogos com a camisa do São Paulo. Torcedores nas redes sociais pegavam no pé do jogador, que cresceu muito de produção, principalmente após os dois gols contra o Santos na Vila Belmiro. Hoje, quase todas as jogadas pelo lado direito que passam pelo jogador e resultam em chance de gol para o Tricolor.
Se no ataque os meninos de Cotia estão dando conta do recado, na defesa Diego Costa fez jus às oportunidades recebidas e é visto como uma boa opção para o setor. Por um momento, formou dupla com Leo e depois com Bruno Alves. Nas últimas partidas, voltou para o banco de reservas, dando lugar a Arboleda, que retomou a boa fase após um período difícil no clube.
Intensidade e busca incansável pelo ataque
Divulgação/São PauloFoto: Divulgação/São Paulo
Uma das críticas da torcida são paulina nos últimos era o abatimento após sofrer um gol e o pouco poder de reação da equipe. O psicólogo Fernando Diniz mudou essa mentalidade do time. No Campeonato Brasileiro, o São Paulo (ao lado do Atlético-MG) é o time que mais tem viradas de placar: são quatro, fundamentais para colocar o time na liderança da competição.
No jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, o Fortaleza chegou a estar três vezes à frente no placar, mas o São Paulo buscou o empate em todas elas (o último gol foi aos 50 minutos do segundo tempo). Na fase seguinte, contra o Flamengo, a pressão até o fim da partida resultou no gol de Brenner no jogo de ida. No segundo jogo, mesmo com a vantagem, Diniz pedia ao time que jogasse sem medo de errar.
Contra o Goiás, último colocado do Brasileirão, o ritmo do Tricolor não diminiu mesmo com o placar favorável e o time esmeraldino sem forças para reagir. O São Paulo consegue dominar seus adversários e, mesmo quando está em desvantagem, não se entrega facilmente.
