Seleção feminina amistoso Suécia 2022Lucas Figueiredo/CBF

Derrotas da seleção brasileira para Dinamarca e Suécia não são o fim do mundo

A seleção feminina sofreu duas derrotas nos últimos amistosos preparatórios para a Copa América. Após os placares de 2 a 1 contra a Dinamarca e 3 a 1 contra a Suécia, muita gente sentiu a preocupação bater. Afinal, estamos às vésperas do principal torneio do ano, que vale vaga para a Copa do Mundo de 2023 e os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

Torcedores, calma.

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É óbvio que dá para perceber um déficit entre as principais seleções europeias e o time canarinho. O principal é o lado físico: enquanto em países europeus as jogadoras tiveram fortes trabalhos físicos e jogos intensos desde as categorias de base, as brasileiras mal tiveram acesso à base por anos.

Isso não é simples de se corrigir.

As sementes que estão sendo plantadas nesta era de mais investimento no futebol feminino - que começou há três anos apenas, vale lembrar - não vão dar frutos neste ciclo olímpico. Talvez nem no próximo. A própria treinadora Pia Sundhage fala que, apesar de haver margem para a melhora até 2024, quando acaba o seu contrato, quem assumir depois dela terá um time renovado e muito mais bem preparado.

Seleção brasileira feminina Pia Sundhage 2022Lucas Figueiredo/CBF

“As jogadoras que saíram do banco... É importante que você receba 110% delas também. Isso é algo para o qual eu devo prepará-las melhor, para que façam a diferença quando entrarem em campo. Temos alguns dias até a Copa América. Espero que consigamos nos recuperar e estejamos bem”, disse a treinadora após o jogo.

A seleção brasileira está em 9º no ranking da Fifa. É a melhor colocação de uma equipe sul-americana - a segunda é a Colômbia, em 28º. A Suécia é a segunda melhor equipe do mundo, enquanto a Dinamarca está na 15ª posição. Os amistosos são parte dos testes de Pia para avaliar as forças e fraquezas do seu time contra as principais equipes do mundo. Apenas os jogos difíceis mostram o que funciona e o que não funciona.

Brasil Suécia amistoso feminino 2022Lucas Figueiredo/CBF

Nos dois jogos, a seleção feminina encontrou dificuldades físicas e na tomada de decisões. No entanto, conseguiu evoluir entre as duas partidas, mesmo com o pouco tempo de preparação. Após o duelo contra a Dinamarca, Pia ressaltou que os erros cometidos precisavam ser corrigidos a tempo do duelo contra as suecas. “Acredito que temos algumas coisas para aprender após a partida contra a Dinamarca, especificamente como sermos mais compactas e controlarmos o jogo melhor quando defendemos. Também encorajamos as atletas a finalizarem mais”, afirmou.

No segundo jogo, o time realmente evoluiu. Com algumas alterações, o Brasil conseguiu arriscar mais e evitar que o ataque sueco criasse jogadas no primeiro tempo. No entanto, a conta pesou e, na segunda etapa, a equipe não conseguiu acompanhar o ritmo. “Enfrentamos um ótimo time e elas praticamente não criaram chances no primeiro tempo. A parte ruim é que não aproveitamos as chances. Acho que, emocionalmente, se fizéssemos um gol, mudaríamos o jogo. E é ruim que não conseguimos jogar os 90 minutos com alta intensidade”, avaliou.

Ainda assim, é importante lembrar que os desafios serão outros na Copa América. Apesar de as seleções do continente estarem evoluindo, o trabalho brasileiro ainda está em um patamar mais alto. A seleção brasileira foi a campeã em sete das oito edições já disputadas e vai entrar em campo contra a Colômbia como a favorita à taça.

Além de ser um torneio importante, a Copa América pode ajudar a equipe e a torcida brasileiras a ganharem um pouco mais de confiança. Ainda há muito a ser feito, mas é importante ter calma e dar um passo de cada vez.

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