Como a relação entre Cristiano Ronaldo e José Mourinho se deteriorou

Goal revisou a história pessoal entre o atual treinador do Manchester United e o craque português

ESPECIAL

Era uma imagem icônica. Cristiano Ronaldo chegou à linha final do campo de jogo, abriu os braços e deu um forte abraço em José Mourinho. Todos aplaudiram. A sequência representava uma verdadeira união entre a estrela do Real Madrid e o treinador. Mas era real?

Ronaldo marcou três gols para virar a história do levante em fevereiro de 2012. O português tinha prometido a Rui Faria, o preparado físico, que iria dedicar os gols se fosse hat-trick. Então, quando fez, ele correu para o banco... e no meio se colocou Mourinho.

Para fora, a imagem foi positiva. Mas internamente, a realidade era outra. O jogador sentiu um desconforto por algumas críticas, bem como raiva por alguns sistemas táticos.

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Nas semifinais da Champions League, contra o Barcelona, no Santiago Bernabéu, obrigou seus companheiros a jogar mais para frente. E após o encontro, ele disse aos repórteres que não tinha gostado da proposta conservadora da sua equipe. A conclusão? Na partida seguinte, diante do Zagaroza, ele não estava entre os titulares.

Mourinho dava instruções para Ronaldo através de seus colaboradores à partir da intervenção consiliadora de Jorge Mendes, amigo e agente de ambos. Por isso foi a última vez que o craque foi para um banco em um jogo importante. Havia que manter um negócio. "O relacionamento deles era de cumplicidade, se falaram muito pouco nos três anos de Real Madrid. Era Mendes que os mantinham unidos", disse uma fonte da Goal.

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E Mendes precisou intervir mais de uma vez. Em janeiro de 2013, todos olhavam para o treinador, depois de deixar o capitão Casillas no banco. Com a imprensa e torcedores contra a atitude, Mou necessitava de um aliado. E quem melhor que CR7? Na vitória por 4 a 3 contra o Real Sociedad, o português lhe dedicou um gol.

"Fica quieto e corre!", disse para Ronaldo durante o jogo. E ainda acrescentou no vestiário: "Você precisa ser mais solidário com os seus companheiros".

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"Ronaldo estava descontente com as críticas de Mourinho, especialmente porque foi o maior número de gols marcados na temporada", disse Pacco Buyo.

Pouco tempo depois, Mourinho alegou que não sabia aceitar o conselho. "Quando o criticava no ponto de vista tático, era porque sabia que podia melhorar, mas ele não aceitava o que eu tinha para dizer. Isso pode ser porque ele acha que sabe tudo e um treinador não pode ajudá-lo a melhorar", afirmou.

Porém, o que não foi dito é que ele estava mais preocupado com a personalidade do craque do que com a tática.

Alguns anos mais tarde, Mou disse ao jornal A Bola que Ronaldo foi o jogador mais profissional que ele treinou.

Enquanto isso, Cristiano Ronaldo não fechou as portas para um possível reencontro. "Por que não? Não guardo rancor. Somos profissionais e trabalharia com ele novamente", afirmou em 2014.