Suarez Atletico Madrid 2021Getty

Atlético de Madrid e Suárez, de coadjuvantes separados a protagonistas no título de La Liga

Falar agora, após a confirmação do título espanhol, obviamente é muito fácil, mas imaginar Luis Suárez e Atlético de Madrid dando certo juntos era algo evidente antes mesmo de o atacante uruguaio chegar para vestir a camisa do clube colchonero nesta temporada 2020-21 – após o Barcelona insistir que não gostaria de seguir com o atleta. Em primeiro lugar, claro, porque Suárez é um dos melhores atacantes do mundo e pelo fato de o Atleti ser um dos times mais competitivos, mas o espírito brigador sempre deu uma imagem semelhante tanto a um quanto ao outro. Mesmo nos anos em que se encontravam como adversários.

Outro traço que parecia unir Suárez ao Atleti (além do ótimo histórico dos colchoneros com uruguaios) era a forma como ambos eram vistos: enormes competidores, com certeza, ‘raçudos’ e com muitos pontos positivos, óbvio, mas ainda assim coadjuvantes frente aos outros astros de La Liga. Que o Atlético de Madrid é enorme, ninguém duvida, mas o próprio clube fala que seu desafio sempre é maior porque precisa derrotar os titânicos Real Madrid e Barcelona. Se o título de La Liga 2013-14 foi visto como uma espécie de milagre para os alvirrubros, a artilharia de Suárez no campeonato de 2015-16 seguiu a mesma tônica pelo fato dele ter superado os números de Messi e Cristiano Ronaldo naquela edição.

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Escanteado por um Barcelona em crise, Suárez se reencontrou no Atlético e Madrid e, de coadjuvantes, eles se transformaram em protagonistas desta temporada 2020-21 de La Liga. Sempre no limite de suas forças e, em algumas ocasiões, dando a impressão de que estavam decepcionando apenas porque a primeira metade da campanha na liga espanhola esteve acima do esperado - e acima do esperado até mesmo do desempenho apresentado pela equipe de Simeone.

Mas sempre decisivos, tanto Atleti quanto o seu atacante. Foi de Suárez o gol que sacramentou de vez o título espanhol, nos 2 a 1 sobre o Valladolid, de virada, enquanto o Real Madrid ainda sonhava com a possibilidade de se manter campeão enfrentando o Villarreal. Dias antes, o uruguaio apareceu para encaminhar a conquista em um duelo cheio de emoções contra o Osasuna.

Acima de tudo, Suárez, artilheiro do time com 21 gols e três assistências nesta vitoriosa campanha, provou que ainda é o cara que resolve jogos. Por isso o desabafo, em lágrimas e palavras (“Me menosprezaram. Sempre vou estar agradecido ao Atlético por confiar em mim”), após o título conquistado pelo Atleti – um verdadeiro tapa na cara do Barcelona. Nenhum jogador nesta temporada 2020-21 de La Liga fez seu time somar tantos pontos através de seus gols quanto o camisa 9 uruguaio: os seus 21 tentos renderam 21 dos 86 pontos coletados pelo time de Diego Simeone segundo a Opta Sports.

Esta não foi a temporada mais goleadora de Suárez na Espanha, mas sem dúvida foi uma das suas melhores – com um nível de conversão de gols acima da expectativa, como mostram os 21 tentos comparados à estatística de 17.89 gols esperados (xG). O Atleti também superou sua própria expectativa, liderando o torneio desde novembro de 2020. Campeões em 2020-21, Atlético de Madrid e Suárez provaram que não são apenas ótimos coadjuvantes e bons competidores. Como se precisassem ver suas almas sendo unidas para provarem este ponto, mostraram que seguem gigantes e protagonistas. E vitoriosos.

Outros pontos da conquista

Suárez obviamente não foi o único destaque individual do time. Ángel Correa, autor do (belíssimo) primeiro gol contra o Valladolid, teve oito gols e fez sua temporada mais artilheira pelo clube enquanto Yannick Carrasco, com nove assistências, nunca foi tão garçom pelo Atleti. Marcos Llorente se superou com número de gols (12) e assistências (11), e muito mérito também precisa ser dado ao goleiro Jan Oblak, ao meio-campista Koke e todo grupo de jogadores. E, claro, ao técnico Diego Simeone, que pela primeira vez termina uma temporada de La Liga com média de posse de bola acima de 50% (52%) e, com agora oito taças somadas, se isola como o comandante mais vezes campeão pelo clube que ama.

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