Neymar tem uma longa lista de gols especiais com a camisa da seleção brasileira, mas o chute seco que transformou a vitória sobre a Bolívia em goleada, na primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, surge com favoritismo para ser – ao menos até aqui – o mais especial para o camisa 10.
Logo após estufar as redes, com os olhos marejados, o atacante disparou socos pelo ar para homenagear Pelé. Afinal de contas, segundo as contas da FIFA, Neymar ultrapassava, naquele momento, o maior jogador de todos os tempos como maior artilheiro da história da seleção brasileira: 78 a 77. E ainda aumentou sua conta para 79, ao sacramentar os 5 a 1 sobre os bolivianos dentro do estádio Mangueirão, em Belém do Pará.
A emoção de Neymar é merecida e compreensível, a sua homenagem a Pelé foi linda. Tão belo quanto o reconhecimento vindo do perfil oficial do ex-jogador, cuja conta segue ativa preservando o legado do Rei mesmo após o seu falecimento: “Com certeza Pelé está te aplaudindo hoje”, escreveu a mensagem que cita o critério estatístico da FIFA.
A marca de Neymar tem valor evidente, mostra o peso de sua história com a camisa canarinho e a sua enorme capacidade para decidir jogos, mas considerá-lo o maior artilheiro da seleção brasileira sem colocar nenhum contexto, nenhum asterisco, é ignorar toda a história que fez do Brasil, e do futebol como um todo, ser o que é hoje.