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Neymar comemora gol sobre a Bolívia, 2023Vitor Silva/CBF

Seleção brasileira é e sempre foi o porto-seguro de Neymar, seja nas boas ou nas más

Em meio ao atestado de que teria desistido do futebol em alto nível, ao trocar a Europa pela Arábia Saudita, a seleção brasileira voltou a aparecer como trampolim para elevar o nome de Neymar nas alturas. O camisa 10 marcou duas vezes contra a Bolívia, na estreia do Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, e ultrapassou Pelé como maior artilheiro na história da equipe nacional segundo a FIFA.

Ainda que valha destacar os diferentes critérios de contagem de gols de uma época para a outra, e deixando claro que Pelé segue inalcançável para qualquer jogador que veio depois dele, a marca de Neymar tem que ser respeitada e exaltada. Embora não tenha títulos relevantes de Copa América ou Mundial pela seleção brasileira, o hoje jogador do Al Hilal quase nunca deixou a desejar com a camisa canarinho.

O seu histórico com o selecionado é, na verdade, um casamento banhado em um puro suco de realismo: não é nenhum conto de fadas, teve suas crises e momentos difíceis, mas também é repleto de momentos felizes e sonhos alimentados mutuamente. Desde sua estreia oficial, antes mesmo de se tornar um imortal do Santos, até os gols sobre a Bolívia que o colocaram no topo da artilharia perante a FIFA, a seleção brasileira talvez tenha sido a única certeza na carreira de Neymar. O lugar onde ele fica verdadeiramente à vontade, um porto-seguro.

  • Neymar Brazil South Korea 2022 World CupGetty

    Um Ronin de verde e amarelo

    Quando Neymar fez o seu primeiro gol com a camisa canarinho, em amistoso realizado em 2010 contra os Estados Unidos, existia já uma certeza: a partir daquele momento, o futuro da seleção brasileira estaria em seus pés. Para o bem ou para o mal. Uma enorme responsabilidade para um menino que, apesar dos momentos espetaculares que já vinha apresentando no Santos, ainda levantava dúvidas aqui e ali.

    Vestido de amarelo, Neymar não teve, ao contrário dos grandes que o antecederam, algum craque veterano para lhe auxiliar. Ronaldinho e Adriano já eram, por razões bastante conhecidas, cartas fora do baralho enquanto as lesões abreviaram a história de Kaká. Dentro deste cenário, um Neymar genial e genioso cresceu na seleção brasileira como se fosse um Ronin, um guerreiro sem mestre, situação nova para alguém que, tanto no Santos quanto no Barcelona, conviveu com gente mais experiente que, volta e meia, conseguia lhe alcançar dando conselhos bem úteis.

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  • Neymar PSG fansGetty

    Crises Football Club

    Mesmo assim, a vida de Neymar no futebol de clubes teve inúmeras polêmicas. A sua saída do Santos foi cercada de dúvidas pelos valores da venda para o Barcelona. Quando deixou a Catalunha para jogar pelo PSG, em 2017, o craque brasileiro praticamente sacrificou a idolatria que havia construído com os barcelonistas para, sob a desculpa de buscar um protagonismo que seria impossível de se ter jogando ao lado de Messi, ser o rosto de um clube que também sonhava com protagonismo absoluto. Mas o projeto do PSG fracassou. Neymar também decepcionou, entre polêmicas e lesões, e deixou o Parque dos Príncipes chutado como um mero plebeu sem nem mesmo ter conseguido ser um protagonista absoluto do clube.

    A crise em relação ao Al Hilal não é de Neymar para com sua nova equipe, mas sim a percepção geral que este novo momento passa para as pessoas. Nenhum outro grande astro do futebol deixou tão cedo a Europa, onde reconhecidamente se joga o principal futebol do mundo, para rumar para mercados alternativos. Neymar está com 31 anos e joga na Arábia Saudita. É muito decepcionante. Ponto.

  • Neymar Brasil Eliminatorias 2023Getty

    Seleção brasileira, um porto seguro

    Em meio a tantas crises no futebol de clubes, a seleção brasileira sempre apareceu como um respiro para Neymar. A sua trajetória de mais de 120 jogos é também marcada por momentos ruins, claro: as críticas pelas reações exageradas às faltas sofridas no Mundial de 2018, a lesão que o tirou da Copa do Mundo de 2014 e a coleção de problemas físicos que o impediram de estar nas melhores condições para as Copas do Mundo que disputou... mas ainda assim, com a bola no pé, o camisa 10 nunca fugiu da responsabilidade.

    Neymar joga pelo Brasil com vontade e amor. Briga para recuperar bola, manda o time ter cabeça fria antes de um destempero geral custar uma eliminação em Copa do Mundo. Decide jogos distribuindo assistências e também marca gols. Muitos deles.

    O futebol de clubes que lhe deu todos os troféus possíveis também lhe apresentou todos os tipos de tempestades. A seleção brasileira não lhe deu as taças desejadas, salvo um Ouro olímpico aqui e uma Copa das Confederações ali, mas foi e ainda segue como um porto seguro. Agora com o status de maior artilheiro na história do selecionado, o Ronin Neymar ainda sonha com um título de Copa do Mundo. A jornada para 2026 já começou.

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