Di Maria Argentina France World Cup 2022Getty Images

Di María também na música que embalou o título da Argentina na Copa do Mundo

O choro de Di María é o choro do futebol. Vai desde o lamento por um momento ruim, de decepção, até o ápice que uma grande felicidade consegue proporcionar. Aos 34 anos, o meia argentino foi, mais uma vez, decisivo para a Albiceleste conquistar um título. E agora em 2022 o prêmio foi o maior de todos: a Copa do Mundo.

Di María já parecia ter feito as pazes com o destino em 2021, ao marcar o gol que deu a taça da Copa América à seleção argentina, na final dentro do Maracanã contra o Brasil, encerrando 29 anos sem troféus para o selecionado principal. O jogador, nascido em Rosário assim como Messi, tinha contas a acertar dentro do Maracanã. Em 2014, ele vinha sendo um dos melhores daquele Mundial em terras brasileiras, mas não disputou a final contra a Alemanha por causa de um problema físico.

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"Eu estava 90%. A perna não estava completamente boa, mas eu queria jogar e não ligava se não voltasse a jogar mais futebol depois daquilo. Me disseram que isso poderia acontecer, mas era a final da Copa do Mundo. A minha final", relembrou Di María anos após aquele julho de 2014.

Di Maria Copa do Mundo 2014Getty ImagesAngel Di Maria Argentina France 2022Getty Images

Di María estava disposto a fazer todos os sacrifícios possíveis para enfrentar a Alemanha, mas o Real Madrid, clube que defendia à época e que tinha interesse em vende-lo, enviou uma carta o proibindo de fazê-lo. O craque chorou antes mesmo do gol marcado por Mario Gotze, que sacramentou a derrota argentina e o título alemão. Mas aquela final de Copa não seria a sua final de Copa do Mundo. Oito anos depois, Di María voltou a chorar. As lágrimas tiveram toda sorte de sabores, mas não o da derrota.

A inclusão de Di María entre os titulares para a final contra a França, agora em 2022, foi uma das surpresas do técnico Lionel Scaloni. E provou ser decisiva, com o camisa 11 sofrendo o pênalti que abriu o placar, convertido por Messi, e ainda no primeiro tempo marcando, ele próprio, o segundo gol da Albiceleste. Foi quando suas lágrimas pela primeira vez reapareceram, desta vez de felicidade. Elas mudaram de tom já no banco de reservas: substituído, Ángel não podia mais fazer nada quando Mbappé arrancou um impressionante empate para os Bleus.

A prorrogação seguiu movimentada, com Messi e Mbappé estufando as redes. As câmeras de TV mostravam Di María entre lágrimas de desespero. Elas se transformaram em alívio e felicidade com a vitória na disputa de pênaltis. Coadjuvante de luxo há tempos na equipe argentina, Di María lamentou, trabalhou e deu a volta por cima. Comemorou e entrou para a história.

Di Maria Argentina World Cup 2022Getty Images

A música que embalou a Argentina rumo ao título mundial cita Messi e Maradona, mas há um trecho que pode ser personalizado em Di María: Las finales que perdimo cuántos años las lloré. Pero eso se terminó (as finais que nós perdemos, quantos anos eu chorei. Mas isso acabou).

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