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LIONEL MESSI PSGGetty Images

Vaias a Messi mostram expectativa 'tóxica' do PSG e o peso de ser um craque já histórico

Um dos jogadores do seu time é Lionel Messi. O craque argentino recebe a bola, a domina e encaminha seu ataque rumo à grande área rival. Considerando o histórico do camisa 10, um dos maiores de sua geração e de todos os tempos, dá para imaginar o que vai acontecer. A expectativa é de um lance mágico que termine em gol, mas é a realidade que surpreende: uma chuva de vaias direcionadas ao craque pela sua própria torcida. Aconteceu durante o jogo entre PSG e Bordeaux, pela 28ª rodada da Ligue 1.

Aconteceu, no mesmo jogo, também com Neymar. E o motivo está fresco na memória: a eliminação traumática na Champions League (mais uma para a coleção do clube parisiense) contra o Real Madrid, mesmo com o PSG tendo a vantagem do empate -- pela vitória simples na primeira partida -- e mesmo tendo saído em vantagem em pleno Santiago Bernabéu no encontro decisivo. A bastilha futebolística do Paris Saint-Germain ruiu em 17 minutos, cortesia dos três gols marcados pelo também francês Karim Benzema naquele 3 a 1 já histórico.

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O contexto das vaias é este, mas não apenas isso. Estamos falando de uma história de expectativas que acaba construindo uma realidade que, por sua vez, reflete bastante os dias que vivemos: a realidade dos extremos. Desde que foi adquirido pelo dinheiro do Qatar, em 2011, o PSG começa cada uma de suas temporadas como um dos favoritos ao título da Champions League. E por contar com dinheiro quase infinito, faz todos os esforços possíveis para contratar os melhores jogadores do mundo enquanto busca a inédita taça europeia.

Nestes últimos anos como novo-rico no futebol europeu o PSG investiu muito. E a cada nova decepção na Champions pareceu estar disposto a investir mais. Este dinheiro fácil inverteu completamente a ordem das coisas no Parque dos Príncipes. A expectativa ganhou ares de “é uma questão de tempo”, mas a sucessão de temporadas sem a conquista da Liga dos Campeões parece ter tirado a paciência do torcedor, que não quer esperar mais.

E os títulos de Ligue 1? Ah, eles não importam tanto para o PSG quanto as outras ligas nacionais importam para os maiores clubes do mundo. Mesmo o PSG tento conquistado sete de seu total de nove títulos franceses neste período como milionário da bola. Só a Champions League importa, este é o diagnóstico. E é aí que a expectativa se transforma em uma expectativa tóxica. Afinal de contas, uma grande certeza do futebol está no fato de que no futebol nada é uma certeza.

E qual é a culpa de Messi nisso tudo? Por que ele foi o maior alvo das vaias parisienses?

Uma frase famosa do universo das histórias em quadrinhos resume muito bem: com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. O grande poder de Messi é ser um dos maiores jogadores de todos os tempos e, inserido nesta expectativa que circula o PSG, sua responsabilidade é jogar, aos 34 anos, como se ainda estivesse em seu auge. Em ser aquele Messi do Barcelona. Mas ele não tem sido, no PSG, o craque que sempre foi. Nem perto disso. Está bem abaixo do esperado justamente em um lugar em que muito se espera, e a exibição ruim na Champions League contra o Real Madrid evidenciou isso.

Esta primeira temporada de Messi no PSG também mostra o lado ruim em já ser um craque histórico que ainda atua no futebol. Se muitas vezes a repercussão positiva é exagerada, as cobranças também chegam na mesma intensidade. No caso de gênios como Messi, o que acontece hoje costuma também a ser comparado com o que aconteceu ontem. De qualquer forma, o argentino não tem sido nem mesmo o segundo melhor jogador deste PSG.

O ônus de ser um gigante é se tornar um alvo mais fácil. É bizarro ver Messi ser vaiado pelo seu próprio torcedor? É. Mas também não é difícil encontrar uma explicação.

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