O Chesea confirmou na manhã desta segunda-feira, 30 de maio, a venda do clube para o consórcio liderado pelo empresário Todd Boehly e a Clearlake Capital. Em um comunicado, o clube oficializou a transação por 4,25 bilhões de libras (cerca de R$ 25,5 bilhões na cotação atual).
O acordo para compra do clube foi assinado há 15 dias, sendo inspecionado pelos diretores da Premier League, enquanto o Governo do Reino Unido e a União Europeia aprovavam a transação, já que esperavam uma garantia por parte de Roman Abramovich, ex-dono do time.
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Ainda no comunicado, o clube disse: "O processo foi extremamente completo e concluído em um cronograma acelerado."
"Gostaríamos também de agradecer aos nossos jogadores, ao staff de ambas as equipes, a todos na nossa base e, em particular, a Thomas Tuchel e Emma Hayes pela paciência e apoio durante este processo. E, claro, obrigado a todos nossos parceiros, funcionários e torcedores durante esta fase difícil para o clube."
A declaração ainda terminou agradecendo a Abramovich por "19 anos incríveis e inesquecíveis" no time inglês. Ainda neste sábado, o oligarca russo havia publicado uma carta de despedida, agradecendo os torcedores e funcionários do Chelsea.
Desde que Roman Abramovich se afastou do comando do Chelsea, a briga foi grande para ver quem seria o novo dono do time inglês. Na verdade, muitas propostas chegaram, conforme o clube divulgou - inclusive uma que tinha Sir Lewis Hamilton e Serena Williams entre os investidores. Mas foi Todd Boehy, no fim, que saiu na frente no negócio.
Todd Boehly: negócios no esporte e mais
Getty ImagesO empresário não é novo no ramo esportivo, já que é um dos co-proprietários das franquias Los Angeles Lakers (NBA) e Los Angeles Dodgers (MLB). Ele sempre teve o desejo de investir no futebol, mais especificamente na Premier League.
"O futebol é o maior esporte do mundo", disse em 2019, ao Bloomberg, após ter uma oferta de 2,2 bilhões de libras para comprar o Chelsea rejeitada por Abramovich. "Ainda é o melhor produto do mundo. São 90 minutos e, portanto, tem uma ótima cronologia. A paixão que os torcedores têm pela atividade e pelo esporte e pelas equipes é inigualável".
Além das duas franquias esportivas, que são investimentos privados, Boehly ainda tem uma série de outros negócios, entre eles o videogame Fortnite, todos geridos pela empresa Eldridge Industries, avaliada em 6 bilhões de dólares, da qual ele tem 60%.
Estima-se que Boehly tenha um patrimônio líquido pessoal de 3,3 bilhões de libras (cerca 20 bilhões de reais).
O que muda no Chelsea com a nova direção?
Com a venda, o Chelsea não será mais um negócio que só gera despesas, já que Abramovich injetava cerca de 1,5 bilhão de libras da sua riqueza pessoal para manter os gastos do clube. De qualquer modo, isso não quer dizer que os novos donos não vão investir, mas devem, em primeiro lugar, encontrar receitas para garantir que as contas estejam equilibradas.
Além disso, os novos donos devem investir na reforma de Stamford Bridge, na base do clube, no estádio e no time feminino do Chelsea e continuar o financiamento no Chelsea Foundation. Em relação ao estádio do time principal, Boehly deve ter um plano detalhado para levá-lo ao nível dos principais palcos do futebol europeu.
Quanto aos reforços, Tomas Tuchel, técnico da equipe, pedirá inicialmente zagueiros, já que deve perder César Azpilicueta, Antonio Rudiger e Andreas Christense nessa janela. Os investidores devem também avançar na renovação dos contratos de jogadores importantes, como Mason Mount e Reece James, do time.
Roman Abramovich deve embolsar o dinheiro da venda do Chelsea?
Para concluir a venda, na verdade, o governo local exigiu que Abromovich comprovasse o destino do valor da venda. Com isso, a quantia acabará indo para uma instituição humanitária para ajudar as vítimas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte da Inglaterra está convencido de que Abramovich não lucrará pessoalmente com a venda depois de receber garantias e uma estrutura legal que garanta que ele não possa lucrar com a venda de seu clube.
As autoridades, aliás, estavam preocupadas com os laços do ex-mandatário com o presidente russo, Vladimir Putin. O Reino Unido adotou uma série de sanções contra russos em função do conflito no Leste Europeu, o que retardou as tratativas para a venda do Chelsea.