A Federação Paulista de Futebol (FPF) trouxe uma novidade para o Campeonato Paulista deste ano: a presença do VAR em todos os jogos, desde a primeira rodada - e não apenas na fase de mata-mata, como na edição passada. A medida tinha como objetivo diminuir as polêmicas em lances duvidosos nas partidas, mas o tiro acabou saindo pela culatra. O que se viu, na verdade, foi um verdadeiro caos envolvendo o árbitro de vídeo na estreia do Paulistão 2021, com problemas técnicos, queda de sinal, falha em câmera e muita confusão.
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As polêmicas já começaram antes mesmo do início oficial do campeonato, por conta de um problema com a Hawk-Eye, empresa responsável pelo VAR no Paulistão e que também opera o sistema na CBF e na Uefa. E esse seria apenas o começo.
No duelo entre São Paulo e Botafogo, que marcou a estreia do treinador Hernán Crespo, o gol do clube de Ribeirão Preto não pôde ser checado pelo VAR, enquanto o gol anulado do Tricolor nos minutos finais de jogo, anotado por Pablo, causou bastante polêmica pelas linhas traçadas na hora de verificar o impedimento.
Já na partida entre São Bento e Mirassol, o juiz se dirigiu à cabine do VAR para verificar um possível lance de bola na mão. Mas quando chegou lá, a tela ficou sem exibir imagem alguma por mais de seis minutos. Para resolver o lance, o árbitro de vídeo descreveu a jogada apenas por áudio, para que a decisão de campo fosse tomada.
Confira as polêmicas envolvendo o VAR que tomaram conta da primeira rodada do Paulistão:
Central única de operação adiada
Divulgação/CBFFoto: Divulgação/CBF
Para o Paulistão de 2021, a FPF decidiu criar uma central única em sua sede para operar todas as imagens do VAR, de todas as partidas. Porém, antes mesmo da estreia da competição, a Federação descobriu que teria que adiar o projeto por pelo menos duas rodadas.
O atraso na criação de uma central única de operação se deu por conta da empresa responsável pelo árbitro de vídeo, a Hawk-Eye, que também opera o VAR na CBF, na Uefa e em outros esportes, como tênis, rugby e críquete. A empresa alegou um "um problema na logística de importação de equipamentos", algo classificado como uma "inconcebível falha” pela FPF, em nota oficial.
Sem uma operação centralizada, a solução foi montar uma cabine do VAR em todos os estádios, assim como acontece no Brasileirão.
Polêmicas em São Paulo e Botafogo-SP
São Paulo/DivulgaçãoO VAR também não teve vida fácil na partida de estreia do São Paulo no Paulistão, um empate por 1 a 1 contra o Botafogo-SP. O gol do clube de Ribeirão Preto foi anotado no início da segunda etapa por Dudu, em posição duvidosa. Então, como de costume, o lance deveria passar pela aprovação do árbitro de vídeo para ser de fato confirmado. Porém, o VAR não conseguiu analisar se realmente houve impedimento na jogada.
Segundo a FPF, todas as imagens disponibilizadas pela transmissão foram verificadas, mas nenhuma das câmeras possibilitou ao árbitro de vídeo verificar se o atacante do Botafogo estava em posição irregular. Com a dúvida ainda no ar, o árbitro Salim Fende Chavez seguiu com a decisão de campo, que havia validado o gol.
Então, nos minutos finais da partida, o São Paulo virou o placar com Pablo, mas o lance foi anulado por impedimento de Dani Alves no início da jogada, o que foi confirmado pelo VAR. Contudo, a decisão também gerou polêmica, principalmente pelo modo como as linhas foram traçadas.
A linha vermelha, que mostra a posição do atacante, deve ser colocada no ombro do atleta, mas, no lance, ela parece estar um pouco à frente, na região do braço, que não deve ser levada em consideração pois não pode ser utilizada para marcar o gol. Como o lance foi milimétrico, uma mínima diferença na posição da linha seria capaz de validar ou não a jogada.
VAR sem vídeo em São Bento e Mirassol
Mas a polêmica mais inusitada ficou para a partida entre São Bento e Mirassol. O árbitro Matheus Delgado Candançan, de apenas 22 anos, que fazia sua estreia pelo Paulistão, foi chamado para revisar um possível toque de mão.
No lance, aos 24 minutos do primeiro tempo, a bola toca em uma dos braços do zagueiro Douglas Assis, do São Bento, dentro da grande área. Porém, havia impedimento do atacante Pedro Lucas, do Mirassol, no início da jogada.
Após ser chamado para rever o lance, o juiz se dirigiu à cabine do VAR, mas, por conta de uma pane técnica, não conseguiu ver nenhuma imagem na tela. O jogo ficou paralisado por mais de seis minutos e, para solucionar o problema, o árbitro de vídeo descreveu o lance para o juiz de campo, apenas por áudio.
Após a conversa, e sem conseguir ver as imagens, o juiz foi orientado via rádio a dar o impedimento do ataque do Mirassol.
