Gianni InfantinoGetty

O plano da Fifa para a Copa do Mundo a cada dois anos

Nuvens negras nos arredores da Fifa. Uma briga que pode mudar o futuro do futebol está prestes a surgir. De um lado, Fifa, lendas como Arsene Wenger e federações como Qatar e Arábia Saudita. Do outro, poderes tradicionais, Uefa, Conmebol e o futebol de clubes. O motivo? Transformar a Copa do Mundo em um evento bienal.

A proposta não é nova e já gerou muita polêmica. Uma sugestão, vinda da Federação de Futebol da Arábia Saudita, de fazer com que a Copa do Mundo seja disputada uma vez a cada dois anos.

Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!

Tal plano teria sido elaborado pelo ex-treinador e atual diretor de desenvolvimento do futebol da Fifa, Arsene Wenger. Com a presença de várias outras lendas como Ronaldo e Peter Schmeichel, o diretor apresentou o plano em um evento nesta quinta-feira (9), em Doha, no Qatar.

A medida praticamente duplicaria as receitas da Fifa: a maior parte do lucro da entidade vem da Copa do Mundo. Com o evento sendo disputado a cada dois anos, é de se imaginar que as finanças da federação disparassem. Ao mesmo tempo, seleções em desenvolvimento como Qatar, Arábia Saudita e tantas outras que não jogam o Mundial com tanta regularidade teriam mais oportunidades para participar.

O grande problema é que o plano de transformar a Copa do Mundo em um evento bienal também conta com vários críticos. O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, talvez seja o principal deles no momento.

Aleksander CeferinGetty

É fácil saber os motivos. Ceferin, representando os interesses da Uefa, sabe que a realização de mais jogos irá tirar vários dos principais jogadores do mundo de seus clubes por mais tempo. Mais datas e mais dinheiro fora dos bolsos da entidade.

Em entrevista ao New York Times, Ceferin disse, inclusive, ter o apoio da Conmebol, segunda maior federação do planeta, contra o plano de Wenger. E mais: que seleções europeias e sul-americanas estariam dispostas a boicotar a próxima Copa caso isso saia do papel.

É claro: uma Copa sem Brasil, Argentina, Uruguai, França, Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra e cia perderia boa parte do valor. Esse é o poder de barganha que a Uefa tenta utilizar no momento, aliada com a Associação de Clubes Europeus, outro grupo que já expressou seu descontentamento com o plano de Wenger.

Fácil falar que ainda teremos muitos outros capítulos desta novela. Infantino sabe que a Copa do Mundo é sua "galinha dos ovos de ouro" e carrega em sua bandeira de reformas a possibilidade de reformular o calendário do esporte - atendendo a algumas demandas da Uefa, por exemplo, é de se esperar que a oposição de Ceferin possa cair por terra. Resta saber o que o futuro nos trará.

Publicidade