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Messi faz último giro sul-americano para acabar com o grande 'mas' da carreira

Tem uma coisa que a vontade de sair do Barcelona e a permanência confirmada pouco depois não conseguem alterar na carreira de Lionel Messi. Seja qual for seu clube nesta reta final de carreira, as chances de vencer alguma coisa com a seleção argentina estão terminando.

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É com essa obsessão que ele começa na noite desta quinta-feira aquele que muito provavelmente é seu último giro sul-americano da carreira, partindo do jogo diante do Equador, em La Bombonera, que abre a corrida por um lugar no Catar.

O camisa 10 disputa as eliminatórias para a Copa do Mundo desde setembro de 2005, quando ainda era reserva do time de José Pékerman. É o único homem em atividade nas seleções do continente que pode jogar um Mundial pela quinta vez. Nesse período foram ainda cinco edições de Copa América e um total de quatro finais perdidas com a camisa albiceleste, em Maracaibo, Rio de Janeiro, Santiago e Nova Jérsei.

A Copa é só daqui dois anos, mas o próximo torneio continental está marcado para junho de 2021, sediado em Argentina e Colômbia. Segundo apurou a Goal, essa é a grande meta atual de Messi, animado com a confiança no técnico Lionel Scaloni, seu ex-companheiro de equipe nacional no Mundial da Alemanha, em 2006. A soma da conturbada relação com o Barça com o avanço da idade deixou o capitão do time focado em levantar um troféu para a torcida de seu país. É a prioridade de momento.

Ao longo desses anos, Messi viu duas gerações brasileiras serem campeãs, a de Dunga e a de Tite, além do Uruguai de seu amigo Luis Suárez e o Chile de seus colegas de clube Vidal e Sánchez. Viu também a Espanha de Xavi e Iniesta chegar ao topo, mais a Itália, a Alemanha, a França. E ainda seu eterno adversário Cristiano Ronaldo liderar Portugal até uma taça inédita. Menos ele.

Tentaram de tudo. As críticas à seca de títulos da seleção argentina envolvem todo e qualquer assunto que possa atravessar Lionel Messi. Já se ouviu dizer que o time não é bom o bastante para ele, mas também o contrário, que ele próprio não puxa o time como o fez nos melhores tempos de Barcelona. Para muitos, a equipe tem de entender seu craque, enquanto para outros é a referência técnica que precisa ter a inteligência de achar o melhor jogo com os colegas. Vão dizer que a culpa do fracasso é de Messi, e vão dizer que a culpa é da federação, do técnico, do elenco... São quinze anos de teses.

Scaloni é o nono técnico deste período, ocupando o lugar que já foi de Pékerman, Alfio Basile, Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Tata Martino, Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli. Nomes para todos os gostos, estilos e prateleiras.

A tendência do treinador é manter o jeito do time que fechou o ano de 2019, quando venceu o Brasil e empatou com o Uruguai em amistosos nos Estados Unidos. Melhor para ele que a suspensão de Messi por conta da expulsão na disputa pelo terceiro lugar na Copa América expirou - ele estaria fora da estreia em março, no calendário original antes da pandemia. Assim, poderá armar seu ataque com o capitão junto de Lautaro Martínez e Lucas Ocampos. "Já tenho o time na cabeça, não tenho muito tempo para testar", disse o comandante.

Diferentemente de outros momentos, Messi deixou a Copa América de 2019 de forma leve, até otimista. Ainda na saída do Mineirão, após a derrota para o Brasil, ele elogiou o elenco da seleção e afirmou que se sentiu muito bem com aquele grupo. Falou também que a nova geração mostrou no torneio que "ama a seleção, quer ficar".

Tão questionado pela forma com que exerce (ou não) sua liderança, ele viveu semanas mais ativas no Brasil. Reclamou dos gramados e criticou muito a arbitragem depois da queda nas semifinais, sugerindo um favorecimento à seleção da casa. Meses depois, Di María contou em entrevista que o discurso de Messi ao fim da competição foi muito emocionante, demonstrando bastante orgulho do grupo. "Eu gosto desse Messi", chegou a dizer o jogador do PSG, em referência à postura do capitão no vestiário e nas entrevistas.

É esse Messi, mais líder e mais obcecado por um título com a seleção, que abre o novo ciclo mundialista nesta noite em Buenos Aires. São oito meses para a Copa América, 25 para a Copa do Mundo, e um possível último ato como dono do time argentino. Os capítulos finais para alguém que quer acabar com o grande porém de sua carreira. Aquele "mas na seleção..." que o persegue sempre que desembarca de volta à América do Sul, ou nos intermináveis debates sobre seu lugar na história do futebol.

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