Cristiano Ronaldo virou notícia de forma negativa, em meio à melhor atuação do Manchester United nesta temporada, por ter se recusado a entrar em campo nos minutos finais da vitória sobre o Tottenham, pelo Campeonato Inglês, e por, mais uma vez, ter deixado o estádio onde joga seu time antes do final de uma partida. Meses atrás, a insatisfação do craque português com sua realidade atual o levou ao nível de ter derrubado, propositalmente, o celular de um jovem (que posteriormente foi noticiado estar dentro do espectro de autismo) após derrota para o Everton.
Ter se construído como máquina competitiva, dono de recordes históricos, mas em uma realidade em que passou a ser reserva e não disputa partidas de Champions League na temporada 2022/23 tem cobrado muito do bom-senso de CR7 nesta sua segunda passagem pelo Manchester United. Estamos, afinal de contas, falando de um dos maiores símbolos da cultura de se idolatrar mais o indivíduo do que a instituição em que ele está inserido – o que não é culpa de CR7, claro, mas não o tira deste contexto.
Como o Manchester United não conseguiu se classificar para a Champions League 2022/23, Cristiano Ronaldo quis deixar o Manchester United. A sua obsessão, afinal de contas, é a Liga dos Campeões da Europa, competição da qual é o maior artilheiro em todos os tempos. O craque de 37 anos foi oferecido para alguns clubes que disputam a máxima competição europeia antes de se iniciar a atual temporada, mas uma junção de fatores acabou decretando sua permanência em Old Trafford, onde não tem sido titular.
GettyImagine, portanto, como deve ficar Cristiano Ronaldo ao ver Lionel Messi, o seu histórico rival, somando gols na Champions League 2022/23 e voltando a ser importante para o PSG, time em que atua? Depois de uma campanha de estreia abaixo da média na esteira de seu divórcio com o Barcelona, o craque argentino voltou a estar em grande forma na empreitada atual. Na goleada de 7 a 2 do PSG sobre o modesto Maccabi Haifa, Messi marcou dois gols e diminuiu a distância em relação a Cristiano na corrida pela artilharia histórica da Liga dos Campeões da Europa: o placar agora aponta 129 tentos para Messi contra 140 de CR7, uma diferença de apenas 11 gols.
GettyLionel Messi ainda tem, pelo menos, mais três jogos nesta Champions League (um pela fase de grupos e, como o PSG agora conseguiu sua vaga para o mata-mata, dois compromissos de oitavas de final) para buscar encurtar ainda mais a diferença em relação a Cristiano Ronaldo. Já o português não sabe o que o futuro a curto-prazo lhe reserva: segue no Manchester United, em busca de espaço para reencontrar a dignidade, ainda que sem Champions League para jogar? Acerta com outra equipe, de preferência alguma que esteja classificada para as oitavas de final da competição europeia, para sonhar com um novo título e enquanto busca assegurar seu recorde histórico? Ou deixa o United para atuar em outro lugar, mesmo sem Champions League?
De uma coisa não há dúvidas: Cristiano Ronaldo não deve estar nada tranquilo. Em meio ao seu pior momento esportivo em décadas, o português ainda vê um Lionel Messi se aproximando de um de seus recordes mais especiais na competição na qual, mesmo quando não joga, virou quase um sinônimo.




