Pia Sundhage Brasil Uruguai Copa América Feminina 2022Staff Images/CONMEBOL

Mesmo com vitórias, seleção feminina ainda tem muito a melhorar

“Gosto do resultado, marcamos três belos gols e não cedemos nenhum, mas não estou satisfeita com o nosso desempenho. Há margem para melhora, o ataque poderia ter sido mais eficiente e não gostei da partida que fizemos. O Uruguai fez um bom trabalho em dificultar as coisas para nós, mas acho que poderíamos ter nos saído melhor.”

É curioso ver uma treinadora se mostrar insatisfeita após suas comandadas vencerem dois jogos seguidos, com sete gols marcados e nenhum sofrido. No entanto, após a vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai na segunda rodada, Pia Sundhage voltou a falar sobre a posse de bola da seleção nos jogos da Copa América.

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A Copa América, como já falamos aqui, é dominada pelas brasileiras. A competição é a mais importante do ano e é um importante primeiro passo para o restante do ciclo, focado na Copa do Mundo de 2023 e nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

É importante lembrar que a cobrança da treinadora não é só com relação aos jogos da Copa América. Desde o início do ano, a seleção tem disputado em sua maioria amistosos contra seleções bem colocadas no ranking da CBF. Foram algumas oportunidades que Pia teve de avaliar a equipe contra adversários que são muito mais exigentes em diversos aspectos.

Bia Zaneratto Brasil Uruguai Copa América feminina 2022Thais Magalhães/CBF

O trabalho da seleção nos próximos dias é, obviamente, voltado para garantir a vaga nas próximas competições. No entanto, também já serve para preparar a equipe para os próximos anos, ajudando a afinar a equipe durante um mês de trabalhos.

É muito fácil para uma treinadora simplesmente celebrar vitórias como as contra a Argentina e o Uruguai. Ainda mais em um ano em que, em sete amistosos, a seleção só venceu uma partida. Ela poderia comemorar, falar um pouco sobre ajustes que precisa fazer, mas focar nos pontos positivos.

No entanto, a seleção ainda precisa fazer diversas correções, principalmente em pontos sobre os quais Pia sempre fala em suas entrevistas: tomada de decisões, posse de bola, compactação e intensidade de jogo. Não importa qual seja a seleção adversária, esses fatores ainda estão presentes - mesmo que ofuscados por um resultado positivo.

A Copa América Feminina é uma competição importante e, com a mudança de regulamento, sua próxima fase será disputada sem um quadrangular final, e sim com semifinais e final. Por isso, é importante que a equipe chegue 100% às próximas etapas - para que não cometa um erro que possa custar o título, mesmo sendo a favorita absoluta à taça.

“Existe uma expressão em português da qual eu gosto muito, que é ‘fica com a bola’. Esse é o jeito brasileiro de achar a maneira certa de criar chances. Mas acho que hoje perdemos a posse mais do que devíamos, não estávamos conectadas, não usamos toda a largura do campo e não perseguimos o ponto de ataque o suficiente”, avaliou Pia após a partida. Agora, com alguns dias até a próxima partida - no dia 18/07, contra a Venezuela -, a comandante da seleção vai voltar a trabalhar para afinar esses detalhes.

A Copa América não é, necessariamente, sobre o título ou as vagas. É também um momento importante para avaliar o comportamento da equipe e fazer os ajustes necessários durante uma competição importante. E, para isso, é essencial aproveitar as vitórias, mas também aprender com elas.

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