Diego Alves Flamengo Athletico PR Brasileirão Série A 26052019Wagner Meier/Getty

Flamengo, um clube sem comando e um time sem rumo


Por Bruno Guedes - @brguedes


Enquanto o Flamengo tomava um vareio do time reserva do Athletico paranaense, com todo o péssimo trabalho do Abel Braga exposto, Rodolfo Landim chefiava a Seleção Brasileira, em Teresópolis, fazendo piadas com Neymar. A torcida, revoltada, protestava. Como já fizera na semana e, vomitando todo o preconceito à lá Casa Grande e Senzala, Cacau Cotta, do alto do cargo conquistado graças ao seu apoio político, zombava dela.

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O que vimos no Maracanã no último domingo foi o escárnio completo de um clube que não tem comando. As alianças da politicagem, a velha política que afundou o Flamengo durante anos, foi emulado justamente pelos bastiões daqueles que diziam se livrar dela. Landim e sua turma, que merecidamente estiveram na Chapa Azul e ajudaram na reconstrução recente, agora se curvaram para tudo que há de mais ultrapassado no futebol. E neste caso se inclui Abel Braga.

Abel não tem mais condições de ser treinador do Flamengo. Seu trabalho é péssimo, suas coletivas alienações completas e a evolução é nenhuma. Quando estava no Fluminense, em 2017, reclamava que não tinha um elenco à altura para exercer tudo que queria. Agora não só tem, como também uma paciência colossal de uma direção de futebol fraquíssima, que preferiu um "paizão" a um técnico de verdade. Mas dizem que as pichações foram políticas...

Rodolfo Landim Márcio Braz Flamengo 03012019Alexandre Vidal/CR Flamengo

Cacau Cotta. O que falar deste senhor preconceituoso? A sua declaração só não é mais vexatória que a atitude da direção do Flamengo. O Corinthians, em fevereiro, demitiu o diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg após ataques preconceituosos contra a sua torcida. Em abril, Adilson Durante Filho, conselheiro eleito do Santos, idem. Mas e na Gávea? Silêncio. Ele segue lá, firme e forte. Por que silenciam? Por que não tem comando ou por que concordam com a afirmação?

Rodolfo Landim, que já chegou a criticar o ex-presidente Bandeira de Mello por abandonar o Flamengo pra chefiar a delegação da Seleção Brasileira, agora está na Granja Comary fazendo o mesmo. Com seus jogadores sendo atropelados taticamente nos gramados do Brasil, ele prefere silenciar. Afinal de contas, não pode desagradar o vice de relações externas Luiz Eduardo Baptista, o BAP, uma das principais lideranças políticas que o ajudaram na eleição.

Assim seguem os cinco meses de contradições do maior clube do Brasil. A torcida sendo xingada pelos dirigentes, um técnico que já se mostrou totalmente arcaico, velhas políticas a pleno vapor e o time sendo chacota em campo. Mas há coisas mais importantes, como a conquista da Flórida Cup.

Bruno Guedes colunista torcedor Flamengo

Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.

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