Inaugurada em 2014, a Arena Corinthians - agora Neo Química Arena -, foi uma grande conquista para o time paulista, mas não veio sem algumas complicações: em agosto de 2019, a Caixa Econômica Federal entrou com ação para a execução de uma dívida do financiamento da Arena, que segundo o banco é estimada em R$ 536.092.853,27 milhões. O clube, por sua vez, contesta veementemente este valor. O Corinthians reconhece o débito, porém afirma que a quantia é, na realidade, de R$ 470 milhões.
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Além da ação imposta pelo banco, a inclusão do fundo Arena Corinthians no Serasa, conforme publicou inicialmente o jornal Estado de São Paulo, também foi solicitada. Com a falta de pagamento por parte do clube e seus parceiros, a Caixa ainda pediu o bloqueio das contas do fundo. Com o anúncio da venda dos naming rights para a Neo Química, entretanto, tudo pode mudar.
Construído para a Copa de 2014, no Brasil, o estádio foi financiado pelo BNDES, mas teve a Caixa como responsável por avaliar e pelo repasse do dinheiro. A maior parte da obra, vale lembrar, foi custeada pela Odebrecht. E o dinheiro que vai entrar no caixa do Timão será destinado ao pagamento dessas pendências.
Os acordos contratuais referentes à construção foram assinados em novembro de 2013, pelo até então presidente Mário Gobbi. Com destaque para a cláusula 16ª, a qual ressalta que em caso de cobrança judicial, o fundo Arena Corinthians terá que pagar 10% em cima do valor principal da dívida, além de honorários advocatícios, encargos judiciais e extrajudiciais.
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(Foto: Alexandre Schneider/Getty)
O Corinthians chegou a pagar duas parcelas da dívida, a qual tinha o prazo de carência estipulado pela Caixa até 2015, um ano após o final da Copa. Desde então, as prestações começaram a valer, até dezembro de 2018. Ainda em inadimplência, o time pagou apenas R$ 13.007.670, 27 de uma multa do valor total de R$ 46.797.165,08, de acordo com a planilha apresentada pelo banco à Folha de São Paulo.
Segundo declarações do atual presidente do Alvinegro, Andrés Sanchez, o clube irá utilizar a totalidade dos R$ 300 milhões que irá receber pelo naming rights para quitar a dívida com a Caixa, avaliada em R$ 450 milhões pela equipe.
Andrés, também, declarou que irá pagar, no máximo, R$ 470 milhões, já que existem divergências nos valores da dívida. Caso seja cobrado por mais, colocará a Caixa numa batalha judicial.
Como o Corinthians pretende pagar a dívida?
O time aposta nos R$ 300 milhões que a Neo Química vai pagar pelos naming rights para, finalmente, quitar a dívida com a Caixa. A venda dos direitos pode não quitar todas as pendências do clube, mas deve ajudar (e muito) em se livrar de uma das maiores cobranças.
A bilheteria continuará indo para um fundo que ajudará a pagar as dívidas da Arena.
Quanto custou a construção da Arena Corinthians?
Palco do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 (vitória do Brasil sobre a Croácia, por 3 a 1), a Arena custou, à época, R$ 985 milhões.
Porém, somado o financiamento e juros com a Caixa, o valor da dívida ultrapassa os R$ 1,6 bilhão, de acordo com projeção da Odebrecht - números discordantes entre as partes envolvidas.
Quem é o 'dono' da Arena?
Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
O Corinthians, a Odebrecht e a Arena Itaquera S.A são cotistas do estádio, além da Neo Química.
Além de ter comprado os naming rights, a empresa poderá utilizar espaços publicitários do local, bem como camarotes e outras formas. O acordo com a Neo Química tem vínculo de 20 anos e poderá ser renovado ou renegociado ao fim do prazo. O clube já admite que deverão ser realizados shows no gramado da Arena.
A bilheteria, entretanto, continuará indo para o fundo de investimento que ajuda a pagar parcelas da Arena.