Sergio Aguero Manchester City SpursGetty

Dinheiro não resolve? Novos bilionários ficam de fora da Champions mais uma vez

As semifinais da Champions League 2018/19 estão definidas, mas o quadro de classificados vai de encontro ao que os fãs do futebol europeu se acostumaram a ver nos últimos anos: a ascensão dos novos clubes 'bilionários' do mundo da bola.

Tottenham, Liverpool, Barcelona e Ajax. Uma semifinal na qual quase ninguém apostaria, formada por equipes de fora do grupo que preferiu pegar um ‘atalho’ em busca da grandeza no futebol mundial, geralmente graças a pesados investimentos de estrangeiros pelo mundo, sejam russos, árabes ou do Leste Europeu. Patrocinadores, em sua maioria, se aventuram pela primeira vez como patronos do esporte.

No ranking divulgado pela empresa de contabilidade Deloitte, que avalias as receitas dos grandes clubes europeus, o Barcelona aparece como o segundo mais rico do mundo, enquanto o Liverpool aparece como sétimo, seguido por Spurs (10º), enquanto o Ajax nem sequer consta na lista das 20 instituições com maior poderio financeiro.

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A grande presença de times ingleses entre os 20 mais ricos se deve, em grande parte, ao aporte proporcionado pela negociação dos direitos de transmissão da Premier League, que proporcionou um grande salto para muitas equipes - entre elas, Liverpool e Tottenham, nos últimos anos. Além disso, a valorização da libra esterlina sobre o euro também pesa em favor dos britânicos, especialmente na hora de negociar jogadores no mercado.

PS Ajax

Entretanto, a fortuna do futebol na terra da Rainha não tem conseguido alcançar grandes resultados, especialmente com os clubes que uniram isso a grandes investimentos vindos da Rússia ou do Oriente Médio. Casos de Chelsea e Manchester City, que não conseguem alcançar às fases mais avançadas da Champions há um bom tempo, com uma outro clube de fora que corre atrás da grandeza: o Paris Saint-Germain.

A equipe da capital francesa, presidida por um CEO de investimentos do Catar, chegou a investir quase meio bilhão de euros nas contratações de Kylian Mbappé (€ 160m) e Neymar Jr. (€ 222m) nos últimos anos, mas continua patinando em definições do campeonato europeu. Desde que retornou à competição continental, na temporada 2012/13, ainda não conseguiu passar das quartas de final.

Já a equipe de Pep Guardiola, eliminada nesta quarta-feira pelo Spurs, esteve pela última vez em uma semifinal da Champions na temporada de 2015/16, quando acabou derrotada pelo Real Madrid. O City ocupa a quinta posição entre os mais ricos do mundo, mas terá de se contentar em brigar pelo título em inglês nessa temporada.

Marcus Rashford Kylian Mbappe Manchester United PSG Paris Saint-Germain 2018-19Getty Images

Ocupando a oitava posição do ranking está o Chelsea, que disputou sua última semifinal de Champions League na campanha de 2013/14, dois anos depois de terem se sagrado campeões pela primeira vez, quando acabaram derrotados pelo Atlético de Madrid. Os craques do bilionário russo Roman Abramovich jogam a Europa League neste ano, e ainda não têm assegurada a volta para a Champions em 2019/20.

A Champions League, considerada um “termômetro” para esses projetos baseados em injeções colossais de dinheiro, segue apenas com os Blues como prova do sucesso do futebol (ainda mais) moderno. Mas talvez seja ainda pouco para o que, acreditavam muitos, mudaria para sempre o cenário do esporte onde a tradição ainda faz a diferença.

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